22. Nascer do Sol

71 11 1
                                    

Mingi entrou em casa com os braços abertos e um sorriso enorme no rosto. Sarang e Yeosang estavam pintando desenhos na sala de estar quando ele chegou. O olharam com confusão, mas logo um sorriso enorme se abriu nos lábios de Yeosang.

-Conseguiu?- Foi só o que perguntou. Mingi estendeu uma folha na direção dele.

-Começo amanhã!- Yeosang arregalou os olhos e tapou a boca. Estava muito feliz.

-Eu...AH- Yeosang correu até o marido e o abraçou apertado em seus braços. -Que bom! Que...incrível...

-O que você começa amanhã, pai?- Sarang perguntou, deixando seu desenho de lado e se aproximando dos mais velhos.

-Começo um emprego novo, querida. -Ele se abaixou em sua altura e Yeosang foi junto, ainda o abraçando. -Você vai poder voltar logo para as aulas de chinês.

Sarang deu um soquinho no ar e saltitou de felicidade. Yeosang olhou para Mingi todo apaixonado e deu um beijo em sua bochecha.

-Tenho muito orgulho de você. -Os dois sorriram um para o outro e levantaram.

Sarang voltou para a sala e pegou sua folha com o desenho que fazia. Um caracol colorido que ao invés de ter uma concha, tinha uma casinha nas costas.

-O que tá desenhando?- Mingi perguntou para a filha. Ela levantou seu desenho para o mostrar para eles.

-É um caracol! Papai me ensinou a usar aquarela e eu decidi desenhar isso.

-Ela é muito boa. -Yeosang falou, abraçando Mingi pelas costas.

-Eu desenhei um caracol, porque eles não precisam se preocupar para onde vão. Sempre terão seu lar nas costas.

Os pais de Sarang a encararam sorrindo ternamente. Yeosang sentou ao lado dela e a abraçou.

-Você é a pessoa mais incrível que eu já conheci. -A garotinha riu da frase dita pelo pai mais velho. -Eu juro.

-Isso é muito bonito, Sarang. -Mingi falou, olhando para o desenho da menina.

-Eu sempre tive uma casa. Muitas crianças infelizmente não tem ou moram em lugares muito ruins, mas eu sempre tive um lugar para morar. Nem por isso esses lugares eram meu lar.

Yeosang e Mingi a encararam. Eles não sabiam o que levou Sarang para o orfanato, Mingi sabia que o tratamento dado às crianças lá era muito bom, mas não era como ter uma família de verdade.

-Agora...eu sinto que eu tenho um lar porque estou com vocês. Se morássemos em uma concha, seria o meu lar, se fosse uma mansão, seria também.

Yeosang abraçou a garotinha ainda mais e Mingi se juntou a ele. Sarang riu quando os dois a apertaram em seus braços.

-Você também é o nosso lar, Sarang. -Song falou, abraçando a filha ainda mais.

-Te amamos, Sarang.

---///---//--

A alegria é um dos sentimentos mais calorosos e aconchegantes que existem. Yeosang podia se considerar uma pessoa feliz agora.

Sua vida foi inteira muito conturbada mentalmente. Violências físicas e verbais sempre foram comuns.

Seus pais costumavam estar a maioria das vezes fora em viagens de trabalho. Yeosang tinha dificuldade de fazer amizades na escola porque as crianças pareciam só querer saber de suas posses. Na adolescência tudo piorou quando ele se apaixonou por Shinwon e descobriu que era gay. As violências que sofria em casa e por causa do namorado foram tão ruins, que sua cabeça nunca mais mudou.

Porque esta é minha primeira vida Onde histórias criam vida. Descubra agora