3. Prometendo errado

105 22 25
                                    


-Sarang deveria ter vindo usando seu uniforme. - A professora tentava explicar para Yeosang, mas ele parecia não conseguir entender.

Realmente era como uma criança...

-Mas eu não quis que ela viesse. Era muito brega. Bom, não é como se o cérebro da minha filha fosse parar e ela não fosse mais raciocinar por causa de uma roupa. - Yeosang tentou ajudar Sarang a entrar na escola, mas a professora se colocou em sua frente. - Eu literalmente pago o salário de vocês...

-Ah, além de anarquista o senhor também é esnobe?

-Eu não sou esnobe!- Yeosang falou, indignado. - Sarang, acho que vamos ter que ir para outra escola, o que acha?

-É uma boa ideia!

-Ei!- A professora os impediu de saírem. - Eu deixo Sarang entrar assim hoje, mas amanhã ela vem com o uniforme, certo?- Yeosang revirou os olhos e reclamou, imitando a mulher. - Temos regras na nossa escola, e elas precisam ser seguidas.

-Tanto faz. - Yeosang se abaixou na frente da filha e a abraçou. Deu um beijinho no rosto dela. - Se te tratarem mal, já sabe, não é?

-Tem que devolver na mesma moeda!- Sarang falou sorrindo, chegando a assustar Yeosang.

-Não! Quem te ensinou isso? Foi o Mingi?- Sarang assentiu. - Tinha que ser...Não é isso que você deve fazer, tá bom? Tem que respeitar todos, deixar eles falando, um dia você será muito maior que eles e você pode os contratar para serem seus funcionários, e abusar dos direitos trabalhistas deles! Veja, assim é muito mais divertido!

       Sarang sorriu ainda mais e deu um abraço no pai, logo se afastando para entrar na sala de aula junto da professora. Ela abanou uma última vez, e Yeosang a correspondeu da mesma forma, então ela entrou.

        Kang suspirou e sorriu levemente. Sarang era um orgulho, sentia isso ainda mais agora que era sua filha de verdade.

        Em sua cabeça essa frase se repetia.

      É sua filha! É sua filha!

      E realmente...é sim.

     Yeosang voltou para casa a pé, sempre que percebia o quanto caminhava para chegar em casa, a vontade de comprar um carro subia e depois sumia. Ele não tinha dinheiro. Ele era só um artista não-reconhecido que tinha 5 ou 6 músicas registraras na KOMCA, mas nenhuma que já tocou no rádio.

       Todo o dinheiro que tinha era de sua família, quando sua mãe, ou Jingoo mandavam coisas para ele ou pagavam suas contas por pena.

        Ele odiava depender tanto da família, conseguia se sustentar com o que ganhava vendendo seus quadros na internet e fazendo covers de dança no YouTube, mas sua mãe e irmão continuavam gastando dinheiro com ele.

      Não sabia o que faria mais para frente. Seu irmão mais velho estava morto, e sua mãe em seus últimos meses de vida, não sabia como iria ficar depois.

      Quer dizer, ele conseguiria cuidar de Sarang? Poderia lhe dar tudo que ela quisesse? E se no final a perdesse por não poder cuidar dela?

       -Ah, mas que ódio!- Ele chutou o chão, sem motivo. Os pedestres ao redor se assustaram com ele. - Por que o Mingi foi jogar meu cigarro fora?! Nas horas que eu preciso não tenho!

       Yeosang foi até a loja de conveniência mais perto e comprou uma caixa de cigarros e um isqueiro, os usando para fumar um pouco.

        Colocou um dos cigarros na boca, acendeu o isqueiro e puxou o ar. Sentia a fumaça indo para seus pulmões (provavelmente quase completamente pretos, já que faziam 10 anos que era viciado). Era confortante, mesmo quando não tinha nada por perto além de seus pensamentos terríveis, lhe restava aquilo.

Porque esta é minha primeira vida Onde histórias criam vida. Descubra agora