Dia 31 de Outubro de 2073, Terça-feira, 23:34.
"Quando eu e minha namorada começamos a atuar, não encontramos maiores dificuldades do que alguns bandidos, pedidos de resgate além do nível emergencial 3, ou até deveres de espionagem. A verdade é que tanto eu quanto ela chegamos em um nível que nosso potencial não estava sendo aproveitado, e então, no segundo mês, vieram os cachorros grandes, ou como a minha amada costuma chamar: Missões que normalmente gerariam reportagens."
Nesse tempo o que mais me incomodava era o cheiro de gasolina e a oscilação na temperatura da chuva.
Em uma rua, um pouco afastada do centro de Tóquio, estava ocorrendo um delito: Um homem, 'virado na bala' (como dizem as línguas das ruas), entrou em um konbini de tamanho médio, e, numa medida desesperada para conseguir dinheiro, agarrou uma mulher de tamanho pequeno e de origem chinesa, fazendo-a de refém enquanto aponta uma arma na sua cabeça. O caixa do estabelecimento rapidamente relatou para a polícia privada das corporações Watanabe, e em alguns minutos as negociações foram feitas, e de pouco em pouco quem estava com medo de se mexer dentro do estabelecimento foi solto; menos a mulher que estava de refém.
Todos os policiais eram fortemente armados: Tinham em posse um fuzil, uma pistola, capacete blindado e coletes da última geração.
Um oficial vira para o outro, atrás de uma viatura SUV blindada, e diz:
— Não temos muito mais o que fazer, ele está com implantes, bala na cabeça, tiro no joelho, a gente pode tentar o que quiser, o cara tá protegido. Ou a gente entrega o dinheiro, ou chamamos os dois.
— É, não dá pra entregar essa quantidade de dinheiro na mão desse doidão. Ainda assim, é dito que nós temos de tentar tudo o que pudermos antes de realmente chama-los.
— Eu falo com o superior, ele do Q.G falará com o Polímata, e o resto é com eles.
O oficial termina a fala, e se dirige andando ao superior que estava atrás deles em uma tenda de loja coberta da chuva:
— A gente chegou na conclusão que não dá, precisamos chamar a polícia 'especial'.
— Vamos chamar dois soldados, com total licença para matar quaisquer que sejam os problemas na frente deles? Um homem e uma mulher que juntos, operam mais em uma semana do que nós em um mês? Tudo isso pois um doidinho entrou armado numa loja e fez uma mulher de refém?!
— Eu entendo o seu ponto de vista e entendo que a cyber policia deveria ter total controle sobre isso, mas esse tipo de tarefa é coisa de quem pode levar mais do que alguns tiros.
O superior, indignado mas não a ponto de se importar com a humilhação que seu batalhão passaria com essa situação, resolve contatar o líder da polícia para aquela região. Usando de seu chip neural, ele rapidamente consegue ligar para o Polímata:
— Senhor, a operação não está progredindo, o homem está bem guardado com a refém e até o momento não demonstrou qualquer sinal de que vai se render. O dinheiro que está pedindo é muito grande então-
— Vá direto ao ponto, Masagi.
— Precisaremos de Mitsuo Achiro ou de Sakura Tanaka.
— Assim é mais fácil, porra... vocês tem sorte que eu andei mandando uns presentes para a chefia, vou livrar-lhes dessa mas só dessa vez. — o polímata termina a fala rindo, e desliga.
No seu olho direito se projeta a imagem de uma lista, detalhada com nome e rosto de cada pessoa na lista de contatos, ele desce até o "S" e chama pela líder do clã Watanabe: Sonia Lin, e começa a ligar; a mulher atende após alguns segundos.
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Cyberwave - Hyperising
Science FictionDia 31 de Outubro de 2073, Tóquio. Depois da tempestade, veio a calmaria, Sonia junto de Mitsuo e Sakura precisam continuar a jornada que lhes foi herdada por um ex-líder das corporações Watanabe, pois além de pendências que ficaram para trás, també...