Reviravolta

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A chuva continuava a cair, fazendo com que muitas ruas ficassem ensopadas, e as pessoas também. O evento da chuva incessante ainda é estudado por cientistas que por aquela região habitam. O que causa isso ainda é um mistério, e analisando por outro lado, apesar de gerar um sentimento muito gostoso, o clima nublado pode prejudicar o humor das pessoas se perdurar por muito tempo.

Mas assim como a chuva constante que ofusca a voz daqueles que falam alto em público, a vida continua. 

A voz de Joseph estava diferente, fraca e com um tom melancólico, era perceptível mesmo saindo dos alto-falantes:

— Eu nem sei o que posso dizer... como alguém no meu estado pode ser útil?

Sonia, olhando para baixo, responde:

— Tem alguém usando o código de vocês, Spiritus Persona II. O Mike com certeza não divulgaria por ai, e só vocês dois possuem ele, como você se explica?

Depois de dois segundos de silêncio, ele responde:

— Ca-caramba. Nesse estado, nem consigo processar nada, eu preciso de alguns segundos para entender o que está acontecendo. De repente, eu tomo um puta soco, e depois eu estou morrendo, de novo, mas estou vivo, e agora estou cego.

Sonia:

— Você não está cego, só bloqueamos seu lobo frontal, parcialmente, mas só para transferimos sua consciência para a rede dessa sala, por isso você não se movimenta, não fala, nada será capaz de fazer se depender do seu corpo. Você precisa responder minhas perguntas.

Joseph:

— Está muito frio. Mas vejamos o que posso fazer. Eu não me lembro de ter passado esse código para ninguém... mas talvez o Mike possa refrescar minha memória sobre isso, ele está por ai?

Todos da sala olham para ele, mas Mike acena negativamente com a cabeça. Depois de alguns segundos de silêncio, Sonia responde:

— Não, não está, só eu estou aqui. E mais duas pessoas.

Joseph:

— Iori e... não sei quem mais poderia ser. O Iori me deu uma baita surra aquele dia, isso é magnífico, eu jamais mexeria com ele de novo. 

"Caramba, o Joseph está muito estranho, está completamente perdido. Mas eu não guardo nenhum resquício de carinho por esse cara." (Pensa Sonia).

— Então, sobre o código. — comenta a líder.

— Ah bom... eu realmente eu-eu não sei o que dizer. Eu nunca dei esse código à ninguém, mas eu tenho uma teoria. Talvez no momento em que eu fui apagado, e, puta merda aquilo foi rápido, talvez naquele momento que eu tenha ficado fora do ar, até o chip na minha rede fechar as portas para me deixar em off, alguém tenha conseguido roubar o código.

— Só que ele é extremamente confuso, só vocês deveriam saber como ele funciona.

— E é. O código começou a ser desenvolvido por mim, logo no meio da guerra. Pensando bem, antes de eu conhecer o Mike, passei ele para um cara, há muito tempo atrás.

— Beleza, é ele que eu que-

— Morreu. Como eu, só que pior, foi atropelado por um ciborgue, tipo a gente.

— E esse cara poderia ter passado o código pra alguém? Isso foi bem antes da rede se infestar, logo a demanda por esse tipo de coisa era pequena, peças de bugigangas, o cyberpunk moderno, etc.

— Não daria tempo, e você tirou todas as palavras da minha boca. Dito isso eu ficaria com a opção A se fosse vocês.

— Fechado então. Vamos continuar pesquisando. A gente se vê. — A garota lentamente se vira, e todos abrem espaço para ela passar, porém ela para antes de sair da sala. — Eu esperava um pedido para nós tirarmos você dai.

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