Japão, Tóquio. Dia 1 de novembro de 2073 às 01:29.
Mitsuo e Sakura haviam entrado no carro oferecido pela chefe como um presente por concluírem o treinamento preparatório e intensivo. O garoto senta no banco do passageiro, mantendo as costas retas e com o assento abaixado ao máximo.
— Você tem SEMPRE que deitar o banco quando a gente vai andar juntos?
— Eu adoro o banco desse carro, é tão confortável. É melhor que a nossa cama. Fora que é um carro com rodas, e eu já vivo o meu dia-a-dia todo olhando pra cidade de baixo pra cima, se fosse o contrário, ai sim eu ficava sentado normalmente.
— Está bem... Pena, eu não posso deitar enquanto dirijo. — comenta Sakura em um tom irônico.
— Na verdade, senhora Tanaka, eu posso dirigir por você qualquer carro de 2016 para frente. — comenta Linda, se colocando na conversa.
— E eu não sabia disso? — responde novamente a garota.
— Eu tenho diversas features que vocês não conhecem mas que não convém explicar todas elas agora. Exemplo, eu sou ótima em fatos aleatórios sobre coisas que ninguém pensa sobre.
Mitsuo então puxa a alavanca de regulagem do banco do carro para cima, solta a mão da alavanca e responde:
— Ah é?! Me diz ai então um fato sobre... sobre a arquitetura atual de Tóquio!
— Pois muito bem. Foi a partir de 2025 que a prefeitura resolveu investir na expansão dos prédios comerciais e residenciais como modo de controlar a superpopulação humana que estava chegando a níveis alarmantes. Há muito os arranha-céus já eram comuns, por conta do processo antigo de Bessemer, que permite a produção em massa de aço a partir de ferro gusa fundido. Porém, estamos falando de prédios gigantescos, de no mínimo 50 andares, apenas 'subir e subir' não é o bastante, quanto mais alta a estrutura de um arranha-céu, mais difícil é para mantê-lo de pé, a base precisa se maior e maior conforme a estrutura cresce!
Sakura:
— Mas espera um pouco, nós temos pelo menos uns 25 arranha-céus aqui, eles são gigantes e o prédio das corporações Watanabe é o maior de todos, cabe muita gente nele e tudo mais, porém o resto é menor, e logo abriga menos gente... então?
Linda:
— Exatamente, o mega prédio sede das corporações Watanabe é o maior do mundo indiscutivelmente! Sua duvida no entanto é sobre porque a ideia de expandir para cima não parece ter funcionado, correto? A verdade é que, ela funcionou. Em 2031 o até então maior arranha-céu era o Burj Khalifa localizado nos Emirados Árabes, mas o governo Japonês terminou a construção do prédio Toriyama, em homenagem há um antigo e renomado artista de mangás.
— O artista era Akira Toriyama, criador do anime mais influente da história. Pode continuar. — diz Mitsuo.
— Afirmativo! — continua Linda. — A princípio o problema não foi resolvido mas a solução se mostrava cabível com o Toriyama Building, a próxima etapa era muito, muito maior. Entendam que o prédio era largo e alto, e serve até hoje de moradia para mais de 97 mil pessoas... todas vivendo simultaneamente juntas.
Mitsuo encosta o cotovelo ao lado da janela do carro, apoia a cabeça na mão enquanto olha para fora da janela e diz:
— Não é possível acabar com as pessoas mas dá para organiza-las melhor, se a gente subir as moradias, elas não precisam expandir para os lados... Erro! Na verdade elas precisam... mas expandir apenas UMA área para cima é melhor do que expandir 32 mil apenas para os lados, supondo que cada uma dessas 97 mil pessoas fossem membros de uma família de 3. Então ao invés de criarmos mais 32 mil TERRENOS, o problema é resolvido com um terreno só, que ocupa no máximo o espaço de 10 ou 15.
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Cyberwave - Hyperising
Ciencia FicciónDia 31 de Outubro de 2073, Tóquio. Depois da tempestade, veio a calmaria, Sonia junto de Mitsuo e Sakura precisam continuar a jornada que lhes foi herdada por um ex-líder das corporações Watanabe, pois além de pendências que ficaram para trás, també...