Brenda

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      Como transformar um casamento de conveniência com data para terminar, em algo verdadeiro e sem vencimento? Eu estava mantendo a pose de rainha e fingindo ainda estar brava pelo casamento repentino e sem aviso. Dormi em outro quarto e saí para trabalhar sem me despedir. Um tanto infantil, eu sei. Mas também tenho o meu orgulho. Minha mãe continuava insistindo que isso era o melhor para a minha imagem e a empresa. Eu até concordava. Mas estava frustrada pela maneira como tudo aconteceu. Carter não gostava de mim, como eu gostava dele. E quem sairia machucada quando ele quisesse o divórcio, seria eu. Não havia outra alternativa... Precisava conquistar o meu marido! 

        _ Sério que você me fez vir até esse lugar com você? _ Gabriela reclamou. 

        _ E quem mais viria? Só tenho você, minha prima-irmã. _ adulei. 

        Ela revirou os olhos e encarou envergonhada, os itens nas prateleiras. 

        _ Carter parece ser meio... Sádico! Deve gostar disso. _ ela apontou para chicotes. 

        _ Ei! _ reclamei. _ Não vou entrar nesse jogo dele não. É totalmente errado sentir prazer na raiva. Preciso de uma psiquiatra e não de um brinquedo sexual sádico. 

       _ Ela disse que é normal. Mas eu também acho que isso é um sinal de algum transtorno de personalidade. _ e me olhou com culpa. _ Desculpa. É só minha opinião. 

       _ Você tem razão. Eu não sou normal. _ admiti. 

       _ É mais normal do que eu. Minha vida sentimental é um desastre. _ ela se lamentou. 

       _ Não fique assim. Ainda vai encontrar um bom rapaz. _ a encorajei. 

       _ Não quero mais. Vou ficar sozinha. _ ela contou. 

       _ Ninguém nasceu para ficar sozinho. Seres humanos precisam de companhia. Nós dependemos uns dos outros para tudo. Se existisse apenas um único ser humano no mundo, quanto tempo ele duraria? Em quanto tempo enlouqueceria? _ opinei. 

       _ Tem razão. Eu sei bem como a solidão pode ser dolorosa. Por isso estou morando novamente com os meus pais. Não aguentava mais voltar para aquela casa vazia. 

        _ Te falei várias vezes para contratar empregados. 

        _ Não é a mesma coisa. Eu preciso de companhia de quem realmente gosta de mim. Acho que estou carente. _ ela admitiu. 

         Continuamos olhando aqueles produtos e eu achei um item bem chamativo... Calcinhas comestíveis. Primeiro fiz cara de nojo. Depois pensei... "Homens gostam do nosso gosto, então faz sentido!" E resolvi levar uma vermelha. Morango. Peguei alguns itens enquanto minha prima estava distraída encarando consolos. De diferentes tamanhos e cores. Depois me aproximei de vagar, para não assustá-la. 

          _ Vai levar?

          Ela se assustou assim mesmo. E levou a mão ao coração. 

          _ Por que está tão distraída encarando isso?

          _ Se eu realmente tivesse um desse e fosse experiente, ele não teria me rejeitado. Foi tão humilhante! 

          _ Não sei do que está falando, mas não ouse levar algo do tipo porque outra pessoa acha que você deveria ter um. Faça as coisas que você tiver vontade de fazer e não o que terceiros querem que você faça. Me diga... Você quer um desses? Vai usar?

           _ Claro que não. Que nojo! É borracha. _ ela me encarou chocada. 

           _ Então vamos olhar outras coisas. Não faça nada pensando no que outras pessoas pensam. Seja sempre você mesma! E se ninguém estiver do seu lado no final das contas, eu ainda estarei aqui por você! Nunca ficará sozinha, prima! 

Is It Love? Carter Corp - Amor e Poder Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora