— Fica no carro Ash, eu cuido disso. — Barro a passagem do mesmo que insistia em sair do veículo a qualquer custo, afim de tirar a limpo essa história do roubo da mala de drogas.
E conhecendo meu irmão, reconheço que ele não conseguiria não tratar desse assunto com sua frieza. Entre a razão e a emoção, Ashtray mesmo com a pouco idade, nunca deixa seu coração falar mais alto, isso em qualquer circunstância.
— Rue!— Clamo por ela assim que a avisto andando calmamente, se dirigindo a saída da instituição escolar assim como múltiplos grupinhos amontoados. De prefácio, foi difícil identifica-la, mas ao ver um par de tênis surrados e uma cabeleira cacheada despenteada, me desaposei do assento encourado do carro e sorrateiramente a puxei para um canto reservado e sem indícios de muita movimentação.
— O que é caralho?! — Ergo seu queixo até a minha pessoa, e ela envergonhada por ter uma mínima ideia da minha aparição, desvia o olhar para o asfalto calando-se.
— Vai mesmo fingir que nada aconteceu? Você não estava limpa e o caralho? — Pela primeira vez, consigo indagar uma frase inteira sem delonga, o que foi surpresa para ambos.
— Falou certo. Eu estava. Mas essa é a única forma de me sentir viva. O que que é? 'Tá puto porque eu peguei a mala? Sim. Fui eu! Ótimo... Eu me enganei, você me julga como todo mundo. E aquele papo merda de irmandade era mentira! — Seu semblante demonstra sua sede pelos entorpecentes, e os riscos que ela estava disposta a correr para sacia-ló.
Entretanto, não posso ter empatia por alguém que atrasou meu trabalho. Eu mais que ninguém entende seu vício, mas Rue talvez não tenha noção que o que traz sensação de vitória e satisfação, pode muito bem ser a causa da sua derrota no mais tardar.
— Claro que nós somos amigos, Rue. Mas você só atrasa meu 'trampo.
— Você é um filho da puta egoísta! — Ela desvere socos intercalados com tapas em meu peitoral, e abaixo a cabeça na tentativa de absorver os xingamentos que minha única amiga usa contra mim.
— Egoísta? Por querer o que é meu? Por tentar te livrar dessas merdas? Você roubou uma mala de drogas. Sim roubou, porque você não vai vender. Vai usar! — Relutei e defendo-me retornando ao assunto das suas motivações.
Um estrondo nos pega desprevenido e paramos por milésimos de segundos nossa discussão.
— Lexi?! — Confuso, questiono a mim mesmo se não passa meramente de alguém parecido, um dejavu ou se trata da garota em específico que baqueia meu coração, o apertando dentro do peito.
Se era ela ou não, não consegui comprovar minha tese, pois a mesma ergueu sua bicicleta se arrancando pra bem longe como o Flash.
[...]
A carta foi o melhor jeito de interromper qualquer relação que eu poderia ter com Lexi? Possivelmente não. Por isso, levanto do estofado, o qual estou deitado criando paranoias desde do ocorrido mais cedo, decidido a reparar o erro que cometi em me distanciar da pessoa que devolve minha sanidade.
É como diz o ditado: Deixe seus amigos perto e seus inimigos mais perto ainda. Se Lexi for minha inimiga pelas divergências, eu quero muito correr o risco em suas mãos.
Dirijo tranquilamente pelas ruas enquanto Ash cantarola um rap no banco do passageiro. Habitualmente, eu o acompanho na cantoria mas hoje definitivamente não é um dia normal.
— Chegamos! Me deseje sorte. — Checo meu reflexo do enxuto espelho do retrovisor e o menor ao meu lado cai na gargalhada.
— Você 'tá muito baitola por essa nerd irmão, não vou te desejar sorte não, vou desejar meus pêsames pra vó que perdeu um neto. Soldado abatido.
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𝗔𝗟𝗟 𝗙𝗢𝗥 𝗨𝗦 | lexi and fezco.
Lãng mạn❝ Por que você não acredita quando alguém te elogia?❞ Acostumada vivendo na sombra da sua irmã, Lexi começa enxergar seu verdadeiro valor após uma conversa com o traficante de seu bairro, Fezco.