Paixão Platônica

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Não saberia explicar o que estava acontecendo com ele. De repente, tudo o que fazia era ouvir Sandy e Junior e ler revistas adolescentes com dicas de conquista. Até mesmo chorava quando assistia animes Shoujo. Tudo o que fazia, lembrava dela... Via seu sorriso e seus olhos brilhantes até mesmo em um pacote de arroz.

Certamente, a garota mais linda que já viu em toda sua vida. Aos seus olhos, sua alma gêmea: brasileira, muito fofa, com sardinhas, baixinha e delicada. Ela era mesmo o seu tipo.

Mas agora, South não sabia se estava sendo impertinente ou não: será que ela o acharia estranho se ele a visitasse pela sétima vez seguida? Ela poderia pensar que ele era um tarado, coisa que South não era!

Mas sempre que o recebia com aquele sorriso doce e lhe dava suas coxinhas, os pastéis e o guaraná, ele se sentia no paraíso. Pensava até mesmo no dia de seu casamento. Era um climão que apenas ele sentia. Como um ser tão doce e inofensivo poderia causar um estrago tão grande? Não sabia dizer...

E lá estava ele, no esconderijo da Rokuhara Tandai, sendo corroído por aquele sentimento que nunca enfrentou antes: o amor. Como poderia explicar para o seu subconsciente que estava apaixonado por uma garota que sequer sabia o nome? Uma atendente de uma lanchonete brasileira no centro de Tóquio que tudo o que dizia era "oi", "tchau" e "volte sempre"? Não havia explicações. Ele só sabia dizer que a amava.

— Você tá bem, cara?! — Quando aquela mão o despertou para a realidade, tocando-lhe o ombro, South pulou de susto. Como instinto, socou o rosto do desconhecido e o arremessou para longe. — AIÊ!! Por que fez isso?! Eu não te fiz nada!

Era Kakucho. Ele realmente não tinha motivos para bater nele, só foi uma reação involuntária.

— Ah, desculpa. Você me assustou, porra!

Ele se assustou com a reação tão calma de seu "chefe", que foi tão calma e polida que até mesmo o deixou amedrontado.

— Você tá bem? Pediu desculpas? — Aquele certamente não era o seu estado natural, normalmente South era extremamente bruto e grosseiro, só que dessa vez, pediu até desculpas. — Estava tão pensativo e com uma cara tão estranha que eu vim ver se você estava bem...

Ele era seu homem de maior confiança. Talvez até mesmo, um amigo. Por que não contar? Talvez, ele pudesse ajudar. Kakucho não era lá um cara que parecia popular com garotas, mas talvez fosse melhor do que ele. Na verdade, era bem difícil ser pior...

— Eu preciso da sua ajuda. Será que você poderia me ajudar, por favor?

— OI?! — Agora "Por favor"? Aquilo estava cheirando coisa ruim... Por que South estava tão educado e polido? Coisa boa não poderia ser... Aquele cara? Ele era assustador, um bruto, um selvagem! Como poderia estar sendo tão... Gentil? Humano? — É... Claro! Claro! O que foi?

— Estou apaixonado.

Sua reação não poderia ser diferente:

— QUÊ?!?!?! — Precisou de uns segundos para respirar e entender aquelas palavras. — Tipo... Apaixonado? De verdade? Por quem?

— A menina mais linda desse mundo! Ela... Ela é maravilhosa! Fala português... É tão doce, tão delicada... Nem mesmo Chopin poderia fazer uma música que se equiparasse com a sua beleza. Ela é perfeita!

Kakucho não sabia nem o que dizer, estava simplesmente chocado. Então até ele se apaixonava?

— ...Mas quem é ela? — Ao mesmo tempo, sentiu pena da vítima. South era tão assustador! E também, não podia deixar de sentir pena de South, ele nunca seria correspondido. Para ser correspondido, talvez precisasse mudar aquela cara assustadora e todo o resto!

— ...Ela trabalha na pastelaria do centro. — Respondeu, corado. Sim, South também sabia corar! Embora toda aquela revelação fosse assustadora para Kakucho, se sentiu aliviado: no fim das contas, aquele cara era mesmo um humano! Se apaixonava e se iludia como todos os outros.

— Pastelaria?! O que tem pastelaria? — Shion e Mochizuki se intrometeram na conversa e quiseram saber de mais detalhes. Quando souberam, tiveram a mesma reação de Kakucho. — APAIXONADO?!

— E aí, vão me ajudar ou não?! — South emitiu aquela sua aura assustadora e assassina de sempre, e logo eles perceberam que ele nunca mudaria: seria sempre assustador.

— É... Tá bom. — Os três acabaram concordando.

Continua... 

South Apaixonado! - Terano South x Brazilian ReaderOnde histórias criam vida. Descubra agora