Seventeen

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Point Of View: Lauren Jauregui

Acordei na manhã seguinte sentindo a cabeça pesando e a primeira coisa que a minha mente fez questão de me lembrar, foi da loira que eu tanto havia tentado esquecer na noite anterior. Mais precisamente, daquela cena em seu consultório com seu namorado.

Namorado... Sim, ela é comprometida e mesmo assim, se envolveu comigo. Disse que queria tentar algo, mas como poderia, se ela já tem alguém?

Balancei a cabeça para espantar tais pensamentos, mas me arrependi no exato segundo em que senti a dor se tornar um pouco mais aguda. A famosa ressaca.

Agradeci os deuses por não precisar ir trabalhar e por fim, me levantei, indo até o banheiro, afim de realizar minha higiene matinal.

Já de banho tomado, dentes escovados e roupa trocada, fui até a cozinha ao sentir o gostoso cheiro de café que vinha de lá, me surpreendendo ao encontrar Cecília preparando o café da manhã.

- Bom dia... - Murmurei, apertando os olhos, como se mantê -los daquele jeito iria ajudar a amenizar a dor.

- Bom dia, Laur. - A morena colocou uma caneca preta a minha frente, na companhia de alguns comprimidos. - A ressaca está muito ruim? - Dei de ombros, tomando um generoso gole do líquido preto fumegante.

- Nada que eu não suporte, já tomei porres bem piores do que esse. Agora me diz, por quê você está preparando o café da manhã e cadê a folgada da Dinah?

- Eu me ofereci para fazer e Dinah não recusou. Ela saiu, mas disse que volta para buscar a gente para o fim de semana na casa de praia. - Bati a mão na testa, me repreendendo mentalmente por tal coisa na mesma hora, eu havia esquecido totalmente que iríamos passar o fim de semana na praia e com tudo o que aconteceu no dia anterior, eu nem sabia se estava com ânimo para isso. - Nem adianta fazer essa cara, Lauren. Você não vai faltar, eu finalmente consegui fazer a Estefânia mudar de ideia e ir com a gente, você não vai desistir agora, vai?

Por alguns segundos, pensei nos prós e contras daquele fim de semana, e em nenhum dos "prós" estava em ficar em casa com dor de cotovelo.

Olhei para Cecília e esboçando o sorriso mais confiante que eu conseguia, a respondi:

- E, por acaso, eu sou mulher de desistir assim? - O brilho nos olhos verdes a minha frente dedurava ainda mais a sua nítida felicidade pela minha resposta. - Eu vou separar uma roupa de banho, enquanto isso, será que você pode me fazer um favor?

- Claro, quantos quiser. Não estou aqui a trabalho, mas sempre posso dar uma mãozinha quando precisar. O que quer que eu faça?

- Liga para Dinah, diz para ela e sua namorada darem um jeito de levar a Allyson. - Ela me olhou com surpresa em sua expressão e talvez até um pouco de confusão. - Eu disse que não desisto fácil.

O sorriso que apareceu no rosto da mais nova foi tão genuíno, que foi impossível não sorrir também, antes de ir até o meu quarto e separar as roupas que eu precisaria durante todo o fim de semana.

•§•

Dinah chegou quase no início da tarde, trazia sacolas e mais sacolas nas mãos e um olhar animado no rosto, além de um copo de caipirinha, é claro.

Assim que pôs os pés no apartamento, a barulhenta polinésia já gritou a plenos pulmões:

- Vamos logo, porque esse fim de semana promete! Cecília, vamos passar na casa da sua namorada para buscar ela primeiro, depois vamos buscar a minha e quase namorada da Lauren, que eu acho que já seria se ela não tivesse dado um pé na bunda da palmito aqui! - Deu dois tapas no meu ombro, fortes o suficiente para fazer meus joelhos se dobrarem um pouco. - Vou dizer uma coisa, essa mexicana é mesmo uma imbecil, onde já se viu, dispensar uma gostosa como a Laur?! Claramente não bate bem!

- Quem não bate bem é você, Dinah. Nem saímos ainda e você já está bêbada? - Perguntei em ironia.

- Cala a boca, eu estou te defendendo e bêbada está a senhora sua avó, eu só estou um pouco alegrinha! - Berrou, enfiando o dedo no meio da minha cara. - E se eu faço isso, é porque eu te amo, sua ingrata!

- Espero que ela não esteja pensando em dirigir estando... Um pouco alegre. - Cecília disse, claramente mudando o que diria ao final da frase, por receber uma careta de Dinah.

- Mesmo se estiver, eu não vou deixar. Quem dirige hoje sou eu, vamos logo. - Peguei minhas coisas que estavam na bolsa no canto do sofá, as inúmeras sacolas de compras de Dinah e fomos direto para o estacionamento.

Não demoramos a estar na estrada, a caminho da casa de Estefânia, eu estava dirigindo, Cecília estava sentada ao meu lado, me guiando pelas ruas até a casa da família Lários e Dinah cantava alegremente uma música da Beyoncé que tocava no rádio, Crazy In Love, se sabia bem.

Nem mesmo precisei me aproximar muito para ver a mulher do restaurante de pé na calçada, com um homem alto ao seu lado, muito lindo até e uma garotinha agarrada em seu pescoço.

- Esse é o Gustavo, primo dela e aquela é a Dulce Maria, filha dele. - Explicou a morena. - As duas são muito apagadas, então é sempre um sacrifício quando a Estefânia precisa ficar mais do que algumas horas fora. - Concordei com um aceno e já estava elaborando uma resposta, quando ouvi a voz infantil berrar.

- Cecília! Que saudades eu senti de você, olha, papi, a Cecília apareceu!

E os minutos seguintes foram de apresentações e algumas histórias contadas por Dulce Maria e sua mãe, Tereza, uma mexicana que, com seu fofo sotaque, dava para ouví-la contar quantas história quisesse.

Quando finalmente pudemos voltar a estrada, agora com Estefânia nos acompanhando, dirigi até a casa de Normani, não demorando a ver a mesma saindo de lá, carregando malas e malas nas mãos. Ninguém disse a ela que é apenas um final de semana não?

Já estava me preparando para sair do carro e ajudá-la, quando vi a figura da loira deixar o imóvel na companhia do namorado. Congelei no lugar.

Nem sei o que aconteceu nos minutos seguintes, quem ajudou Normani com as malas ou o que Cecília cochichou em meu ouvido, só voltei a realidade quando a voz do homem se fez ouvir.

- Tem espaço para mais um? - Ele perguntou.

- O Liam vai com a gente. - Explicou Brooke, fazendo questão de olhar para mim.

Aquele seria o fim de semana mais longo da minha vida.

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