Thirty-One

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Point Of View: Lauren Jauregui

Seis meses depois...

Seis meses, foi o tempo que levou para que eu superasse as tantas coisas ruins que aconteceram na minha vida nos últimos tempos.

Não vi mais Allyson desde a noite em que ela disse que me amava. Faz seis meses que não a vejo, ou tenho alguma notícia dela, liguei, mandei mensagem, fui até a casa do pai dela, até mesmo no consultório, apenas para descobrir que ele havia virado uma pequena fábrica de enlatados.

Ela simplesmente desapareceu...

E como se não bastasse, em meio a toda a minha preocupação com a loira, a doença da minha mãe piorou, a cada dia seu estado de saúde decaía, até que o inevitável aconteceu... Perdi minha mãe há duas semanas atrás.

O sol batia com tudo em meu rosto, mas eu nem me dei ao trabalho de me mover, meu corpo todo ainda doía, nas últimas duas semanas, não me levantei nem mesmo para ir trabalhar.

Ouvi meu celular tocar e estiquei uma das mãos para pegá-lo, atendendo a chamada sem nem mesmo olhar o nome no identificador.

- Alô? - Murmurei sem muita vontade.

- Laur? Onde você está? Pensei que nós tínhamos combinado de você vir nos buscar no aeroporto. - Era Dinah do outro lado da linha.

Me xinguei mentalmente, eu havia me esquecido completamente de que eu precisava ir buscá-la no aeroporto. Ela estava voltando do Caribe com Normani, elas estavam em lua de mel há quase um mês.

- Desculpe... Eu me esqueci disso. Para dizer a verdade, eu acho que estou meio gripada.

- Tá bem... Nós vamos pegar um táxi agora e vamos até aí, porque não importa quanto tempo eu passe longe, ou se estamos nos falando por telefone, eu sempre sei quando você está mentindo.

E sem me dar qualquer direito de resposta, ela simplesmente desligou, me fazendo xingá-la mentalmente também.

- Droga, Dinah! - Ralhei, me levantando da cama e olhei ao redor, vendo a enorme bagunça no meu apartamento.

Dei uma rápida arrumada, tirando as caixas de pizza espalhadas pelo chão, as latas de refrigerante e os pacotes de biscoitos, sumindo com todo aquele lixo.

Assim que terminei, ouvi batidas na porta, apenas para no instante seguinte, ver a mesma sendo aberta com tudo, e o furacão chamado Dinah Jane entrou no apartamento.

- Lauren, amor da minha vida! - Gritou, me sufocando em um abraço apertado. - Anda, conta tudo... O que aconteceu? Você está um trapo, amiga.

- Ah, que bela forma de dizer olá, não é? - Ironizei. - Eu também senti sua falta, Dinah.

- É claro que sentiu, agora desembucha. O que foi que aconteceu para você estar com essa cara de quem comeu e não gostou?

- Bom, é que... - Ela nem me deixou falar e já foi logo me interrompendo.

- E por qual motivo essa casa está tão silenciosa? Onde é que estão a Taylor e a tia Clara? - A um tempo atrás, Dinah cismou de chamar minha mãe de tia, e eu achava super fofo quando ela fazia isso, mas agora me trouxe a triste lembrança de que eu nunca mais vou podê-la ouvir responder: "Tia nada, eu sou sua mãe emprestada e vê se me respeita, hein menina!"

- Bom, a Taylor foi morar com a Demi já tem um tempinho, e você saberia disso se prestasse atenção no que eu digo, e não se ficasse apenas me obrigando a te ouvir transar com a Normani por telefone. Sem ofensas, Mani.

Já bem no início da lua de mel das duas, Dinah acabou me ligando por engano, em um momento nada oportuno e talvez tenha me traumatizado.

- Tudo bem, depois dessa eu vou passar a obrigar minha esposa a desligar o celular quando nós formos... Bom, você entendeu. - Deu de ombros, como se fosse algo natural de se dizer, mas estava na cara a enorme vergonha que ela sentiu ao dizer aquilo.

- Tá, mas e a minha mãe emprestada? - A polinésia voltou a perguntar.

- A minha mãe, ela...

- Sua nada, nossa mãe. Aprende a dividir, sua boba! - Disse, me interrompendo outra vez. Por Deus, essa mulher não sabe calar a boca não?

- Como eu ia dizendo antes de você me interromper duas vezes... - Estreitei os olhos, demonstrando meu total descontentamento por isso, mas é claro, totalmente fingido. - A minha mãe morreu há duas semanas... - Sussurrei, já sentindo aquele nó na garganta se formar outra vez e meu coração doer, ainda mais pela expressão no rosto de Dinah.

- O q-que...? - Gaguejou.

- A doença piorou muito e ela não resistiu... - Sequei a lágrima solitária que escorreu, e senti um par de braços me rodearem, mas que para minha surpresa, não eram os braços de Dinah e sim os de Normani.

- Sinto muito, Laur. - Kordei sussurrou, enquanto me apertava em seus braços.

- Uau, eu não estava preparada para ouvir isso. - Dinah sussurrou, já se juntando ao nosso abraço. - O que eu posso fazer para te fazer se sentir melhor?

- Nada, eu vou ficar bem, só preciso de um tempinho.

•§•

Dinah e Normani passaram grande parte do dia comigo e só concordaram em me deixar sozinha, quando eu disse que precisava dormir um pouco.

Não era mentira, eu me sentia exausta de uns tempos para cá e precisava mesmo dormir.

Deitei na minha cama, pensando em como a minha vida virou de cabeça para baixo em tão pouco tempo.

Ouvi a campainha tocar, mas nem me movi, seja lá quem fosse, uma hora iria cansar e iria embora. Eu não podia estar mais enganada.

A pessoa do lado de fora tocou outra vez, e dessa vez, veio acompanhado de uma forte batida na porta, o que me obrigou a levantar e ir até a sala para abrir a porta.

- Já vou! - Gritei, mas isso não pareceu fazer efeito, já que ouvi a campainha outra vez. - Por Deus, não sabem mais esperar. Já disse que estou indo!

Rolei os olhos e finalmente abri a droga da porta, pronta para xingar a pessoa do outro lado, mas meu corpo congelou no lugar quando vi quem era.

- Oi, Lauren... - Murmurou com um sorriso no rosto.

- A-Allyson...?!

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