Como uma canção

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Bell estava arrasado, ele e seu pai estavam presos e a fera corria perigo, tudo era sua culpa e não tinha nada que ele pudesse fazer, além de acreditar que seu pedido tinha sido atendido, ele olha para o pai que parecia bem mais velho agora, com alguns fios brancos e os olhos cansados

— Pai se o Mathieu machucar ele eu sei o que fazer, ele... — Ele olha no fundo dos olhos do pai, se lembrando do fato que a fera o tinha contado Bell fala ao pai— ele me contou a verdade sobre a mamãe é por causa dela que ele ficou daquele jeito

—... Ela nunca me contou sobre o passado dela — O pai de Bell nunca falava sobre a mãe do garoto, era difícil demais — Mas ela me disse que você ia ser a chave para consertar as coisas que ela tinha feito, você era o pequeno botão de rosa dela

— Rosa?... A rosa! — Bell pega o pequeno broche dourado de rosa no seu cabelo e começa a abrir a cela, ele tem dificuldade, mas consegue, ele e seu pai saem as pressas em busca de cavalos para chegar até o castelo da fera antes que Mathieu fizesse alguma loucura.

A fera sem saber que seu amor tentava de tudo para voltar aos seus braços se isola esperando seu fim, a velha bruxa tinha razão ele só via o superficial e quando ele finalmente aprendeu já era tarde demais, ele se pergunta como Bell ficaria quando ele se fosse, Lumiere entra apressado no quarto e a fera o ignora continuando a sua melancólica

— senhor, um grupo de homens se aproximam eles não parecem amigáveis — A fera não mexe um músculo — Senhor, o que devemos fazer?

— Deixem que entrem, eu não me importo — Lumiere se vira e vai embora sabendo que não adiantaria falar nada, mas antes de ele fechar a aporta da um conselho

— Senhor, Bell desistiu da felicidade pelo amor que ele tem pelo pai, não foi uma decisão fácil, agora você tem a sua, lutar por uma causa perdida ou morrer sem nem tentar — A fera vira o rosto um pouco, mas ainda sim não sai do lugar — Só tenha certeza de não se arrepender da sua escolha

Ele vai embora, e a fera volta para sua tristeza que dilacerava sua alma em milhões de pedaços, a ultima pétala murcha e agora sua cor antes viva era acinzentada.

Mathieu chegava ao castelo da fera com uma caravana, Victor andava atrás abatido, ele amava Mathieu, mas percebia agora que esse amor o cegou da crueldade que Marhieu o tratava, da obsessão por Bell, aquilo estava chegando longe demais

— Vamos amigos, vamos matar a fera, antes que ela mate cada um de nós — Mathieu discursava de frente para os portões do castelo — Quem esta comigo?

Vozes em uníssimos gritam, mas antes de invadirem Victor entra na frente

— Isso foi longe demais Mathieu, deixe Bell ser feliz, deixe essa sua obsessão para trás, ele não te ama e mesmo que você o entregue o mundo ele não vai te amar — Mathieu da um soco na boca de Victor o fazendo cair no chão e depois chuta suas costelas o deixando sem ar

— Você tá me estranhando, seu viadinho de merda — Os aldeões riem de Victor, Mathieu gostar de homem era uma bobagem, ele se aproxima do ouvido de Victor e sussurra — Eles nunca vão acreditar em você, então nunca mais diga isso para alguém

Eles deixam Victor agonizando e vão até o portão do castelo, Mathieu estava fora de si, os aldeões entram no enorme castelo, todas as luzes estavam apagadas e não havia objetos em volta, Mathieu sobe as escadas e vê um corredor destruído, ele resolve seguir este caminho em busca de fera, no fim do corredor ele quebra a porta revelando a enorme fera

— Então você é a tal fera que roubou o coração de Bell? — A fera se mantem calma olhando para o horizonte na varanda — Porquê ele se apaixonou por você? Ah! Eu já sei, você deve ter um pau monstruoso não é? Eu não sabia que Bell era uma puta assim, mas relaxa quando você morrer eu vou satisfazer ele

Mathieu pega no seu volume e a fera com raiva o ataca, ele pega o rapaz e o prensa na parede, ele rosnava e suas garras quase perfuravam sua pele

— Não fale dele assim, você nunca vai tocar nele — Mathieu respirava com dificuldade, mas mesmo assim riu da cara da fera

— Me mate, e mostre para ele o monstro que você é, eu sei que você quer isso — A fera aperta mais o pescoço de Mathieu, se ele fizesse um pouco mais de força ele poderia mata-lo com facilidade, mas o rosto de Bell veio a sua mente e ele o soltou — Covarde

— Agora me diga quem é o homem e quem é a fera? — a porta se escancara e os dois se viram para ver, Bell corre e abraça a fera o mais apertado que podia

— Eu voltei, eu voltei... me desculpa eu... — a fera o abraça de volta e um sorriso surge no seu rosto

— idiotas — Um alto estalo se houve e uma mancha vermelha suja o abdômen da fera, crescendo sem parar, ele cai no chão e Bell vê mathieu segurando uma arma

— Não! — as lagrimas escorrem, ele não tem tempo de ver se a fera estava viva o não, mas se estivesse ele precisava salva-lo, Bell corre até Marhieu e os dois começam a brigar

Bell tenta pegar a arma da mão de Mathieu e alguns tiros são disparados, eles começam a andar até a varanda, Mathieu bate as costas na varanda que se rompe fazendo os dois caírem, Bell e Mathieu se seguram na varanda , os dois tentam subir, mas sem ajuda e brigando era impossível, alguém surge no quarto, uma pessoa que não tinha motivos para salvar nenhum dos dois, Victor

— Victor me ajude a subir! — Mathieu gritou com desespero — Eu estava errado, eu te amo, nós podemos ficar juntos

— Não escute ele, Mathieu não sabe e nunca vai saber o que é felicidade, não deixe ele te enganar — Victor estava indeciso, por um lado se ele salvasse Mathieu, Bell morreria e eles poderiam ficar juntos, mas se salvasse Bell estaria fazendo o certo, porem o seu amor morreria

— Victor, você não pode viver sem mim, você disse que me amava — Victor não podia estar mais confuso, o tempo acabava e ele não conseguia escolher

— Ele me arruinou Victor, ele atirou em quem eu aprendi a amar, não deixe ele te arruinar também — os dois começam a escorregar e Victor precisava escolher — Você merece alguém melhor

Victor segura um dos garotos e o outro cai, ele havia decidido, Victor o puxa o trazendo para cima, o garoto que caiu nem se ouviu o impacto, ninguém o enterrou e só uma pessoa chorou pela sua morte

— Obrigado — Bell agradece, ele abraça Victor sabendo que foi uma escolha difícil, Victor chora, mas não ousa deixar a morte daquele monstro te afetar

— Salve o seu amor, é difícil achar um que vale a pena — Bell corre até a fera, ele respirava com dificuldade e sua pulsação diminuía a cada momento

— Não... não morra você precisa aguentar — A fera mesmo com dor sorri por poder ver seu amado no seu fim — Eu não posso viver sem você

— Você foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida — Ele tosse e sangue sai da sua boca, Bell tenta estacar a ferida, mas nada adianta — Obrigado por... me ensinar a amar.

A fera fecha os olhos e a ultima pétala cai, a maldição tinha sido concluída e todos no castelo tinha perdido sua vida, esquecidos como mobília, Bell chora no corpo da fera, ele não podia crer que aquele era o fim

— Eu... te amo...

Bell e o monstroOnde histórias criam vida. Descubra agora