Peter havia falado com Adam, segurado a sua e dito palavras tranquilas. Eu não era ingênua, aquilo foi uma descrição perfeita das suas mentiras lançadas sobre mim e eu precisava urgentemente fazer alguma coisa.Dom dirigia o carro numa velocidade mínima, deixava-me ainda mais apreensiva com tudo. Encostei a minha cabeça na vidraça e ouvi os pingos da água novamente, deixando tudo ainda mais melancólico e sonolento.
Ouvi um sussurro baixo, um ruído no banco de trás e virei o rosto, mas optei por não olhar. Logo percebi que era Flynn novamente, cantarolando um som fino causado pela garganta, enquanto sentia as suas mãos pelo banco logo atrás do meu cabelo.
— Está tudo bem? — Ouvi a voz de Dominik e virei o meu rosto para ele.
— Vi Peter com Adam, eles estavam conversando como pessoas civilizadas.
— O quê? — Bradou instantaneamente. — Acha que ele está do lado de Adam?
— Não sei o que pensar sobre isso. — Eu disse a verdade e comecei a observar as pontas dos meus dedos, rastejando sobre os meus joelhos descobertos.
— Você está linda nesta roupa caipira.
— Obrigada. — Sussurrei e ergui os olhos para Dominik, que olhou-me curioso.
— "Obrigada" pelo o quê?
Olhei para trás e Flynn olhava-me com o rosto contente, satisfeito consigo mesmo enquanto cerrei as mãos e observei a estrada, com raiva.
— Rose. O que está acontecendo com você?
— Deixe-me em paz, Dominik. — Berrei com raiva, ele não disse mais nada, aumentando a velocidade do carro.
Me arrependi de ter dito, mas não me redimir com ele e tentei ao máximo não querer dizer mais alguma besteira. Minha cabeça estava explodindo e precisa a ficar sozinha, Dominik me deixava confusa e não conseguir raciocinar com ele por perto.
As lacunas vazias dentro da minha cabeça estavam sendo preenchidas por ele e a chance de tudo isso ser tirado de mim por Peter, eu perderia os sentidos. Preferia tê-lo ao meu lado de uma forma totalmente distinta do que tê-lo morto.
Chegamos em casa um tempo depois, Dom havia ficado calado todo o percurso, o que senti ainda mais o caos nas minhas veias. Parou o carro na frente da sua casa e descemos, juntos. Precisava dizer alguma coisa, qualquer coisa que fosse o fazer dizer, transmitir algum sinal.
— Irei invadir o sistema de Peter, descobrir as suas intenções. — Eu falei olhando-o. Ainda não me importei com a chuva nos molhando, enquanto eu o encarava de costas para mim. — Sei que parece bravo, mas quero que saiba que não me importo.
Menti.
Quem eu estava tentando enganar, afinal? Eu não tinha ninguém, Dominik entrou na minha vida de modo sorrateiro e natural, agora não conseguia mais tirá-lo de mim. Quando sinto-me só, é nele que os meus pensamentos me leva e eu precisava esconder amargamente essa necessidade descontrolada de tê-lo. Sem deixar de mencionar que ele foi o único ser vivo que tenha me deixado excitada, principalmente quando lembro-me do gosto do sangue nos seus lábios.
— Diz alguma coisa. — Pedi, observando-o de costas para mim.
Senti o meu cabelo colado no meu corpo, com a chuva sobre mim.
Dominik virou-se.
— Você está me deixando completamente louco. — Cochichou e levantei os olhos. — Não deveria me sentir assim, mas esse sentimento cresce ao ponto de me tirar o sono.
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Últimas Pistas - Livro 3
Mistério / SuspenseTerceiro livro da trilogia de PISTAS. Livro 1: Entre Pistas Livro 2: Pistas Perdidas "Uma morte não solucionada." A morte havia voltado para a vida de Rose Mariana. A história não havia chegado ao fim. Desta vez, apesar do q...