Capítulo 1 - Aproveitando o inferno

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Camila Cabello.

O barulho ensurdecedor invadia todo o ambiente, o som das guitarras explodindo nos altos falantes da arena me deixavam sempre tonta. Eu deveria está acostumada com isso tudo, certo? Afinal, desde dos três anos eu sou levada para esses show. Quer dizer para os shows do meu pai. Embora eu não ache o nome "pai" apropriado para Alejandro Cabello . No começo eu até achava divertido pobre criança iludida que eu era, entretanto, nos dias atuais isso é uma droga de sacrifício. Definitivamente isso não era vida pra ninguém ficar presa dentro de um ônibus no mínimo sete meses por ano. Tenho dezoito anos e não tenho ideia de como é ser uma adolescente normal. Do tipo que pode estudar em uma escola normal com pessoas normais. Eu tinha professores particulares que aceitaram viajar na tour de Alejandro por um ano para que eu concluisse meus estudos, claro que eles recebiam um cheque gordo para aceitar a proposta. Isso aqui era um inferno. Tantas pessoas sonham em ser famosas para serem reconhecidas e notadas , enquanto eu desejo todos os dias o oposto. Eu só queria não ser ofuscada por tantos flashes, não queria ser perseguida por tantos paparazzi por ser a única e prodígio filha de Alejandro Cabello. Ele nunca fez questão em me dá o direito de viver uma vida normal, sempre me exibiu para a imprensa dizendo que eu o substituiria brevemente, que me lançaria como cantora de Rock. Andar na sombra do meu pai era um inferno. Era como estar em uma prisão sem grade, sem ter escapatória. A única amiga que eu tinha era a Ariana que vive a mesma situação que a minha sendo que seu pai é apenas baterista da banda, sua mãe faleceu logo cedo e a única alternativa que ela teve foi ficar com o pai.

– Mila? – Ari me chamou, me tirando dos meus devaneios de como minha vida é uma merda.

– Oi, Nana. O show já tá perto de acabar? Tô morta de cansada, tudo que eu desejo nesse momento é minha cama e uma fatia de pizza.

– Quando você não quer um pedaço de pizza? – Ariana falou, exibindo seus dentes perfeitos fazendo que no seu rosto aparecesse aquelas covinhas lindas.

– Tem razão. Muita gente lá fora? – Perguntei entediada.

– Lotado como sempre seu pai é uma estrela do rock.

– Preferiria que não fosse, só assim eu não estaria nesse inferno.– Respondi indignada, ajeitei alguns fios de cabelo que caiam no meu rosto.

– Já me conformei Mila, você deveria tentar fazer o mesmo.

– Nunca vou me acostumar com essa vida de cão. – Retruquei, fazendo Ariana revirar os olhos com meu discurso de sempre.

– Vamos dá uma volta pelo camarote? Comer porcaria por lá ou beber você quem decide. – Ela perguntou, animada.

– Não tô com muito clima pra isso não.

– Te compro uma pizza mais tarde.

– Isso é jogo baixo, mas sendo assim eu aceito.

Saímos dos bastidores eu bocejava a cada cinco minutos, andamos pelos corredores estreitos até que depois de alguns minutos chegamos ao camarote. As pessoas pulavam animadas, balançavam a cabeça, bebiam e saboreavam seus cigarros. Nenhuma novidade. Alguns fotógrafos caminhavam pela área e quase me cegaram com os flashes ao ver a filha prodígio curtindo o show do pai, já que eu evitava sair o máximo possível dos bastidores. Tirei minha carteira de cigarro do bolso... foi engraçado o motivo de eu ter começado a fumar depois de uma briga intensa com meu pai eu caminhei até uma loja de conveniência e comprei uma carteira de cigarro dei graças a Deus por ninguém ter me reconhecido na rua. Então, caminhei de volta para o hotel e subir para o terraço. Então, fumei um cigarro e achei maravilhoso apesar de ter tossido pra cacete na primeira tragada. Lembro bem da sensação, que me pareceu de delicia absoluta, do meu corpo ficando dormente a partir da ponta dos dedos. Fumar escondido se tornou um hábito. Que agora não era mais tão escondido assim, mas a sensação de contrariar meu pai é igualmente deliciosa.

– Esse cigarro ainda vai te matar... – Ari me repreendeu.

– Deixa de ser careta, eu fumo pra morrer mesmo.

E mais flashes me cegando. Argh. Que raiva, por isso eu não saia da bosta dos bastidores. Não posso nem movimentar um dedo que esses fotógrafos registram tudo.

– Vem vamos beber. – Ariana puxou minha mão me arrastando em direção ao bar.

– Dois Bloody Mary, por favor – Pedi ao garçom.

– È pra já – Ele virou as costas para nós indo preparar os drink's. O garçom retornou após alguns minutos com nossas bebidas. Segurei minha taça e dei uma olhada ao redor e vi uma garota loira com traços finos, olhos azuis, camisa preta com um símbolo que eu não conhecia,seus olhos se prendem ao meu e ela mordeu o lábio fazendo um convite convidativo para que eu devorasse ali mesmo.

– Nem pense nisso, Camila Cabello – Ariana acompanhou meu olhar.

– Só quero sair desse tédio.

– Na última vez que você quis sair do tédio dessa maneira seu pai te pegou no flagra e deu em merda.

Ri lembrando da cena, meu pai chegou no ônibus e me viu fazendo coisas... ele gritou comigo e tudo que eu fiz foi ficar debochando da cara dele. A menina foi arrastada pelos seguranças do meu pai completamente nua com as roupas na mão. Até sentir pena da coitadinha.

– Prometo que vou ser rápida, e relaxa eu não vou pro ônibus dessa vez. O banheiro serve.

– Mila...interrompi.

– Já basta meu pai enchendo meu saco, não preciso de babá, ok ? –  sai andando em direção a garota de olhos azuis mordia o lábio de uma forma sacana. Puxei-a para dentro do banheiro agarrando seu cabelo e iniciando um beijo cheio de volúpia. Nem preciso contar o que aconteceu depois, não é?

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