Capítulo 7 - De joelhos aos seus pés

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​Lauren Jauregui.

Não consegui encontrar a menina de olhos castanhos depois que o avião aterrissou. Não que eu estivesse procurando ou algo do tipo. Foi apenas um comentário que talvez não acrescente nada na minha vida. Dinah desfilava pelo aeroporto com Normani. 

Nem fiz questão em falar com ela depois da grande ajuda que ela me deu dentro do avião. Ela poderia ter trocado de cadeira ou feito qualquer coisa, sei lá, só queria que ela demonstrasse que se importa nem que seja um pouquinho comigo. O clima havia mudado drasticamente, diferentemente do clima seco de Miami. Me agasalhei da melhor forma que pude. Vesti um suéter de lã com um, sobretudo preto, luvas, toca preta que tinha meu sobrenome escrito (amava essa toca com todas minhas forças).

– Welkom dames. – O taxista deu boas vindas em Holandês.

– Jij spreekt Engels? – Perguntei, com meu holandês totalmente enferrujado, lembrando das minhas antigas aulas de Holandês pelo menos serviu para alguma coisa. Mas, eu continuava horrível nesse idioma.

– Sim senhoritas. Falo Inglês também. A maioria fala, acho que vocês não vão ter dificuldades. – O taxista disse e abriu a porta traseira para nós. – Assentimos com a cabeça – Onde ficarão hospedadas? – O taxista simpático questionou colocando o taxímetro pra rodar.

– The Toren – Respondi, e logo ele deu partida no carro.

– Ótima escolha afinal. É um bom hotel. – Ele falou, com um sorriso amistoso no rosto.

Porque todo taxista tinha que conversar pra caramba?

Me perdi em pensamentos observando aquela cidade tão maravilhosa pela janela. Estava ansiosa para caminhar na cidade. Alguns minutos depois o taxista estaciona na frente do hotel. Retiramos nossa bagagem do porta mala com ajuda dele. Paguei a corrida e entramos naquele tão aconchegante hotel. Pedi na recepção a chave dos nossos quartos. Depois de uma grande discussão antes de viajar para cá, decidimos que seria melhor cada uma ficar com um quarto individual por causa da privacidade. O grupo tinha muitos pontos para começar a trabalhar, e o começo não poderia ser tão invasivo. Ash nossa empresaria comunicou que chegaria amanhã para nossa reunião com a equipe da Sony. Hoje nós teríamos o dia de descanso, a viaje de fato foi um pouco cansativa. Escolhemos os quartos no mesmo corredor. Dinah apressou-se em entrar no seu quarto sem se despedir de ninguém, aposto que ela cairia na cama e só acordaria pra comer ou nem mesmo pra isso. Normani me deu um sorriso amistoso antes de fechar sua porta e Ally se aproximou de mim e me abraçou antes de sumir do meu campo de visão. Destravei a porta com o cartão que me deram na recepção. Suspirei com satisfação quando me deparei com o quarto. Tinha quase certeza que meus olhos estavam brilhando com aquela imagem. O quarto era decorado com cores quentes, com um papel de parede belíssimo marrom e uns desenhos abstratos. A cama estava forrada com uma colcha macia vermelha com riscos brancos. O quarto era perfeito e pra completar o pacote a varanda me dava à maravilhosa visão do canal. Meu queixo caiu diante daquela paisagem. Coloquei minhas malas no canto do quarto e fui para o banheiro tomar banho. Não demorei muito no banheiro, depois me joguei na cama e cochilei.


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Algumas horas depois eu e as meninas descemos para jantar. O restaurante do hotel também era deslumbrante assim como ele todo.

– Isso aqui é um arraso – Dinah exclamou , animada.

– Simplesmente maravilhoso – Normani falou olhando ao redor.

– Concordo – Eu e Ally falamos ao mesmo tempo.

Pedimos nossos jantares e comemos mantendo uma conversa animada e sem discussões o que era um milagre. O garçom de aproximou da mesa e colocou um drink sob a mesa, olhei pra ele com curiosidade.

– Eu não pedir nenhuma bebida – Afirmei.

– Cortesia daquele senhor – Ele gesticulou com a cabeça e o homem levantou o copo com um sorriso amigável.

– É gatinho – Dinah comentou ao meu lado. O homem caminhou até a nossa mesa, e eu pude ver de perto sua beleza. Seus cabelos era um pouco compridos, seus olhos castanhos claros, sua pele pálida como a minha e uma barba rala cobria seu rosto. Realmente ele era bonito. Retribui seu sorriso.

– Poderia me dar à honra da sua companhia – Ele questionou, com aquele típico tom galanteador.

– Estamos subindo para o quarto – Normani piscou para mim, antes de sair em direção ao elevador. Ri disfarçadamente.

– Claro, fique a vontade – Gesticulei para cadeira na minha frente.

– Prazer Matt – Ele pronunciou, e beijou minha mão. Sorri sem graça.

– Lauren – Me apresentei.

– Jauregui? – Ele questiona, com curiosidade.

– Sim – Respondi me arrependendo antecipadamente por ter dito meu nome verdadeiro.

– Já te vi na televisão algumas vezes, moro em Miami também. Percorri os olhos ao redor, preocupada. Será que alguém da imprensa tinha descoberto nosso esconderijo?

– Não se preocupe, eu não sou repórter. Nem da imprensa. – Ele falou, com um sorriso no rosto se aproximou mais um pouco e falou – Seu segredo está a salvo comigo.

Ri abertamente e ele piscou para mim. Oh céus. Eu estava totalmente encantada por ele. Conversamos por algumas horas. Ele era engraçado e gentil. Era um bom ouvinte. E o fato de eu ser "famosa" não o abalou nenhum pouco. Ele não me tratou como uma super estrela, apenas como uma mulher normal. Entramos no elevador e ele entrelaçou sua mão na minha. O elevador parou no seu andar e ele se aproximou do meu rosto e depositou um beijo na minha bochecha.

– Espero te ver de novo, me ligue – Ele acenou e a porta de ferro do elevador se fechou novamente. Sorri animada. Nos dias atuais era quase impossível encontrar um homem cavaleiro dessa maneira e ainda por cima lindo. O elevador parou no meu andar e eu andei saltitante pelo corredor, erro meu. Acabei tropeçando nos meus próprios pés por causa do álcool que corria pela minha corrente sanguínea. Cai de joelhos no chão e vi dois pés na minha frente.

– Não esperava que você cairia aos meus pés tão rapidamente – Uma voz suave pronunciou com ironia. Ergui meu olhar, e vi aqueles olhos castanhos profundos me fitando com o semblante divertido.

– Você tá me perseguindo? – Questionei , irritada continuando de joelhos no chão.
A menina de olhos castanhos se aproximou de mim agarrando minha cintura e me colocando de pé. Terrível erro. Ela tava perto, perto demais.

– Bem, acho que posso te fazer a mesma pergunta. – Ela rebateu, com cinismo. Aqueles olhos castanhos de tão perto era tão encantador. Respirei fundo tentando recuperar minha sanidade. Balancei a cabeça em negação e recuei dois passos pra trás.

– Esbarro com você por ai – A menina de olhos castanhos disse com um sorriso torto e saiu a caminho do elevador sem me dá tempo de resposta. Que diabos.

Eu a desejei como se lâmpadas mágicas existissem. Jesus, eu não devia tá pensando nessas coisas. Por que ela tinha tanto efeito em mim? Porque ela era insuportável... somente por isso.

Dark StarOnde histórias criam vida. Descubra agora