Lauren Jauregui.
Os últimos dias passaram se arrastando. Nossa gravadora havia marcado uma reunião importante com o grupo no fim de semana, então todos os dias foram bastante tensos para todas nós. A ansiedade e preocupação foram sentimentos frequentes nessa semana. Eu não tinha ideia do que era, mas tinha o pressentimento que não era coisa boa, dada nossa atual situação. O clima tava totalmente pesado dentro da van, ninguém ousava em falar uma palavra. Dinah ouvia música na última cadeira dividindo o fone com Normani, Ally observava a rua pela janela. E eu observava as quatros. Estaria mentindo se eu dissesse que não estava preocupada com isso tudo. Era complicado ver o grupo se dissolvendo dessa maneira, e ninguém fazia nada para reforçar uma base sólida. Chegamos à sala de reuniões da Epic nossa gravadora, Normani se sentou ao meu lado, Dinah e Ally na minha frente. Coloquei os óculos escuros no rosto e observei quatro homens de ternos passando pela porta. Nossa empresaria se mexeu desconfortavelmente na cadeira, coisa boa não iria sair disso aqui.
– Boa tarde senhoritas. Prometo não tomar muito do seu tempo. O homem que parecia ser o mais velho dos três se pronunciou, provavelmente ele era alguma representante importante da Epic. Respirei fundo acalmando meu estômago que insistia em se agitar.
– Bom... Ele continuou – Tenho uma péssima noticia pra vocês. A Epic declara oficialmente que não somos mais a gravadora da Four Harmony.
Meus olhos instantaneamente encheram de lágrimas, olhei para a expressão das meninas e não era muito diferente da minha.
– Sinto te informar que você não pode fazer isso, o contrato é de cinco anos – Nossa empresária argumentou.
Ash era uma mulher bonita, corpo magro, pela branca, rosto marcante, dentes tão brancos que doía na vista tinha uma postura firme e mesmo assim era um amor de pessoa conosco.
– Bom, eu sei disso – Ele falou, arrogantemente.
Minha vontade era de esmurrar aquele arrogante, só porque tinha dinheiro se achava o dono do mundo?
– Vamos quebrar o contrato e pagaremos a pela multa pela rescisão.
– Por que vocês estão fazendo isso? – Perguntei, abrindo a boca pela primeira vez naquele dia.
– Não iremos sujar o nome da gravadora com a decadência de vocês.
Então era assim que funcionava? Só porque nós estávamos passando por uma fase ruim iríamos ser descartadas como objetos. Eu devia está acostumada com isso tudo, era assim que funcionava o sistema.
– Vão se arrepender amargamente por estarem fazendo isso. – Exclamei, com raiva – Quando essa crise passar vocês vão rezar e implorar para que a gente assine novamente com a Epic, escrevam o que eu estou dizendo.
– Não teria tanta certeza disso minha querida. A crise do grupo não vai passar, só estamos adiantando o fim. Não coloque a culpa em nós. – Ele disse, friamente.
– Vocês são todos um bando de desgraçados que só querem saber de dinheiro. Seus hipócritas. – Gritei na sala, querendo avançar no pescoço daquele miserável, Ally me puxou delicadamente pelo braço para que eu me retirasse da sala com ela.
Ash discutia com eles na sala de reuniões enquanto nós prendíamos o choro na garganta, pelo menos no momento. Eu não daria o gostinho de chorar na frente daqueles sangues sugas. Trinquei minha mandíbula ou choraria ali mesmo. Esperamos longos dez minutos até que a porta se abriu novamente e Ash atravessou a porta com um olhar triste no rosto. Assim que entramos na van eu deixei as lágrimas escorrerem dos meus olhos, Ally soluçava e Dinah se desmanchava em lágrimas.
Puxei Ally para um abraço que logo se acomodou na curva do meu pescoço molhando toda gola da minha blusa com suas lágrimas, eu não me importava. Só queria ter conforto por um momento. Só queria abrir os olhos e perceber que aquilo tudo era um terrível pesadelo. Mas, infelizmente essa era nossa nova realidade. A banda não tinha mais gravadora. Jesus, isso era péssimo.
– Vamos passar por isso pequena – Sussurrei , tentando confortar a baixinha. Eu não tinha certeza daquilo, eu não tinha certeza de nada. Apenas que a nossa situação crítica.
– Não vamos não. Nosso sonho acabou Laur. Acabou. – Falou, entre soluços.
Meu coração partiu em mil pedaços ao ouvir aquela afirmação. Quando não temos mais esperança temos que nos agarrar a fé, e eu tinha fé que tudo ficaria bem. Ou pelo menos eu esperava que ficasse.
Cada uma se encaminhou para suas casas. A semana foi um inferno. Os rumores que a banda havia terminado eram muitos. Ninguém havia se pronunciado sobre o assunto ainda Ash que pediu isso. Não falei com as meninas a semana inteira, aposto que a situação delas não era muito diferente da minha, passei a semana trancada no quarto. Ash marcou uma reunião com nós, talvez fosse para anunciar o fim da banda a imprensa. Nós no encaminhamos para a casa que nós passávamos a maior parte do tempo, já que nossa rotina era esmagadora. Morávamos juntas, bom, acho que já posso conjugar no passado. Sentei no sofá sendo acompanhada por Dinah, Ally e Normani. Elas também estavam horríveis. Tanto fisicamente, como emocionalmente.– Olá meninas. Não irei prolongar essa conversa por muito tempo. Estou tão feliz que vou ser bastante direta. – Nossa empresária anunciou com um sorriso gigante no rosto.
Olhamos confusa uma pra outra.
– Four Harmony, não acabou – Ela sorriu – Vocês foram contratadas pela Sony, parabéns meus amores. – Ash começou a pular de alegria sendo acompanhada por nós.
Eu esfreguei os olhos algumas vezes tentando acordar daquele sonho. Cacete, era verdade.
Normani e Dinah se abraçam dando gritos histéricos. Ally me abraça forte afundando a cabeça no meu pescoço.
– Conseguimos, conseguimos – Eu repetia baixinho. As meninas se juntaram a nós em um abraço coletivo.
– Meninas – Ash chamou – Tem um pequeno probleminha nisso tudo.
Tava bom demais pra ser verdade, pensei.– Qual? – Perguntei.
– Bom, como a Epic quebrou o contrato. Vocês vão ter que começar o novo álbum do zero. E também vão ter que trabalhar por um tempo em Amsterdã. Eles exigiram isso. Eu acho que será bom para todas um tempo longe de toda essa pressão. Todas estão de acordo? – Ash questionou.
– Claro!!! – Exclamamos ao mesmo tempo.
Ela passou os detalhes do contrato e da viagem. Partíamos dos EUA amanhã. Eu estava genuinamente feliz e emocionada. A semana foi um loop de emoções diferentes. Seria perfeito viajar para Amsterdã, eu sempre quis conhecer a cidade, e essa era uma ótima oportunidade. Estamos tão acostumados com coisas ruins no nosso dia-a-dia que esquecemos que coisas boas acontecem inesperadamente também.
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Dark Star
FanfictionCamila Cabello tem dificuldades em lidar com a fama, que a acompanha desde criança, o fato da própria fama se deve ao pai que foi um rock star nos anos 90 e continuava fazendo sucesso até os dias atuais.Camila vive infeliz por ter que acompanhar o p...