Prends courage

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Era por volta das onze da manhã quando Mitsuya acordou, se sentia bem e feliz, pronta para outra e renovada.

Olhou em volta, o quarto do hotel todo bagunçado, peças de roupas espalhadas, uma garrafa vazia e taças na mesinha e a parte mais deslumbrante em meio a toda essa bagunça: um coreano de cabelos bagunçados dormindo ao seu lado. Tão lindo. Hoseok ressonava abraçado a si, como se quisesse lhe impedir de fugir, como se fosse um urso de pelúcia. Era tão bonito quando a pouca luz do sol que entrava por entre as cortinas ia de encontro com a pele pouco bronzeada, o peitoral nu com leve definição subia e descia devagar.

Se sentia uma pervertida.

Remexeu até ficar de frente para o rapaz, abraçando o corpo maior que o seu de volta.

Jung havia ido de surpresa na exposição, apareceu na platéia no meio do discurso de Papillon — quase engasga com as próprias palavras — e depois foi recebido pela japonesa, toda sem graça. Iria guardar essa lembrança para sempre. Kiko foi uma ótima guia, mostrou toda a exposição, com diversas artes de diversos artistas, deixando as atrações principais por último. Ficou toda sem jeito para os elogios do rapaz para com a sua obra, ele teve a melhor interpretação de primeira, como se soubesse o que estava pensando quando pintou o quadro.

Muito incrível.

Escorreu pelos braços de poucos músculos e levantou da cama, estava vestida na camisa do outro asiatico — típico —, caminhou calmamente até a janela e puxou a cortina, deixando o sol invadir o quarto e, ao ouvir um resmungo, sorriu em vitória.

– Bonjour! – Desejou animada.

Hoseok se apoiou em um braço e ficou deitado de lado, deu um lindo sorriso que, nossa, um belo contraste com o sol.

Ele combina com o sol, como se fosse parte do sol.

– Bonjour, chérie. – A voz rouca de manhã era o detalhe mais viril para Mitsuya, realmente, uma pervertida.

Não trocaram mais palavras, ficaram se encarando até que caíram na risada sem motivo, logo depois, a moça se direcionou ao banheiro para tomar banho e se surpreendeu quando percebeu a presença do seu companheiro no cômodo.

– Se não se incomoda... – Pegou uma das escovas de dentes lacradas na bancada e abriu. – ...quero realizar um desejo com você.

A pintora parou um momento para pensar bem naquele anúncio que lhe foi feito, começou a escovar os dentes ao lado do mais alto, o encarando tão profundamente pelo espelho que o deixava tímido.

– Não consigo adivinhar e estou curiosa. – Confessou.

– Estava tentando adivinhar? – Saiu meio incompreensível, devido a escova de dente na boca dele. – Poderia só ter me perguntado.

Terminaram sem pressa a higiene bucal e depois Mitsuya disse:

– Preciso desafiar minhas capacidades de dedução. – Explicou e sorriu sem mostrar os dentes.

O rapaz riu fraco.

– Só quero tomar um banho junto com você. – A japonesa sentiu suas bochechas esquentarem e viu que estava nítido na sua cara a timidez, quando Jung deu um sorriso cafajeste.

Virou de costas e se encaminhou para o box, tirou a única peça que lhe cobria e passou pela porta de vidro.

– Não vem? – Disse ainda sem olhar para o outro.

Hoseok riu desacreditado, se livrou da boxe que vestia e entrou no box junto da baixinha. Não era muito o de delongas. Segurou os dois lados do rosto da japonesa e juntou os lábios em um beijo lento e singelo, se encaixava perfeitamente e tudo só melhorou quando ela guiou suas mãos para a própria cintura, apenas para poder agarrá-lo pelo pescoço. Foi um banho demorado, mas sem sacanagem — na verdade, teve sim, só que mais soft.

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