XXXIII

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Para o homem, apenas há três acontecimentos: nascer, viver e morrer. Ele não sente o nascer, sofre ao morrer e esquece-se de viver.

Jean de la Bruyère

Ouvi o click da porta se abrindo e rapidamente me sentei na cama.

Eu mentiria se dissesse que passei o dia tranquilamente, pois não passei, durante toda a tarde e noite meus pensamentos estavam acelerados, eu queria tanto que ela viesse como ela prometeu tentar, mas ao mesmo tempo duvidava que ela viesse, e isso quase me matou, perdi a conta de quantas vezes no dia me obriguei a pegar um livro e relaxar, mas todas as vezes falhei e me pegava sempre olhando janelas para saber se já havia escurecido para poder ir para o quarto. Eu não sabia explicar o porquê de estar tão ansiosa, talvez fosse o sexo, eu sabia que ele era ótimo com a Juliette, provavelmente meu corpo sentia falta dela e isso estava me deixando tão ansiosa. Mordi os lábios vendo o trinco girar e não consegui esconder o sorriso ao ver a freira que apareceu pela porta, ela estava com medo, preocupada e aflita, dava para ver isso nos olhos dela, mas assim que me viu ela mesmo assim me deu um sorriso fraco. Não me aguentei, sai de baixo dos cobertores grossos e fui até ela, não demorando para agarrar a cintura fina e a beijar como desejei por tantos dias, nunca imaginei que um beijo pudesse causar tanta abstinência, devorei seus lábios com gosto e ela não se fez de rogado, me devolveu o beijo a altura enquanto agarrava meu rosto com as mãos, apesar de ser um beijo faminto, rápido e desesperado, nele também havia saudades... Era um gosto inegável de saudade, e eu me odiei por gostar tanto do beijo dela. Larguei seus lábios só para trancar a porta, assim que estávamos seguras dentro do quarto, eu novamente beijei ela, queria saber como ela conseguiu vir até aqui, e também dizer o tanto que estava satisfeita por ela ter vindo, mas deixaria isso para depois, depois de matar minha saudade e vontade do corpo dela. Estava muito fria a noite, por isso eu estava escondida pelos cobertores, mas assim que seu corpo se uniu ao meu, nossos lábios conectados em um beijo delicioso e cheio de luxúria, eu me senti quente.

Guiei seu corpo pelo quarto, até sentir a cama e a deitar gentilmente sobre os cobertores, ergui sua perna para poder apertar melhor enquanto me encaixava no meio delas, eu amava as pernas dela, o tecido do hábito escondia muitas coisas, inclusive, a beleza delas. Ela se livrou do pano que escondiam seus cabelos, o deixando no chão, as mechas que eu tanto amava estavam depositadas sobre seus ombros ainda cobertos, ela guiou as mãos até estarem enroscadas no meu cabelo, e trouxe minha boca novamente para próxima da dela, em resposta, apertei com força sua coxa enquanto beijava ela. Mas as coisas tinham tomado um rumo diferente, estavam lendas, Juliette me beijava tão lentamente que estava me deixando hipnotizada, ela mordia, chupava, me deixando louca. Fazia algum tempo que eu não a beijava, mas eu sentia que não importava quanto tempo eu passasse beijando ela, nunca seria o suficiente para matar a saudade dela, isso era bem assustador. Eu estava tão tomada pelo desejo que nem percebi quando já havia tirado seu hábito e ela boa parte das minhas roupas, ela estava completamente nua e meu corpo sobre o dela estava só com uma calça que eu logo tratei de tirar para sentir sua pele contra minha, assim que uni nossos corpos ela rompeu o beijo ofegante.

- Po-poderiamos ir para baixo dos cobertores? Está muito frio - sorriu sem jeito ao final, eu só ri baixinho e concordei, o frio estava incomodando um pouco realmente, ela se afastou de mim para ir praticamente correndo para debaixo das cobertas, assim que estava escondida do frio, ela sorriu na minha direção, sem mostrar os dentes, e eu não poderia achar ela mais fofa... Mas então, seus olhos desviaram para meu corpo, que estava nu e completamente exposto para ela, engoliu em seco mas demorou bons segundos para desviar o olhar novamente para meu rosto - Você... Não vai vir? - mordi os lábios olhando para ela, e rapidamente dei alguns passos na sua direção, me unindo a ela, não demorou nem um segundo para ela me agarrar novamente, subindo sobre mim, fiquei até surpresa com a ação vindo dela, já que quase sempre eu que tinha a iniciativa.

Madhouse (Sariette)Onde histórias criam vida. Descubra agora