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Nishimura Riki

Coréia do Sul, BUSAN.
9 de abril de 2021.

Sunoo e seus amigos da faculdade inventaram de fazer um clube de música. Eu as vezes saia com eles, e infelizmente, hoje era um desses dias.

A namorada de Jake, quando participava, pelo menos não fazia eu me sentir tão só, quanto eu ficava quando era apenas eu e eles quatro. Eu não me encaixava ali. E Sunoo, não percebia isso.

Eu odiava dizer isso, mas eu ficava incomodado toda vez que ele entrava num mundo onde só ele e Sunghoon se encontravam. Todo mundo percebia isso, inclusive eu.

— Meu irmão tem uma blusa igual a sua - Eun, a namorada do Jake dizia pra mim, e eu sorri.

— Seu irmão deve ser muito legal, então - brinquei

Estávamos no sofá da sala do apartamento de Heeseung e, pra ser sincero, eu não estava entendendo muito o que estava acontecido naquela noite. Ou o que era o clube de música.

— Você sabe o que tá rolando? - sussurrei pra ela, que riu negando — Que bom, não sou o único perdido

— Ya! Vocês dois! - Heeseung nos apontou, se sentando entre a gente — Não vale sussurrar!

— A gente não está entendendo nada. - Eun ri

— Explica pra gente, hyung! - ele tinha pedido para eu chamá-lo assim.

— Clube da música, é simplesmente ouvir música nova - ele pensou antes de continuar — Por exemplo, eu nunca ouvi tal cantor, mas Sunghoon sim, e ai vamos nos apresentando, entenderam?

— Hmm! - afirmamos juntos — Entendi - falamos juntos novamente, acabamos rindo.

Acabamos aceitando a proposta de participar junto a eles, o que gerou um caos porque os gostos eram completamente diferentes.

Não ficamos até tarde ali, por mais que fosse sexta-feira, alguns teriam aula suplementar no sábado e preferiram não estender a noite. Agradeci mentalmente por isso.

— Quer dormir lá em casa hoje? - me ofereceu e eu aceitei.

Fomos de ônibus, já que não era tão longe assim, mas o caminho todo, Sunoo não tirava as mãos do celular e seu sorriso contagiante diretamente para ele. Eu odiava me meter na sua vida social, porque, era sua privacidade.

Mas por que me incomodava tanto?

O caminho todo, foi silêncio vindo de mim e risadas tiradas de Sunoo por alguém que conversava com ele. Era angustiante.

Ele estava tão disperso, que se não fosse por mim, perderia o lugar de descer do ônibus, até a sua casa.

Quando descemos, finalmente guardou seu celular.

— Acho que vou pra casa, Sun.

— Sun, sem o shine? O que aconteceu? - parou-se a minha frente, antes que pudéssemos continuar a andar.

— Nada - desviei dele, voltando a andar

— Tem alguma coisa ai - correu até mim, parando a minha frente de novo.

— Se tem, me diz você

— Eu to te perguntando, Niki, você precisa me contar, para resolvermos

— Olha, - bufei tombando meu pescoço para trás, antes de continuar — É um sentimento que eu não to conseguindo evitar, mesmo que eu saiba que você vai ficar chateado quando souber

— Só vou saber se vou ficar ou não, quando me falar - seus olhos mantinham nos meus, que evitava o máximo de contato possível

— Você me prometeu que nada iria mudar, mas está mudando, Sunoo.

— O que tá mudando?

— Você, a gente, - finalmente o olhei — Qual foi a última vez que saiu com o Jay?

— Não mete o Jay no meio - me cortou, desviando da pergunta

— Ah, então vou meter o Sunghoon - ri debochando da situação — Você já passa o dia com ele, quando tá longe tem que viver no celular com ele também? É insuportável, eu só quero passar um tempo com você.

— E eu tento te trazer pra tudo pra ficar ao meu lado, Riki, olha as merdas que você tá falando! - aumentou seu tom de voz, por sorte, a rua estava deserta.

— E você já se perguntou se eu quero? Você só me arrasta junto com você, e agora tá me culpando?

— Não culpei nada, nem ninguém - sua voz era firme, queria saber como ele fazia isso porque eu estava prestes a chorar a qualquer momento. — Me desculpa, se eu não sou o mesmo de antes, Riki, mas as pessoas mudam.

— Mudam, eu sei disso, mas você tá me deixando pra trás, assim como seus antigos amigos.

Ele ficou em silêncio, me encarando da pior maneira possível. Seus olhos tinham pena, e era a última coisa que eu queria dele, principalmente naquele momento.

— Eu sou doido por sentir demais e querer um pouquinho mais de você, Sunoo?

Ele negou, caminhando os poucos metros de distância entre a gente, apenas para me abraçar.

Eu não era de me soltar assim, principalmente com ele, mas aquilo estava me incomodando demais. Eu não podia o perder. Eu não podia deixá-lo ir.

Bluebird | SUNKIOnde histórias criam vida. Descubra agora