Benefício da Dúvida - Sterek (Romance Gay)

𝐈 𝐖𝐢𝐥𝐥 𝐈𝐦𝐩𝐫𝐨𝐯𝐞 𝐟𝐨𝐫 𝐘𝐨𝐮

Capítulo 21: I Will Improve for You.

- DEREK -

Dois dias haviam se passado desde a volta. Derek se encontrava atolado em lençóis. Mal sabia se seus olhos estavam vermelhos por chorar ou pelos cigarros, mas o que poderia fazer? Perdera a única pessoa no mundo que o fazia se sentir em casa.

Não queria sair, muito menos comer. Os únicos movimentos que fazia era quando seu celular apitava, na esperança de ser o seu garoto. Talvez ele nem fosse mais seu, esse pensamento o fez lacrimejar. Por que tinha que ser tão idiota? Por que tinha que ser tão imprudente? Stiles realmente o achava igual a seu tio?

Não escondeu isso de sua família, mas também não o fez bem a reação. Não sabia se aquilo no rosto de sua mãe era decepção ou medo, nem se o olhar de Peter era de julgamento. A única que dirigiu a palavra a si foi cora, no entanto, nem a virá tanto já que sua mãe tentava a mantar longe para não ver os olhos vermelhos. Por que tinha que ser um péssimo irmão?

Suspirou fundo quando ouviu a campainha tocar. Fez sua cabeça doer como o inferno. Tocou mais duas vezes e nada de alguém atender a maldita porta. Então lembrou que sua família não estava em casa, de novo para variar.

Tirou forças do além para conseguir levantar, obviamente não queria, não sentia vontade para nada, mas lá no fundo do seu subconsciente, ainda tinha a pequena esperança de ser Stiles na porta, mesmo que fosse apenas para devolver o anel, a pelúcia e as coroas.

Desceu as escadas em passos arrastados. Quem o visse acharia que era um zumbi. Ao abrir a porta, seu peito gelou. Não era Stiles, mas era alguém que o iria massacrar.

Theo nada disse, apenas adentrou a casa sem olhar em seus olhos. Isso fez seus olhos marejarem de novo. É claro que havia decepcionado seu melhor amigo também.

Fechou a porta e o seguiu até a sala. Sentou-se no sofá, pois, mal se aguentava em pé. Era de se esperar já que não comera. O silêncio ali era mortífero. Não conseguia levantar o olhar, só o manter sobre a calça de moletom que usava. Nem tomara banho desde que chegou de viagem.

Sentiu o acolchoado ao seu lado afundar.

— Estou decepcionado com você, cara. — Essas palavras saíram tão friamente que o fizera lembrar da noite em que o mandara se foder.

— Eu sei... — Disse com a voz embargada.

— Eu não queria estar aqui, mas Laura me contou que você não tem comido. — Disse preocupado. — Nem dormido, e muito menos tomado banho.

— Não precisava vir aqui me dizer isso. — Tentou não se importar.

— Também não tem olhado o celular né? Deve ser difícil receber mensagens do Liam te xingando 24 horas por dia. — Comentou sério.

— Como ele está? — Perguntou se referindo ao Stilinski. Tinha até medo da resposta.

— Infelizmente tão mal quanto você. Não quer falar, anda solitário e odeia qualquer menção a você. — Contou. — Partiu o coração dele. Sabe disso né?

— Eu estava drogado. Não queria que isso acontecesse. — Disse circulando o anel em seu dedo. As lágrimas ainda não haviam deixado seu rosto.

— Vai culpar as drogas pelas merdas que você faz agora? — O Raeken soltou frustrado.

— Eu não estava pensando direito. — Suplicou. Odiava como ficava sentimental demais com Theo.

— Claro que não estava. — Disse sarcástico, mesmo sentindo uma ponta de verdade. — Quem levou as bebidas, drogas e chamou as garotas?

— Jackson. — Contou apertando aba da camiseta.

— Não me parece uma coincidência. — Levantou andando de um lado para o outro.

— 'Tá dizendo que ele fez de propósito? — Indagou confuso.

— Se fez ou não, você usou por escolha própria. — Cuspiu novamente. Pior do que ficar se remoendo, era saber que seu melhor amigo também o culpava. Mas de fato era sua culpa.

A sala ficou em silêncio novamente, então Theo agachou frente a Derek.

— Olha, eu não vim aqui para brigar com você. Te conheço bem o suficiente para saber que você mesmo já está se torturando. Mas ele não merecia isso, Derek. — Disse com os olhos molhados. Derek jurou ser por ver seus olhos.

— Eu sei! Eu sou um idiota nojento! — Pronunciou tapando os olhos com as mãos. Estava sentindo vergonha de si mesmo, pior, sentia nojo. E isso tudo só o fazia pensar em como seria melhor só fumar outro baseado para esquecer tudo e só se jogar na maldita cama.

— Todos merecem uma segunda chance, lembra? Stiles se dispôs a dar uma chance para mim e Isaac, e agora, eu estou te dando uma segunda chance para consertar as coisas. — Segurou o rosto do amigo com uma das mãos. Sabia que era doloroso, mas Derek precisava disso. — Eu te amo, cara. — Disse por fim, deixando um beijo casto em sua testa.

Derek se sentia tão mal. E pior, merecia cada grão de dor. Ouviu a porta ser aberta e o Raeken dizer por fim: — Toma um banho e come algo, por favor.

Só após uns quarenta minutos chorando e repassando cada palavra em sua cabeça que Derek conseguiu se levantar e ir para o chuveiro. Tentou deixar a água levar seus problemas, mas não adiantou muito.

Desceu para cozinha e comeu a primeira coisa que vira, nem estava com fome. Subiu novamente e arrumou a cama, quando acabou, abriu sua gaveta em busca de uma meia, o que encontrou foi a caixinha de problemas. Uma caixinha prateada familiar e dolorosa. Era tão brilhante que conseguiu ver seu reflexo nela. Queria tanto o que estava dentro dela, era tão bom e reconfortante. Com aquilo poderia fugir dos problemas, mas ora ou outra o efeito passaria e teria que lidar com tudo novamente.

— Não é isso que você quer, é? — Questionou para seu reflexo na caixa. Estranhamente, o "não" que ecoou em sua cabeça tinha a voz do seu amado garoto. — Vou melhorar por você. Eu prometo!

Sabia que seria um caminho difícil até reconquistá-lo, mas o melhor agora era o dar tempo. Provavelmente assim como ele, Derek estava em negação, ou então em pura dor. É isso que se sente quando alguém que você ama te decepciona, né? Doía mais saber que não fez só Stiles passar por isso, mas também Theo, Cora, e o restante de sua família. Mesmo que Peter seja um total drogado, lá no fundo, ainda se importava com toda família Hale. Isso o assustava, pois, só o tornava mais parecido com o mais velho.

Deixou a caixa ali, porque sua insegurança o fazia pensar que: mesmo se tudo desse errado, e perdesse todos que ama, ainda teria sua maconha para o fazer companhia.

Pegou seu celular e se deparou com as mensagens de Liam. Eram tantas mensagens e tanto ódio. Apenas as ignoraria por agora. Precisava mudar, e mexer e remexer nisso tudo, fazia seu coração partir mais. Foi nesses pensamentos que tomou a decisão de voltar. Pegou a caixinha em sua gaveta e a jogou no lixo, desmontando baseado por baseado. Não era a única caixinha que tinha, mas cigarro a cigarro ele iria desistindo. Pegou suas chaves e fora a farmácia mais próxima atrás de adesivos de nicotina.