oitenta e dois.

394 39 22
                                    


Vamos ter uma estreia neste capítulo. Espero que gostem

——————————————————————

Maraisa POV

Os dias foram passando, eu já tinha tido alta do hospital há mais de 1 semana. A Marília mantinha-se a trabalhar em casa, a maior parte do tempo, embora fosse de vez em quando ao escritório, mas assegurava sempre que a Maria ficava comigo. Todos eles, cá em casa, cuidavam muito de mim, preocupavam-se, e eu sentia-me numa enorme bolha de amor e proteção.

Estávamos a jantar os cinco.

Maria: Hoje recebi uma coisa que vos quero oferecer - sorriu nervosa - eu espero que gostem

Distribuiu um embrulho por cada um de nós, e pediu-nos depois que abríssemos.

Maraisa: Filha, está lindo... - sorri e puxei-a para um abraço - parabéns - tinha os meus olhos cheios de lágrimas

Maria: Gostas? - sorriu com os olhos marejados

Maraisa: O teu livro, está lindo, filha - abracei-a novamente - estou muito feliz e orgulhosa

Marília: Está mesmo, vai ser um sucesso, pequena - puxou-a também para um abraço

Maria: Ainda bem que gostam, é muito importante para mim - sorriu com lágrimas nos olhos - eu não tenho muito jeito, mas escrevi uma dedicatória para cada um de vocês

Gabriel: Está maravilhoso, mana - veio dar-lhe um abraço, foi acompanhado pelo Léo e o Lucas

Marília: Vamos guardar com todo o amor - sorriu - este e todos os outros que vão ser publicados

Estávamos todos muito felizes e orgulhosos da nossa princesa, que já estava crescida para ser chamada assim. Ela tinha adiado o lançamento do livro, para data incerta, até que eu esteja melhor e possa fazer uma vida minimamente normal, mas estava tudo pronto.

Era um orgulho muito grande ver a nossa filha a dar os primeiros passos numa carreira que ela sempre sonhou. Queríamos sempre ver os nossos filhos felizes e realizados, e estávamos a começar a ver isso na Maria, a nossa filha mais velha. Era uma pessoa bondosa, educada e amorosa, que lutou pelos sonhos dela desde cedo, quando decidiu ir estudar para Londres. Vivia numa relação saudável e tranquila, com uma mulher que a amava e que ela também amava. E começava agora a dar os primeiros passos numa carreira que, esperava eu, fosse muito longa e de enorme sucesso.

A noite, que se previa tranquila, foi de comemoração contida pela finalização do livro da nossa menina. E apesar da minha insistência, ela decidiu que só ia fazer a apresentação daqui a uns meses, quando eu já estivesse melhor.

Os dias dessa semana foram passando, e eu sentia-me melhor, mas longe de estar bem ou normal. Não sabia se isso ia voltar a acontecer. Mas estava feliz.

Maria POV

Desde que a minha mãe Maraisa ficou doente naquela cama de hospital que decidi, momentaneamente, voltar a viver em Portugal.

O que mais me deixava saudades, de Londres, era mesmo a Manu. A nossa relação era muito tranquila e saudável. Apoiávamo-nos uma à outra e no momento em que decidi que o melhor era ficar perto das minhas mães e dos meus irmãos, ela apoiou-me, e esteve sempre comigo a qualquer hora do dia ou da noite. Estávamos sempre em contacto tirando as horas em que ela estava a trabalhar.

A minha namorada dava-me muito orgulho. Ela passou um enorme tormento com os pais, e o facto de eles não aceitarem a sexualidade dela. Conseguiu lutar pela vida dela e pelos objetivos dela. Havia entre nós uma diferença de 4 anos, o suficiente para estarmos em fases diferentes da vida, mas compreendíamo-nos uma à outra, e acima de tudo, amávamo-nos muito.

Intenção 2.0Onde histórias criam vida. Descubra agora