Acima da lei

256 17 2
                                    

O motorista da casa branca deixou a estagiária em frente ao prédio residencial da periferia da capital Washington. Era bem tarde e não iria demorar para amanhecer. Flávia entrou no apartamento escuro no qual mora com sua colega de faculdade e pelo silêncio, a mesma estava por fora em alguma festa clandestina que tem entorpecentes.

— Cristina... — Resmungou para si xingando a amiga. Foi a cozinha e preparou um sanduíche e bebeu leite com Nescau. Era difícil acreditar sobre o estágio que conseguiu, mas também não era garantido o sempre. O estágio de mil dólares era fajuto e não dava para alimentar, fora os bicos que fazia para os colegas de faculdade. O barulho da porta de abrindo a fez direcionar o olhar para um corpo esguio. Era Cristina visivelmente bêbada, parecia está acompanhada.

— Flávia! Flávia! — Gritava e ria. Flávia caminhou até a amiga e a tirou dos braços do homem forte é esquisito.

— Valeu. Agora pode deixar comigo... — Disse deixando Cristina no sofá e empurrando o homem que ficou do lado de fora assim que a porta foi trancada.

Era apenas mais um dia normal na vida de Flávia. Cristina estava alterada e não sabia o que poderia ter acontecido com a amiga. Apenas a levou para o quarto e lhe tirou as roupas. Colocou em lençóis quentes e a observou.

— Flávia... a mulher que... tra... — Dizia de forma trôpega e desajeitada na cama — trabalha pro Presidente Grant! — Disse rindo. — Quem em pleno século XXI usa cabelos cacheados com gel?

— Cala a boca Cristina... está falando do meu chefe! Só dorme... não quero que serviço secreto me prenda por causa do cabelo do presidente!

Isso causou risos em Cristina que dormiu minutos depois. Flávia ficou observando a amiga e se sentiu deslocada. Não andava com os demais jovens ou se quer se comportava como uma. Era faculdade e trabalho. Dormia e comia. Quem poderia viver assim? Apenas ela mesma.

Noutro dia, nada de anormal. Cristina de ressaca e mais um dia sem ir a faculdade. Flávia ia para Harvard duas vezes na semana e hoje seria o dia. Arrumou as roupas e a pequena mala, pois teria o turno da noite na casa branca.

Ela entrou no primeiro ônibus para Boston e foi uma viagem cansativa. Já na casa mais vigiada, Fitz estava sendo acordado por Laura em seu gabinete.

— Já lhe falei que dormir no salão oval faz mal. Quando irá dormir na cama? — perguntou preocupada com ele. Fitz apenas riu de lado lindo a baba que escorria no canto da boca. — Um homem adulto se comportando de forma rebelde.

— Não sou qualquer homem Laura.

— Não está acima da lei da natureza Fitzgerald. Precisa tirar uma folga. Necessita dormir numa cama necessita de... — A frase foi cortada pelo bom senso da mesma.

— O que? Sexo? Eu sei. Mas estou ocupado demais. O Estados Unidos da América precisa de mim. — Saiu da cadeira ajeitando paletó.

— Sim... entretanto se não resolver seus assuntos fisiológicos, estará fudendo 300 milhões de pessoas. — Essa frase caiu como um soco na cara dele.

— Belo linguajar senhorita Gilbert. — Disse Jacob Ballard, almirante da marinha. O presidente precisava de muita coisa, menos de uns sermões da chefe de gabinete e do cara que tá dormindo com a mulher que ele ama.

— Ah pronto. Não poderia ficar melhor... — Resmungou Fitz com as mãos na cintura encarando a parede amarela clara e as cortinas das janelas do salão oval.

— Senhor Presidente precisamos conversar em particular. — Ballard olhou para a mulher ruiva que deu as costas bufando de forma elegante como sempre.

Em Boston, Flávia corre entre os alunos para chegar no auditório para a aula de monografia. Ela precisava encontrar o orientador. Entrou na sala cheia de alunos e ficou entre os novatos. O professor Fernandez é PhD em direito civil e todos ali se matam para assistir suas aulas.

— De novo atrasada brasileirinha? — Disse o melhor amigo de Flávia. Gabriel.

— Gab... ainda bem que guardou meu canto... eae... já falou algo? — Perguntou escutando alertas de silêncio dos outros alunos.

— Não... ele está apenas se gabando há mais de 10 minutos! — Um silêncio entre o casal de amigos pairou e não demorou para a aula fluir.

No término da mesma tanto Gabriel quanto Flávia andam pelo campus de Harvard como sua apessoada normais. São veteranos e sem a ilusão que Harvard é Harvard. Apenas os novatos que mau colocam os pés no chão por está na melhor universidade de Boston.

— Como anda o trabalho na casa branca? — Perguntou Gabriel tirando o sanduíche da bolsa e logo sentando no gramado.

— Aaah tá indo né... — Dando de ombros, ao redor deles. Haviam muitas pessoas conversando. Era intervalo e vivia assim, os gramados verdes e as pessoas sentadas sob elas.

— Já viu o todo poderoso? Ele é bonitão mesmo como todos falam ou é meme? — Gabriel faz comentários que apenas Flávia conhece o humor ácido por trás.

— Vocês têm essa paranoia de dizer que o presidente é bonitão... — Reclama para Gabriel que tem o pedaço do sanduíche roubado pela mesma.

— Se ele fosse gay... eu teria chance... mas todos sabem do escândalo dele com a ex assessora jurídica dele... e sabemos que ele não passa de um Don Juan. — Gab estava certo por parte, por um tempo Grant foi um Don Juan e teve sua redenção.

— Não fale assim dele... é apenas um ser mal compreendido.

— Gata... ele é o homem que governa o país. E não é qualquer um... é Os Estados Unidos! — Disse em tom de exclamação.

— Idiota! Isso eu sei! Ficou claro depois que o encontrei ontem vagando pelos corredores.

Esse infame comentário rendeu um par de olhos castanhos arregalados.

Continua...

Continua

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Gabriel

Fitzgerald Grant - Senhor presidenteOnde histórias criam vida. Descubra agora