O relógio

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𝔽𝕚𝕥𝕫𝕘𝕖𝕣𝕒𝕝𝕕 𝔾𝕣𝕒𝕟𝕥

Eu estou com muitos problemas ultimamente. Não é para ser assim, porra eu sou o Fitz Grant. O presidente. Confesso que, enquanto caminho até meu julgamento de Laura, as pernas estão bambas. O olhar dela sob mim causa um arrepio e eu não sinto muita confiança nela às vezes. Nunca confiei em ninguém após meu divórcio com Melody é minha separação com Olívia. Eu ainda amava e ver meu melhor amigo com ela magoou, porque Jacob sabia dos meus sentimentos por Olívia, sabia...

— Senhor presidente! — Meus pensamentos são interrompidos pela voz segura de Laura que tem uma expressão fria. Fico parado a esperando vir até mim. Faço uma cara de poucos amigos. Queria ficar na casa da família, ter minha folga em paz... e olha! Eu estou sendo crucificado por olhos do conselheiro do demônio. — Qual a possibilidade além de mim outra mulher andar livremente pela Casa Branca?

Minha expressão muda de raiva para uma de deboche.

— Senhorita Laura Gilbert... não é da sua conta. — Digo na cara dela a vendo fazer uma expressão de desdém.

— Não estou falando isso querendo parecer uma mulher ciumenta Grant. É a sua segurança. — Ela anotou algo em seu caderno e me encarou por vários segundos e volta sempre a escrever. Aquilo estava me incomodando.

O mordomo da casa da família passa por nós com o carrinho do lanche inox e detalhes a couro canadense.

— Está com visitas previstas Grant? — Ela pergunta já sabendo a verdade. Como essa mulher é cínica, por isso que todos tem medo dela. Exceto eu, claro! — Espero que não seja ninguém da casa branca e sim uma dessas jornalistas que você gosta de chavecar.

— Às vezes acho que você me ama Laura. — Comento a vendo ri e se afastar de mim.

Essa foi por pouco. Fecho os olhos como um graças a Deus e volto para onde está a garota apavorada. Eu não sei dizer, mas porque diabos eu deixei uma menina entrar na residência oficial? A merda e se ela acha que eu quero algo?

Caminho pelos corredores as pressas fazendo uma careta de espanto. Quando abri a porta após girar a maçaneta dourada, observei um ser humano totalmente despreparada e desastrada. Havia migalhas de biscoitos pelas suas coxas e chá escorrendo pela boca. Parecia faminta. Mas era engraçado.

Fechei a porta por de trás de mim e a vi se levantar rápido como se eu fosse um tipo de rei. Quer dizer, rei eu não sou, mas sou o...

— Senhor... — Ela sorriu ainda mastigando o biscoito e corou me encarando. — presidente.

— Por favor. Apenas presidente. — tento amenizar o senhor. Poxa, eu sou tão velho assim? Tenho apenas 47 anos...

— Senh... presidente. — engoliu em seco e a vi balançar a cabeça em forma de se auto punir.

— Ok... fique calma. Eu quero apenas que você coma e se acalme. — faço um positivo com o polegar. "Que jovial Grant... tá parecendo um tiozão". Meu subconsciente zomba de mim.

Ela comeu em silêncio e eu não quis fale muito. Tentei pegar um pouco de chá e vi que ela tinha pouco em sua xícara. A servi.

— Que faculdade faz? — Pergunto por instinto. "Deveria ter ficado calado". Dar pra você calar a boca consciência? "Não diga que eu não avisei!"

— Direito. — A voz era baixa demais e está assustada. Eu a deixo com medo. Muito. Ou não? — Também fez direito lá?

— Sim.

— Acho que vi sua foto. Seus... cabelos eram mais ondulados. E sem o... gel. — Ela fala pausadamente enquanto bebe o chá.

— Outros tempos.

— Claramente sim. Não é atoa que o Andrew fala muito bem do senhor. Nunca vi aquele homem falar bem de alguém.

Ri baixinho.

"Encolhe o sorriso Fitz!" 

— Fui o único em Harvard que conseguiu a pontuação máxima em direito constitucional e Ética. — Digo orgulhoso. Mas ao parar de olhar para a mesa de centro desvio o meu olhar para ela e o sorriso frouxo dela me fez franzir o cenho. — Desculpe... falei alguma...

— Não. Entretanto sinto dizer senhor. Não é mais o único. — Ela disse dando uma mordida no biscoito.

— Ah é...? Você sabe quem seria o segundo a conseguir? — Esboço surpresa. Porque eu me lembro bem do dia que soube da nota máxima. Ele deixou claro que mais ninguém conseguiria.

— Flávia Castelo Branco.

Meus olhos recaem para o seu crachá e tento me aproximar parar pega-lo. É assim o fiz.

— Tenho uma concorrente? — Tentando parecer ofendido ela ri baixinho e a xícara em sua mão cai em cima do meu relógio.

— Ah meu Deus! — Levantou rápido colocando a mão na boca.

— Ok ok! — tento respirar fundo e fechar os olhos para não...

Abri e vi a porta aberta. Ela correu de mim. Ou dela mesma? Eu nunca vi um ser tão...

Continua...

Continua

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Fitzgerald Grant - Senhor presidenteOnde histórias criam vida. Descubra agora