Vivendo uma vida medíocre, a qual odiava, enfrentando diversos problemas e tendo que usufruir de seu corpo para manter-se viva, Hana sentia que deveria desistir de seu verdadeiro sonho. O que era a única coisa que a fazia seguir em frente, na espera...
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•Hana
A Sala Vermelha. O lugar mais repulsivo e nojento que já vi. E de certo modo, um lugar que me trás um sentimento de pânico e angústia por saber bem o que acontece lá dentro. Apenas duas vezes estive naquele antro e posso dizer com clareza que bastou apenas essas duas vezes para me querer desejar a morte mais que tudo nessa vida ao ter que entrar de novo lá. Prometi a mim mesma que nunca mais colocaria meus pés ali.
Porém não era nisso que eu pensava mais no momento. Deixei de lado toda repulsa e desejo de morrer no instante que que ele disse que estaria lá.
- Hana, me ouça! - Eleanor estala os dedos na minha frente, trazendo à tona minha consciência da situação.
- Hum?
- Sabe o quanto é sortuda? Maldição, o Lorde do Submundo falou com você cara a cara e ainda pediu que o encontrasse. Isso não é incrível? - Ela fala baixo, mas sem conseguir conter a euforia.
- Elle... quais as chances de, você sabe, voltar para lá?! - pergunto, com um sentimento de esperança avassalador no peito.
- Não há como saber, Hana. Mas talvez você possa pedir, vá lá e converse com ele.
-... Oque será que ele quer comigo?
- Você só vai saber quando for até ele. Se apresse e vá, não o deixe esperando.
Eleanor diz por fim. Um suspiro sai de minha garganta e me levanto saindo do bar em direção a Sala Vermelha. Meu corpo rígido pelo nervosismo iminente.
Serpenteei pelas pessoas do lugar desviando das mãos sorrateiras que ousavam tentar me tocar, porém não dei tanta importância. Ele estava lá, me esperando.
- Ora ora... o que temos aqui?! - já em frente à porta da Sala Vermelha, ouvi uma voz grossa e extremamente irritante atrás de mim. Respiro fundo já imaginando o problema que vai ser lidar com essa criatura imunda.
- Não estou disponível para brincadeiras esta noite, Hans! - com minhas mãos na maçaneta dourada da sala faço menção de abri-la.
- Qual é, você nunca está disponível para mim! - ele lamenta enquanto se aproxima de mim.
Hans é um poço de arrogância, ganancioso e egoísta. A pessoa mais escrota que já conheci. Apesar de sua beleza atraente, pele morena e cabelos negros, é um puto machista egocêntrico. O aturo porque é um cliente indispensável, e porque sou obrigada a isso.
- Pelo que estou vendo, você foi a escolhida como banquete premiado da noite. Que inveja! - ele diz com um sorriso depravado nos lábios, o que me fez sentir nojo.
- Estou ocupada, se não tem nada de extrema importância para me dizer, pode seguir seu caminho e me deixar em paz. - ignoro o homem atrás de mim e me viro para abrir a porta e enfim acabar com essa situação.
