Pretty Boy pt.2

4.3K 144 127
                                    

Uma semana após o ocorrido, Harry já tinha resolvido a questão do cartão: separaram as contas. Inevitavelmente, ele foi demitido, mas ele já esperava. Tinha um plano B em seu planejamento, e conseguiu ser admitido em uma outra empresa, com salário similar. O único problema era a humilhação que sentia, principalmente depois que seus amigos ficaram sabendo. Perdeu todos eles, afinal, "comer viado" era ok, mas ser viado não. Harry não admitia ainda, por mais que estivesse, deliberadamente, apaixonado por Louis.

Louis tinha algumas dívidas, mas parou de ir até o local do programa. Sentia medo, é claro. Harry tinha uns contatos, que pediu pra irem lá resolver as dívidas da forma mais "pacífica" possível, e pronto, Louis estaria "livre". Quer dizer, ele não tinha renda. Mas Harry estava disposto a ajudá-lo.

Cogitava ter um interesseiro em sua cola - uma espécie de karma, já que ele já foi o interesseiro. Mas Louis recusava sua ajuda financeira na maior parte das vezes. Alugou outra kitnet com seu próprio dinheiro, mas fez questão de alugar em um lugar mais seguro. Harry se preocupava mais se o sentimento de paixão era recíproco. Ele sabia que Louis não era interesseiro, mas também não demonstrava muito sentimento. Estava quase sempre apático.

- Bom dia, flor do dia!

Louis abriu a porta de sua kitnet, esfregando os olhinhos. Era cedo, e ele tinha acabado de acordar. Os olhos de Harry se encheram de paixão ao ver o menino que parecia estar tão quentinho, mesmo vestindo apenas cueca. Recém saído debaixo de um cobertor, com olhos inchados e cabelos desarrumados. Ele era lindo sem ao menos tentar. Bocejava, e pegou as flores de sua mão com uma indiferença que fez Harry querer chorar.

- São pra você! - Reforçou, esperando alguma resposta mais afetuosa.

- Oh... Obrigado, Harry. São lindas... - Inocentemente cheirou as pétalas, bocejando ainda. Um neném.

- É... Vim te buscar pra um cafezinho príncipe. Aceita?

- Preciso sair hoje pra... arranjar um emprego.

- Ah, mas... eu sinto saudades - Fez voz manhosa, segurando a mãozinha de Louis.

- Devo ter chá aqui. Quer entrar um pouco?

- Ah, vamos sair, vai? Pra um lugar mais... Enfim. Você precisa sair de casa um pouco.

Louis bufou, e coçou a nuca.

- Harry, eu não tenho dinheiro pra essas coisas - Fez careta.

- Mas eu que iria pagar.

- Eu não gosto disso. Não gosto de ganhar coisas assim.

- Poxa, mas... É só um café.

- Harry, por favor, não me faça explicar meus motivos. Se quiser, tenho meia hora. Entra, toma um chá, me dá um beijo e me deixe me arrumar, sim?

Harry sorriu só com a parte do beijo, e de ficar em sua companhia por meia hora.

Harry entrou, e cumprimentou o menino, encaixando sua mão na curva de sua cinturinha, encostando-o no pilar ao lado da porta, e beijando sua boquinha. Louis, quando estava relaxado, era na verdade bem delicado na forma de tocar. Apenas apoiava a mão em seu peito, ou entrelaçava seus dedos nos de Harry... ou segurava em seus cachos, o que Harry mais gostava.

Coçando os cabelos, Louis se afastou de Harry, chamando-o com o olhar pra sentar na mesa minúscula da cozinha. Procurou pelo chá na caixinha, e achou dois saquinhos, por sorte. A casa era simples, mas muito organizada e limpa, Harry reparava. Reparava também nas costas bonitas de Louis, que esquentava água. Sua cara era de sono, e ele ainda segurava as flores, com seu braço livre. Serviu Harry, e pôs as flores na mesa. Se sentou em seu colo, de costas pra ele, e Harry quase desfaleceu.

Wild Thoughts - Smuts Larry Onde histórias criam vida. Descubra agora