(Spin-off de Promessa Perversa )
Em seu primeiro ano universitário, Lorena Mendes esperava vivenciar novas experiências, conhecer pessoas diferentes e se aprofundar na área daquela que seria sua futura profissão. Mas reencontrar o rapaz que faz seu...
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Ele estava no meio de um salão dourado.
Não havia outra cor ali; o dourado revestia o chão, as paredes, as colunas, o teto.
Seus passos eram cautelosos enquanto ele atravessava o salão.
Escutou um barulho.
Olhou para o lado.
Um arquejo baixo deslizou para fora dos seus lábios.
Sentado em um trono ensanguentado, seu pai estendia a mão para ele, enquanto sua mãe brandia uma adaga e sorria de uma forma macabra.
— A promessa foi feita e a promessa não será esquecida, pois é no ardor do fogo que o dourado será restaurado e voltará a brilhar.
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Vinícius acordou sobressaltado e ofegante.
Tinha sido um sonho. Apenas um maldito sonho.
Enquanto esperava que a respiração e as batidas do coração se normalizassem, ele olhou para os lados. Havia adormecido na cama, com o notebook e os livros no colo. Chegara do estágio no final da tarde e fora direto para o quarto adiantar o TCC; não se lembrava do momento em que o cansaço o vencera e se entregara para o sono.
Apanhou o celular e checou as horas.
Eram nove da noite ainda.
Seu estômago roncou, avisando que ele não tinha comido nada desde que voltara do estágio.
Podia pedir algo pelo aplicativo para comer, mas talvez dar uma volta a pé e ir até o mercadinho local fosse melhor para espairecer e empurrar as imagens do pesadelo para longe.
Decidido, ele trocou de roupa, apanhou a carteira, saiu do pequeno apartamento onde vivia sozinho desde que se mudara para Florianópolis, cumprimentou o porteiro e pisou na calçada, soltando o ar que não notara que estava prendendo até aquele momento.
Agradeceu por não haver nenhum repórter de tocaia por perto.
Com as mãos nos bolsos da calça, Vinícius caminhou sem pressa, sentindo a brisa da noite acariciar seu rosto.
Será que, um dia, os pesadelos com os pais parariam?
Afastou o pensamento na hora, tentando se lembrar de tudo o que trabalhara com sua psicóloga para manter aquelas vozes longe.
Vinícius entrou no mercadinho, andando por entre as prateleiras, procurando por alguma coisa que pudesse matar sua fome e mandar aquele embrulho no estômago para longe.
