Ao parar a moto na frente do prédio onde Lorena estava morando, Vinícius esperou que ela descesse para tirar o capacete.
— Vou te esperar entrar. Daí eu vou embora.
— Não — ela protestou, balançando a cabeça, o cabelo sujo de tinta e cola se movendo para os lados. — Te manchei com a tinta. Suba comigo. Vou te dar uma toalha para você se limpar antes que isso grude de um jeito que não saia mais.
Pensou em contra-argumentar, mas algo lhe dizia que a enteada da sua irmã não era alguém que aceitava facilmente um "não" como resposta. Além disso, ele não tinha certeza se Artur a machucara ou não antes de sua intervenção. Precisava confirmar que ela estava bem antes de partir.
— Tudo bem.
Assim, eles subiram juntos. Ela abriu a porta, acendeu a luz e entrou primeiro. Vinícius a seguiu em silêncio, mantendo as mãos nos bolsos da calça. O apartamento era delicado, pequeno, simples e feminino.
Em um piscar de olhos, Lorena desapareceu e surgiu com uma toalha para ele.
Vinícius começou a se limpar, deixando os pensamentos vagarem para um terreno perigoso, imaginando o que teria feito se Artur houvesse mesmo encostado a mão naquela garota. Ele não era uma pessoa violenta, às vezes se achava quieto e passivo demais, mas, no momento em que Artur tinha avançado para cima de Lorena, foi como se o sangue dele entrasse em uma ebulição jamais experimentada antes.
Olhou para o lado, prestes a perguntar outra vez se ela estava bem.
E então piscou.
Lorena estava lambuzando o cabelo com óleo de cozinha.
Ao capturar seu olhar curioso, ela sorriu.
— O óleo ajuda demais a remover a cola do cabelo. Minha mãe sempre fazia isso quando eu chegava com o cabelo todo grudento depois de uma aula de Artes da escola. Acidentes aconteciam porque eu sempre fui muito agitada e nunca parei quieta.
Vinícius segurou o sorriso.
Qualquer um que olhasse para ela deduziria aquilo.
E não precisaria de muito mais do que cinco minutos para chegar à tal conclusão.
— Agora vou me enfiar embaixo do chuveiro para tirar o resto da tinta e da cola. — E riu sozinha. — Acho que vou acabar com meu vidro de condicionador. Fique à vontade. Já volto.
Ela fazia as coisas tão rápido que Vinícius mal conseguia processar.
Nem soube contar quanto tempo o chuveiro ficou funcionando.
— Saiu quase tudo — ela falou do banheiro. — Vou ver se tiro o resto aqui na pia mesmo e consigo desembaraçar os fios.
Junto da voz dela, Vinícius escutou a água corrente da torneira.
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Promessa Perfeita | DEGUSTAÇÃO
Romantizm(Spin-off de Promessa Perversa ) Em seu primeiro ano universitário, Lorena Mendes esperava vivenciar novas experiências, conhecer pessoas diferentes e se aprofundar na área daquela que seria sua futura profissão. Mas reencontrar o rapaz que faz seu...