Uma de nós
Era uma manhã comum na casa dos Mansi, tudo estava quieto e calmo no interior da residência. Exceto, pela cozinha. Hiago e Anne haviam saído para trabalhar e deixaram Angel com a função de fazer o almoço para si mesma, ela não cozinhava mal, mas sem dúvida fazia uma zona naquele lugar.
Na cozinha era possível ver uma jovem garota de 17 anos que possuía um cabelo preto e ondulado reluzente, olhos escuros como o breu, asas compridas que se estendiam pelas suas costas, uma pele escura de tom mais claro e ela trajava um vestido branco leve com uma abertura na perna. Essa garota era Angel, cozinhando uma lasanha para seu almoço.
Ela encontrava-se mexendo o molho branco que estava no fogo, enquanto pensava naquele bendito papel que não saiu de sua cabeça nos últimos dias. Ao menos desde da última vez a garota havia descoberto algumas coisas.
O livro onde ela encontrou o papel não foi comprado por seus pais, eles sequer sabiam da existência dele, isso á levou a querer ler a história que ele guardava. Porém, ela foi surpreendida quando não encontrou nada escrito, era um livro cheio de páginas em branco.
Além disso, Angel descobriu que ninguém além de seus pais entraram na biblioteca na última semana e como dito antes eles não sabiam do livro. A garota realmente começava a pensar que talvez tivessem invadido sua casa.
Angel voltou a realidade quando queimou sua mão encostando na panela, era um verdadeiro milagre aquele molho não ter empelotado. Ela desligou o fogo rapidamente e olhou para a queimadura.
— Maldito molho! — A jovem mergulhou sua mão queimada na água fria da torneira enquanto fazia uma expressão de dor. Retornando ao seu almoço depois da dor passar, ela montou a lasanha em um refratário e levou ao forno.
Após lembrar que precisava verificar se possuía alguma mensagem, Angel procurou seu celular e não obteve sucesso ao buscar por ele. Correndo para seu quarto rapidamente a menina o encontrou em cima de sua mesa, na volta para a cozinha um barulho estranho se repetia no jardim. A jovem chegou a parar para analisar o som, mas como pensou ser o vizinho fazendo barulho em sua própria casa ela voltou a seu rumo.
Logo após chegar na cozinha, Angel notou que sua mãe havia enviado um áudio para ela.
— Filha, eu e seu pai tivemos problemas na editora e chegaremos tarde, não queime a casa até lá — Não era incomum eles terem contratempos no trabalho, por consequência às vezes Angel ficava sozinha por bastante tempo. Respondendo o áudio de Anne, a menina afirma que está tudo bem e volta sua atenção a sua amada lasanha.
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No fundo da floresta dos Mansi um som se repetia sem parar, um grasnado constante de um pássaro desesperado era o que se ouvia. Preso em uma armadilha feita por Hiago na floresta, um corvo se debatia aflito com medo de não conseguir escapar.
Com todo esse movimento um dos ferros da armadilha se enroscou ainda mais no pássaro e fez um rasgo na asa do pobre animal, o que o fez grasnar ainda mais. Tentando ignorar a dor e se concentrando em sair dali o pequeno ser avistou um rato que passeava pela floresta, esforçando-se para chamar a atenção do rato, o corvo grasna mais alto.
O roedor curioso se aproxima do pássaro lentamente e começa a ouvir o que o corvo tem a dizer. Acontece que o rato não era fácil de se convencer.
Depois de muitas reclamações e xingamentos da parte do corvo, ele conseguiu persuadir o rato a roer as cordas da armadilha. Quando se viu finalmente livre, outros grasnados foram seguidos. Parecia que ele dizia algo, mas ninguém o entendia.
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Ao Bater das Asas
RomanceUma casa silenciosa, por vezes barulhenta. Um jardim com uma floresta fascinante que a chama. Os únicos lugares que Angel Mansi conheceu por enquanto. Por conta do deslumbrante par de asas que ela carregava em suas costas, seus pais a proibiram de s...