Capítulo 3

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Pov Marília:

A casa era grande, nem da pra imaginar quantos quartos ou banheiros ou cômodos haviam por ali. Quando a enorme porta se abriu, minhas suspeitas foram apenas confirmadas, não era uma casa e sim uma mansão.

Meus pés congelaram e apareciam terem sido fincados ao chão, eu não conseguia me mover. Meu corpo suava frio, milhões de pensamentos me tomavam. Após um tempo ali na porta, sinto alguém por trás de mim. Meu corpo se arrepia de forma involuntária, puxo o ar de forma desesperada e entro logo na casa.

- Seja bem vinda, srta... - Uma senhora que aparentava ter umas 60 anos se dirigiu a mim com um sorriso. - Marília, meu nome é Marília. - A respondia meio tímida. - Ótimo, srta Marília. Meu nome é Alda, sou governanta da casa e é um prazer conhece- lá. O que precisar, pode falar comigo.

Assenti ainda tímida e a mulher se retirou. Carlos passou por mim novamente com aquele jeito doce levando minhas malas para o que seria meu quarto.

Eu teria um quarto só pra mim - era um pensamento que me deixava bem feliz.

Maiara estava um pouco atrás de mim junto com Maraísa, sua irmã, elas falavam baixo e aquilo me assustava. Seria um plano diabólico para fazer mal a mim? - Só de pensar isso um frio percorre minha espinha.

- Fique calma, meu bem, não irei lhe machucar, eu prometo. - Maiara sussurrou por trás de mim quando percebeu que sua presença me causava arrepios. Sua voz era suave mas ao mesmo tempo saía firme o que a deixava com um ar puramente sexual.

- Você não precisa me prometer isso, você pode fazer o que quiser comigo. Como eu já disse, sou um brinquedo seu. - Digo ainda com medo e orando internamente para que ela com considerasse essa ideia.

Maiara soltou uma risada e me contornou parando em minha frente. A olhando assim, com completa luz e por completo, ela era ainda mais bonita.

- Pode ir para o seu quarto. No fim das escadas, é a terceira porta a esquerda. Assenti e fui andando o mais rápido que meus pés permitiam. Quando cheguei ao último degrau escuto ela me chamar e olho pra baixo.

- Marília... não se preocupe, eu não sou um monstro. - Ela disse sorrindo de canto e deu uma piscadela para mim. Fechei os olhos e respirei fundo mais uma vez.

Cheguei ao corredor e me dirigi até a porta que ela tinha direcionado. Era uma enorme porta branca, com umbrais dourados. Ao abrir me deparo com algo que nunca imaginei ver. O quarto era enorme, possuía uma cama de casal enorme a frente da porta, grandes janelas de vidro com bancos que me permitiam ver a lua. Um closet tão grande que eu não sei quanto tempo vai levar para que eu tenha tantas roupas para colocar aqui.

Tinha uma mesa para estudos, uma estante de livros, um banheiro. Uau, eu tinha o meu próprio banheiro. Sem pensar muito fechei a porta e tirei meu vestido, fui ao banheiro e me permiti relaxar na banheira que já estava previamente preparada para mim.

É, talvez ela não seja um monstro mesmo. - Pensei quando me apoiei nas bordas sentindo meu corpo relaxar, o que já não acontecia a dias.

Após uns 20 minutos a água já começava a esfriar, o que me alertava para sair logo da água. Me levanto e me enrolo em uma toalha, ao olhar no espelho, já não reconheço mais aquela Marília de 1 mês atrás. Parecia que todo o resquício de felicidade que existia em mim, foi aniquilado na maldita hora em que aquele contrato foi assinado.

Suspiro me lembrando do meu irmão, eu nunca mais veria o meu pequeno e aquilo fazia meu coração doer ainda mais. Algumas lágrimas escorrem por meu rosto de forma involuntária. Levanto a cabeça, limpo as lágrimas e refaço o coque despojado que já estava se desfazendo.

Saio do banheiro enrolada o roupão macio e me dirijo ao closet. Minhas poucas roupas já estavam organizadas em cabides e gavetas. Sorrio ao pensar que um sonho da minha vida estava se realizando, mesmo que não estivesse sendo como eu queria.

O frio era nítido lá fora, então decido ficar confortável para dormir. Pego uma cueca box, uma calça de moletom preta e uma blusa larga azul marinho. Coloco uma meia nos pés e me olho no enorme espelho. Minha atenção no meu reflexo é quebrada quando escuto passos na porta do closet.

- Vamos comer? Imagino que esteja com fome. - Maraísa disse se apoiando no batente da porta. - Sim, estou sim, obrigada! - Ela sorri e sai na frente esperando que eu a siga. Não demoro e vou atrás da mulher até o andar de baixo.

Ao entrarmos na cozinha, vi uma enorme bancada com hamburgueres, batatas fritas, refrigerantes e muito mais. Acho que elas tinham comprado quase todo o cardápio do BK. Meu estomago roncou ao ver tanta comida, eu nem me lembrava a última vez que tinha comido aquilo.

- Fique a vontade, não sabíamos o que você gostava então compramos várias opções, pode escolher. Daqui a pouco Maiara está descendo. - Mara disse enquanto se sentada e me indicava a sentar também. Me sento e começo a comer, até parecia meio desesperada, mas é que eu não comia direito a dias.

Depois de alguns minutos a ruiva entra na cozinha com suas pantufas, um coque desajeitado no cabelo e um hobby preto cumprido. Ela estava linda.

- Boa noite, meninas. - Disse a ruiva com um sorriso nos lábios - Isso parece estar delicioso.

Paro de comer assim que ela se senta conosco. Elas não pareciam as mesmas mulheres que tinham saído no leilão, eram ainda mais lindas sem maquiagem. Todas voltamos a comer, o clima estava até que agradável. Uma conversa sobre música se iniciou, falamos sobre nossos gostos e algumas outras coisas.

- O clima está bom, mas estou muito cansada e vou dormir. Boa noite! - Maraisa disse com o mesmo sorriso no rosto deixando ali apenas eu e a minha dona. Ela realmente não parecia ser uma pessoas ruim, mas a presença dela me deixava nervosa.

- Bom, Marilia, espero que esteja gostando da casa. Já disse que não sou um monstro, então pode ficar tranquila... - Ela disse chegando perto de mim e sussurrando esse ultima parte em meu ouvido fazendo o meu corpo arrepiar. Ter o seu corpo tão perto do meu, me causava sensações novas, meu amigo começava a querer dar sinais. Fecho os olhos e tento pensar em pessoas velhas, cachorros doentes ou qualquer coisa que faça ele brochar e deu certo.

- Er... acho melhor irmos dormir, tá bem tarde - Digo tentando fugir do assunto e ela se afasta dando uma risadinha. Ela assente e após jogarmos todo o lixo fora, subimos para o segundo andar. Ao me deixar na porta do quarto, ela me "fecha" na parede e sorri.

- Eu cuidarei de você, vou te ensinar tudo o que precisa saber... - Ela dizia em um sussurro e muito perto de mim. Eu podia sentir sua respiração e aquilo me deixava nervosa, eu não estava preparada. Apenas concordei e após receber um beijo no canto dos lábios ela se afastou de mim sorrindo e seguiu em direção ao seu quarto.

- Boa noite, minha Marilia! - Disse antes de adentrar na enorme porta.

Meu corpo tremia, meu coração estava em um ritmo descompensado. Entro rapidamente no quarto e tranco a porta. Vou ao banheiro, escovo os dentes e caio rapidamente na cama tentando entender o que aquilo queria dizer.

Envolvida pelo enorme colchão, e as macias cobertas e travesseiros, me deixo ser vencida pelos pensamentos e cansaço logo caindo no sono.

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Beijinhos, quentes!

- Vulcãozinho

Um leilão diferenteOnde histórias criam vida. Descubra agora