Capítulo 5

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- Sobre o que quer falar?- Marília perguntou curiosa, se sentando com as pernas cruzadas. Seus olhos ainda estavam inchados de tanto chorar, e partia o meu coração vê-la daquele jeito.

- Sobre a verdade.- notei que ela ficou um pouco tensa e franziu o cenho em confusão. Não posso julgar, também ficaria.

- Que verdade? Há algo que eu não sei? Tudo já está esclarecido, você me comprou. Não precisa fingir que se importa com o que eu passo. - disse com simplicidade, dando de ombros. Talvez o fato de eu ter a comprado não lhe afeta mais tanto assim.

- Sim, eu sei, mas acredito que queira saber o motivo.- dei um longo suspiro e ela desviou totalmente o olhar.

- Se quiser contar..- fez pouco caso. - Você que sabe - deu de ombros.

- Eu não sei o que deu em mim, senti algo diferente quando pensei no que aqueles velhos fariam se tivessem conseguido você, algum tipo de vontade de zelar pela sua proteção.- ela me fitou surpresa.- Também porque meu maior concorrente e inimigo  ofereceu um valor bem alto e eu sei o quão filho da puta aquele cara pode ser.- deu de ombros novamente.

- Você sentiu pena? É isso? Nossa, entendi! - engoliu a seco, demonstrando estar um magoada.

- Não!- respondi com veemência.- Eu acabei de te dizer que senti vontade de zelar pela sua proteção. Não tem nada a ver com pena.- afirmei com o tom sério.

Ela assentiu e continuou com o olhar desviado. Sua mão se inclinou até a cômoda para poder pegar um livro que eu julgo ser algum que ela está lendo para passar o tempo. Por que ela estava agindo assim? Será que o dia que a vi se masturbando e gemendo o meu nome não passou de uma noite de desejo dela?

Como eu, a poderosa Maiara Carla, poderia estar apaixonada por alguém que não me correspondia nesse sentimento? - Esse era o único pensamento que pairava sobre a minha cabeça.

Senti uma tremenda vontade de beijar aqueles lábios. Fico admirada no quão sexy ela conseguia ser apenas lendo um simples livro. A forma como ela passou a língua entre os lábios para umedece-los me excitou em um nível extremo.
Devagar tirei o livro de suas mãos, a deixando confusa. Me aproximei um pouco mais e vi ela arregalar os olhos.

- Me deixe fazer isso, eu quero tanto.- meu tom era de súplica, nunca pensei que estaria nesta situação, mas eu estava necessitando de um beijo dela.

- Você quer...quer me beijar?- disse surpresa e eu assenti com a cabeça.

- Você deixa?- sussurrei perto de sua boca.

Marília ficou paralisada e eu não consegui mais esperar. Nossas bocas se encontraram em um beijo calmo e sereno. Parecia que ela havia sido preparada para mim, nossas bocas tinham um encaixe tão perfeito que era impossível de explicar. 

O beijo foi sendo finalizado com alguns selinhos e pela falta de ar, se não ficaria beijando aqueles lábios por mais tempo. Ela me olhava sem saber o que dizer? Será que estava com raiva ou será que me beijou por estar triste? Ela não parece corresponder aos meus sentimentos.

- Boa noite, minha Marília! - Suspiro triste e me levanto da cama. Ela continuava estática. Saio do quarto sem esperar uma resposta.

Pov Marília:

O que tinha acabado de acontecer aqui? - Era o que minha mente repetia enquanto eu me jogava na cama e me enterrava em seus travesseiros.

Já estava bem tarde e eu ainda me remexia na cama tentando conseguir dormir. Aquele beijo ficava se repetindo e repetindo em minha mente. A forma com que nos conectamos, como a sua boca era macia e viciante, tudo isso me impedia de dormir.

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