Capítulo 4

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Pov Maiara:

O primeiro mês passou de forma muito rápida. A adaptação da Marília não foi fácil, mas a cada dia as coisas ficavam um pouco mais leves. Nas duas primeiras semanas era comum acordarmos no meio da noite com a loira gritando coisas desconexas. Quando entrávamos no quarto ela estava tremendo e suando frio, os pesadelos eram cada vez piores.

Por umas duas ou três noites eu não pude ajudar com isso, já que ela acordava gritando para que eu não a machucasse. Eu não sei como ela pode pensar que eu a machucaria. Não tivemos nenhum contato íntimo durante esse um mês, por mais que eu quisesse muito, algo em mim não permitia com medo de machucá-la.

Eu nunca fui uma mulher que se importou em cuidar do bem estar das pessoas que iam para a cama comigo. Raras eram as vezes que se repetia a mesma pessoa. Mandavam flores, cartões, chocolates e tudo que você possa me imaginar, mas é claro que isso não me fazia mudar de ideia. As vezes eu até transava apenas por pena, e nem preciso dizer que essas eram as piores transas da minha vida. Já transei também com pessoas que negaram muito a vontade, mas quando já estávamos no ato voltavam atrás. Mas por algum motivo, com Marília era diferente.

- Menina Maiara, posso entrar? - Alba falou do outro lado da porta do meu escritório, me tirando dos meus devaneios. - Claro, entre! - Ela trabalhava em minha casa desde a época em que meus pais eram vivos. Quando eles morreram, ela cuidou de mim e da Maraisa como suas filhas. Assim que tem a permissão, a porta é aberta e a aquela senhora entra com seu sorriso cativante de sempre.

- Tenho duas coisas para lhe falar, a primeira é que dona Marília já chegou em casa e a segunda é para saber se a senhora irá almoçar agora ou depois. - Disse parada um pouco afastada da minha mesa. - Você tem estado muito pálida e não tem se alimentado direito - Ela continuou dizendo quando percebeu que eu falaria que não iria comer naquela hora. - Só vou terminar esses relatórios e já desço, peça a elas para me esperar. - Disse me dando por vencida, já que não valeria a pena discutir se ela já estava com a discussão ganha. Ela sorri vitoriosa e sai da sala.

Termino o que estava fazendo e desço até a sala de jantar que já estava com a mesa posta para o almoço, Maraísa e Marília já estavam sentadas e entretidas em um papo verdadeiramente íntimo entre elas. Nesse um mês Marília viu na minha metade uma amiga e elas estavam bem próximas.

- Oi meninas, boa tarde! Vocês estão bem?  - Disse sorrindo enquanto me sentava e estava olhando pra elas. - Sim, sem muitos problemas na empresa, nada que eu não consiga resolver. Fechei dois novos contratos, a M&M Enterprise está a todo vapor - A morena igual a mim dizia animada enquanto arrumava seu prato do almoço. - E você, Mari, como foi na aula? - Pergunto olhando para Marília que estava mais quieta do que o normal. Será que tinha acontecido algo? Se alguém fez algo contra ela pode aguardar o inferno que vai acontecer em sua vida. - Foi normal, nada de novo. - Ela disse sem dar muita abertura para novas conversas, certamente aconteceu alguma coisa.

- Marília, conta pra Maiara o que aconteceu.... - Maraísa disse olhando para a loira, o que estava me deixando confusa e irritada. - Alguém pode me contar que merda está acontecendo aqui? - Pergunto já irritada olhando para as duas mulheres que estavam na minha frente.

Pov Marília:

Acho que minha vida vai ser sempre esse inferno, talvez eu mereça essa merda toda. Esse primeiro mês estava sendo até que legal tirando todos os pesadelos e o medo de ser atacada pela Maiara.

Um dia ela me ouviu cantando enquanto tocava um violão que estava no fundo do meu closet, acho que era dela ou da Mara. Sem pensar duas vezes entrou no meu quarto e perguntou se eu teria vontade de fazer faculdade de música, já que esse sempre foi o meu maior sonho então não recusei. Ela não era um monstro igual os meus sonhos retratavam ou meus medos a refletiam. Nada muito empolgante aconteceu nesse mês tirando essa questão da faculdade, então vamos voltar para o dia atual.

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