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1 semana depois

A vida seguiu normalmente depois do funeral do Pedro. Jade parecia menos triste com aquilo, ou estava fingindo, o que eu me nego acreditar, ela não é disso.

Filipe e eu não nos vimos mais, eu tav de boa de treta. Minah vida tava bagunçada o suficiente já, não queria treta pra minha vida, sei que ele e a ex andam se vendo de novo, nem adianta ele não vai largar ela.

Meu celular começa a tocar e eu vejo que era da escola da Jade. Atendo ja preocupa.

-Alô?

-Dona Fabiana. Consegue vir buscar nossa pequena mais cedo hoje?-Junto as sombrancelhas.

-O que houve?-Pergunto com o peito apertado ja pegando as chaves do carro.

-Vamos conversar aqui na escola.-Susporo bolada já, tava preocupadona.

-Ta bom.-Falo.

Logo ela desliga e eu meto o pé no acelerador em direção a escola. Tava voando com aquele carro, mãe sente quando a cria ta com problema, to com meu coração que é uma escola de samba.

Cheguei lá e pá. Entrei e já vi minha pequena acolhida em um sofá colorido, chorando baixinho, vou deseperada até ela e pego a mesma no colo tirando o cabelo do rosto.

-Não chora.-Falo calma limpandp seu rosto.

Ela só agarrou meu pescoço e chorou baixinho. Vejo a cordenadora aparecer.

-O que aconteceu?-Questiono assustada.

-Olha Fabiana, algumas crianças são mais más que adultos.-Me sento já sem base.-Sendo sincera fizeram várias piadas de mal gosto com a Jade, ridicularizaram.

-Por que? Ela é uma menina normal! Ela é uma criança completamente gentil e adorável, não digo por ser minha cria, mas sim por que todos falam.-Ela assente.

-Concordo completamente com a senhora.-Se senta.-Mas não pensou em deixar o cabelo dela crescer, usar roupas mais femininas e....-A interrompo.

-Você ta falando que o problema da minha filha é ela ter liberdade?-Tenta falar, mas eu não deixo. Me levanto furiosa.-Eu deixo ela se vestir como se sente bem, seu cabelo é cortado da forma que deixa ela feliz. Ela é uma criança feliz caralho!-Falo alto.

-Sem palavrões, estamos em um colégio.-Encaro ela.

-Fodase! Eu quero nome por nome da mãe de cada filho da puta que denegriu a imagem da minha filha. Por que agora o processo vem, até pra vocês que pelo jeito não fizeram nada com os bostinhas.-Falo entre dentes.-Dinheiro pra mim não é problema pra processar o caralho a quatro que for, entendeu?-Ela assente.

Saio dali sem chão. Caminho até perto do carro, mas me sento no meio fio com as minhas pernas bambas, era inacreditável tudo aquilo.

Eu não xinguei nem metade do que aquela fodida tinha que ser xingada. Desgraçada, não fez nada vom as crianças que agrediram verbalmente minha filha. Meu rosto tava enxarcado de água eu não conseguia pensar em nada além da vontade de matar cada um dessa escola de merda.

Pego meu celular e decido ligar pra Filipe, sabia que podia contar com ele por que tinha chegado pro Rio hoje de volta. Depois de chamar por um tempo ele atende com voz de sono.

-Fala minha linda.-Funguei sem querer antes de falar.-Ta chorando?

-Vem buscar eu e a Jade aqui no colégio.-Falo chorando horrores.-Busca me carro também.

-To indo já, nega.-Ele desliga.

Abraço minha filha que estava apenas em silêncio e começo a chorar desesperada. Isso é uma crise de ansiedade, segurei a porra toda, mas desabei só hoje. Morte do meu ex, um monte de gente me cobrando, isso de hoje, uma hora o balde enxe né.

Depois de uns 15 minutos, pelo menos, um uber para mais longe e Filipe desce e vem rapido até nós. Me levanto e ele me abraça com força, beija minha cabeça.

-O que aconteceu?-Arrumo Jade no meu colo.

-Depois eu explico, me leva pra casa logo.-Falo entregando a chave pra ele.

Dama da NoiteOnde histórias criam vida. Descubra agora