Dama da Noite

26

Havia deixado Jade passar o dia com a minha mãe, eu previsava refletir sobre tudo aue aconteceu em um tão curto período de tempo, estou com enxaqueca já.

A campainha toca, deixo o que estava fazendo e vou até a porta, dou de cara com o cafajeste do Filipe, reviro os olhos e não falo nada.

Um namorado que não faz questão de me mandar uma mensagem se quer quando está com a ex e o filho, me sinto uma palhaça.

-Bom dia pra você também.-Fala entrando.

-Não te convidei pra entrar.-Fecho a porta.

-Já sou de casa.-Ele sorri, mas logo fecha o sorriso ao olhar minha cara.-O que aconteceu?

Meu rosto estava inchado de chorar, sstava morrendo de preocupação.

-Jade ta com câncer.-Prendo meu cabelo e volto a minha bancada.

-Caralho!-Me olha assustado.-Poh, Fabi, por que não falo antes? Eu não ia te deixar sozinha.

Ri dele com ironia, levanto meu olhar, estava com raiva dele.

-O que muda? Mesmo estando comigo, está distante. Viajou, nem se quer me deu um sinal de vida, estava com a sua ex e nem me respondeu.-Cruzo os braços e balanço a cabeça.-Quem você acha que ta fazendo de idiota, Filipe?

-Poh, Fabi, eu tava com o Théo, dá um desconto.-Abre os braços.

-Eu sei, eu entendo, mas eu sou sua namorada também, não tinha 5 minutos pra mandar um "oi, eu to bem"?-Ele suspira e abaixa a cabeça.

Eu sei que ele estava com o filho, mas ele ficar dois dias sem me responder, não fazia sentido.

-Desculpa, porra.-Se aproxima, abaixo o olhar.-Eu to tentando dar o meu melhor pro nosso namoro e pro meu filho, mas to fracassando. Eu sei a barra que ta sendo agora, ainda mais com a doença da Jade agora, mas espera eu ajeitar minha vida!-Segura meu queixo e me faz olha-lo.

-Eu amo tanto você, mas ta tudo tão confuso.-Falo chorando, de novo.

Deito minha cabeça no seu peito e ele me abraça com força. Eu me sentia indefesa, meu peito doia, minha mente tava toda fodida por essas merdas.

-Eu amo você demais.-Fala baixinho e beija minha cabeça.

Me afasta e olha meu rosto, fiquei sem graça. Odeio que me vejam em situação de vulnerabilidade.

-Vai tudo ficar bem, fecho?-Assinto.

-Fecho.-Ele sorri e me beija carinhosamente.

Por mais que eu odiasse as atitudes de Filipe, eu amo quem ele é para mim, como ele é comigo, como me faz tão bem. Somos duas pessoas confusas tentando fazer dar certo, creio que dar errado agora faça parte do processo de ir rumo ao estrelato.

Pedimos um lanches e ficamos ali, um pelo outro, pelo resto da noite daquele dia. Chega a ser frustante me deparar com a forma que sou entregue a ele, por mais que eu sinta que ele não esteja da mesma forma por mim.