Agente Rogers Romanoff [+16]

Capítulo 71

Depois que Sarah foi embora, eu peguei o celular e mandei uma mensagem para um velho amigo. Queria me encontrar com ele e conversar, sei lá.

"Onde você tá?" — Ele perguntou.

"Em Paris. Mas se estiver ainda em Londres, eu vou ai facilmente" — Respondi, meu Deus, como eu uso e abuso desse anel sling.

"Não! Eu vim com a Ajak até Paris, iamos pra casa hoje, mas estou vendo que devo adiar minha viagem."

"Adorei saber que está aqui. Nos vemos no café que fica na frente do Luvre, ok?"

"Está bem, nos vemos daqui a pouco."

Larguei o celular na cama e peguei uma das roupas que estava numa enorme sacola com várias que tinha comprado lá em Paris, já que sai de casa apenas com as do corpo. Tomei um banho e vesti um macacão longo, que obviamente era vermelho. Arrumei o cabelo, coloquei o famoso batom vermelho e peguei minhas coisas para pedir um Uber até o Luvre, onde ia esperar meu amigo. Sendo deixada a frente do museu, aproveitei para ver minhas obras favoritas em exposição, depois fui surpreendida pelo meu convidado especial do fim da tarde.

— Você está belíssima, Nathalie...

— Ikaris, obrigada, e você também não tá nada mal.

— Não perde a oportunidade, né? — Ele sorriu pra mim, depois estendeu o braço — Vamos?

— Claro — Respondi atravessando o meu braço no dele, andamos até o café e pegamos uma mesa.

— O que te trás aqui, em Paris?

— Terminei de vez com o Loki.

— Uau! Só nos reencontramos quando você termina com alguém?

— Da última vez que nos vimos, eu tinha bebido muito, e tinha acabado de virar uma grande chifruda.

— Uh... Loki traiu você?

— Loki nunca esteve de verdade comigo pra chamar isso totalmente de traição. Mas não quero pensar nele — Apoiei os ombros na mesa, e o queixo nas mãos entrelaçadas.

— Em quem quer pensar?

— Não sei, me diga você.

— Que tal... em mim? — Eu dei risada ao ouvir ele falar.

— Ah, Ikaris, você não perde a oportunidade — Deixei com que uma das mãos ficassem esticadas totalmente sobre a mesa, permitindo que o super herói na minha frente, a tocasse, e acariciasse.

Comemos, conversamos, e demos uma passeada por alguns lugares próximos naquela linda cidade. Foi um passeio de amigos que se tornou algo até... romântico! No cair da noite, Ikaris me deixou na porta do meu quarto de hotel, um não queria deixar o outro ir.

— Não vai mesmo me deixar entrar?

— Não, meu caro Ícaro, se você entrar... não vamos apenas conversar — Fui sincera logo.

— Tem razão, afinal, fico pensando em quando um momento desse poderia acontecer.

— Me conquiste, apenas, e terá sua recompensa.

— Está jogando comigo?

— Sim, estou. E por isso eu inicio apenas com isso — Coloquei as duas mãos nas laterais do rosto dele, o puxando mais pra perto. Beijei apenas a bochecha dele, marcando-a com meu batom vermelho — Boa noite, Ikaris...

— Não! Espera — Ele colocou a mão na porta — Não faz isso.

— A ideia, é deixar a vontade rolar, assim quando você ganhar, vai garantir o seu prêmio cada vez maior.

— E se eu quiser o prêmio agora?

— Ai amanhã vai acordar sozinho na cama, com um bilhete dizendo: "Obrigada, mas estou indo pra casa"

— Não faria isso...

— Meu bem, nunca duvide de uma mulher como eu — Eu fechei a porta, o deixando lá. Me encostei na mesma, respirando fundo e pensando: "O que eu tô fazendo da minha vida?"

Eu tinha dito ao Loki, que ainda gostava do James. E talvez eu faça essas coisas como uma forma de tentar esquecer com quem eu realmente queria passar a noite deitada numa cama aqui na França. Eu não podia deixar o Ikaris entrar, porque não queria passar minha noite com um cara, sendo que estou pensando em outro. Eu não podia deixar ele me beijar, porque queria que outra pessoa me beijasse, me tocasse e me dissesse o tanto que me ama, por mais que se sinta um idiota. Escondi muito com Loki, mas agora não dá mais pra me enganar, ou ao menos tentar. É gente, eu estou no fundo do poço amoroso, ouvindo "Happier" da Olivia Rodrigo, sentada ainda no chão de costas pra porta trancada. Por que diabos eu afastei o James?

Estou muito a fim de um "time jump" talvez alguns de vocês queiram pular essa parte.

Eu disse que voltaria em alguns dias pra casa? Passei semanas em Paris, nesses joguinhos com Ikaris até ele conseguir o que queria, eu fiquei tanto tempo mal com a mente pensando no meu ex-namorado compromissado, que só deixei. Me permiti viver alguma coisinha com Ikaris, por mais que não sentisse nada por ele, como ele sentia por mim. Eu sou uma pessoa terrível, eu sei.

— Ok...

— Sim...

— Estamos na porta do seu quarto de novo.

— Sim, estamos.

— Semanas atrás, estávamos na mesma.

— Sim, estávamos. Mas agora... — Eu abri a porta e sai da frente dele para que entrasse.

— Posso entrar? — Dane-se pro amor verdadeiro e minha queda brusca por quem não me quer mais. Passei semanas cantando "Talking To The Moon" do Bruno Mars, agora vou cantar "Estúpido Cupido", chega de paixão pra essa garotinha.

— Deve.

Ele entrou, o erro começou dai. Lembram da Romênia? O problema não era com quem eu estava, e sim quem me esperava em casa com título de namorado. Agora, o problema é com quem estou. Ikaris estava na minha cola, literalmente. Uma liberdade eu tinha lhe dado agora, ele podia fazer o que queria, tinha ganhado o jogo na verdade, eu o entreguei de graça. Minha resposta foi única quando o beijei, eu beijei Ikaris da forma mais intrigante e intensa que eu sabia que ele desejava. O mesmo guiado por isso, desceu seu beijo até meu pescoço, ficando ali. O clima entre nós esquentava, eu sentia isso no meu corpo, na minha nuca, em tudo. Ikaris me virou de costas, para abrir meu vestido que usei naquela noite, assim ele fez rapidamente. Me deitando em minha cama após isso.

— Meus parabéns, meu caro Ícaro... — Eu dizia ofegante, quando ele deitou ao meu lado e se ajeitou entre os lençóis — Ganhou o seu prêmio, o que vai fazer com ele?

— Não deveria ter perguntado uma coisa dessa, Nathalie — O eterno jogou-se por cima de mim, me prendendo na cama e ao seu corpo. Ele me beijava, me tocava e afirmava que estava feliz por aquele momento, só que como eu tinha dito da outra vez, não era dele que eu queria estar recebendo aquilo. Entretanto, não importa, deixa eu curtir meu momento.