Capítulo 73

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No avião esperando todos embarcarem para que decolássemos, eu só conseguia pensar no que dizer aos meus pais sobre essa viagem de semanas. Eu sei que não sou mais nenhuma adolescentezinha, por mais que as vez eu haja como tal. Eu só sei que eles farão mil perguntas, tenho que estar pronta para elas e evitar dizer que estava com Ikaris esse tempo todo. Eu estava sozinha, até que um cara sentou do meu lado. Ele parecia sério, estava com um boné e vestido de uma jaqueta preta e eu pensei já ter visto antes por conta de alguns detalhes. Parecia que ele queria se esconder, eu o entendo afinal, sou uma agente secreta da Shield, vivo nessa de disfarces.

– Que demora para decolar... – Ele resmungou. 

– Ainda estão embarcando – Eu o respondi, mesmo percebendo que não estava falando comigo. O rapaz me parecia estranho, eu já o vi em algum lugar.

– Ah, sim. Eu espero, não aguento mais a França.

– Não ousaria dizer uma coisa dessas, afinal é um belo país.

– Quando está sozinho? Nem tanto...

– Mas quando conhece pessoas, pode ser divertido – O telefone dele tocou, e imediatamente, de forma atrapalhada ele atendeu. Eu até gostei da música no toque, a reconheci na hora, "A Man Without Love" de Engelbert Humperdinck, pensei.

– Ah, oi... é, estou no avião. Nos encontramos em NY – Achei estranho aquele momento que ele falava pelo telefone, parecia ter desenvolvido um sotaque britânico repentino. Foi aí que minha ficha caiu.

– Eu não acredito... – Sussurrei.

– Até, Jacaré! – Ele se despediu da pessoa pelo telefone e foi nesse momento que eu tive total certeza de quem era.

– Steven Grant? – Chamei, e ele se virou para mim, esbouçando um alívio no olhar quando se deu conta de que me conhecia.

– Oh meu Deus! Nathalie! Esse mundo é pequeno mesmo.

– Eu sabia que estava falando com um homem de duas vidas. Percebi que o Marc sumiu quando você atendeu o telefone. Oi, Marc... – Steven mudou sua feição para algo bem mais sério, ali eu sabia que era o Marc.

–  Oi, Nath... 

– Quanto tempo, hm? Não nos vemos desde...

– "A Missão Paris" – Ele lembrava. 

– Ah! A propósito – Steven voltou – Feliz Aniversário, Nath!

– Obrigada, Grant.


A viagem pareceu mais rápida do que imaginei que seria. Claro que eu perderia uma parte do dia do meu aniversário dentro do avião, mas estava sendo ótimo conversar com Marc e Steven.  

– Você foi congelada? – Steven perguntou assustado.

– Sim, foi terrível. Mas era o certo a ser feito. Se mais alguém ativasse a Capitã Hydra, as coisas ia sair do controle de novo.

– Eu fico feliz que você está bem – Marc voltou respondendo a mim – Eu encarei Marc como uma forma de tentar entrar em sua mente. Gostava de fazer isso quando nos conhecemos, assim eu poderia falar tanto com ele, quanto com Steven.

–  Você faz isso com todo mundo? – Marc perguntou.

– Só com quem tem duas personalidades – A mente deles parecia uma sala branca, iluminada por feixes de luz que na verdade eram memórias. Steven e Marc estavam sentados em duas cadeiras e eu em outra na frente deles.

– O que veio fazer em Paris? – Steven perguntou interessado.

– Espairecer. Estava cansada de dias monótonos. 

Agente Rogers Romanoff  [+16]Onde histórias criam vida. Descubra agora