Tensho Ikari, carinhosamente apelidado de Tenshi, não tem qualquer tipo de objetivo em sua vida, viveu sob as condições de seus parentes a vida inteira. Em desesperança e sem aceitar mais aquela situação, Tenshi decide rever seu irmãozinho de criaçã...
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A mão mais delicada de Tenshi envolveu a de Kisaki no momento em que saíram do quarto do hotel, começando o que pareceu ser uma eterna caminhada por um corredor cheio de artes caríssimas, ficou temeroso que pudesse se perder e acabar quebrando algo sem querer. Ou por querer, só pra testar quanto poder ele tinha sobre o local, mas estava com fome e seu nariz estava entupindo a cada respiração, fazendo ele se emburrar.
- Desfaz essa carinha, seu nariz está começando a escorrer. - O de óculos precisou parar no meio do caminho para pegar um lenço de seu bolso e limpar o nariz do outro homem, satisfeito por ele ter feito o ato de expelir o catarro. - Se tomar os remédios que Pah mandou, vai melhorar mais rápido.
- Mas eu não quero... não tem gosto nem de groselha! - Tenshi bateu o pé em teimosia, fazendo o outro homem bufar e lhe segurar pelas bochechas, as apertando como castigo. - Ain, tá doendo!!
- É pra doer mesmo, onde já se viu um adulto como você batendo o pé e agindo feito um bebê mimado. - Kisaki suspirou calmo enquanto via o outro fungar e fazer biquinho.
- Para de brigar comigo... - Sussurrou cabisbaixo, lembrando de poucas horas atrás no passado, quando Takemichi brigou consigo.
Kisaki estranhou quando o outro deixou de lutar contra suas mãos, ficando triste num piscar de olhos e com o olhar perdido. Como uma criança que fez algo errado, mas tem medo de falar. A cabecinha do menor parecia estar cheia naquele instante, chegou a cogitar que era dor de cabeça, mas o biquinho involuntário surgiu nos lábios rosados. Tenshi só fazia aquele biquinho quando estava desanimado ou prestes a chorar, e quando fazia birra também.
- Eu tomo o remédio... mas não briga comigo. - Pediu baixinho, mordendo o lábio inferior para aguentar aquele bolo na garganta.
Não queria ter lembrado da briga logo agora, mas ainda estava magoado pelas coisas que ouviu, coisas essas que ele sabia melhor que ninguém que eram verdadeiras. Isso que o deixava ainda mais deprimido.
Kisaki sentiu o peito apertar com a cena, soltando as bochechas dele para lhe abrigar em seu peito com carinho, a pouca diferença de altura colaborou com isso, deixando o outro surpreso pela ação repentina, mas ficou relaxado ao sentir suas mãos lhe fazer carinhos no cabelo, sempre deixando murmúrios manhosos escaparem. Como uma criança carente... Algumas coisas não mudam, certo, Tenshi? Pensou o de óculos rindo. Assistiu com um sorriso o homem menor ficar de bochechas vermelhas quando percebeu que fazia barulho demais por um carinho.
- Ah... Você é tão adorável, sinto vontade de te morder. - Assumindo uma postura mais agressiva, mordeu sem dentes a bochecha avermelhada.
- Hm... Para com isso! - Tenshi protestou ao empurrar o outro, suas bochechas mais quentes e vermelhas do que nunca, segurando elas com as duas mãos em proteção. - Mantenha seus dentes onde eu possa ver!
Kisaki riu da reação fofa, fazendo um cafuné nas suas ondinhas negras que os fios faziam em sua cabeça. Tensho olhou para baixo com a ação, sentindo-se quentinho por dentro, todo envergonhado pelo olhar de cuidado que recebia. Era a sensação estranha de sempre.
