Tensho Ikari, carinhosamente apelidado de Tenshi, não tem qualquer tipo de objetivo em sua vida, viveu sob as condições de seus parentes a vida inteira. Em desesperança e sem aceitar mais aquela situação, Tenshi decide rever seu irmãozinho de criaçã...
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Aquele piano o assustava, cada vez que sua mãe lhe colocava para treinar, ele desejava que o objeto se destruísse até as cinzas, não aguentava mais ficar tocando, não aguentava mais molhar os dedos nas lágrimas que caiam nas teclas. Aquilo estava lhe matando aos poucos, a forma que sua mãe, que devia proteger e amar, cobrava perfeição o assustava. Ele só tinha sete anos, era apenas uma criança. Não queria tocar piano, queria estar brincando com Takemichi e Takuya no parquinho, lendo algum livro com Saki ou até mesmo só dormir o dia inteiro.
Ele só queria fazer algo que fosse da sua vontade.
"Pare!!" Sua mãe gritou batendo a mão em cima do piano de cauda, assustando o garotinho que errou de nota mais uma vez. "Eu já te ensinei essa canção mais de três vezes... e você insiste em errar!! Era para estar sabendo tocar sem errar em menos de uma semana! Você é uma desgraça!!" Ela parou de gritar, vendo que seu filho agora soluçava. "Estenda os braços, Tsubomi."
A pequena criança tinha lágrimas grossas caindo em suas bochechas, estendeu seus braços marcados do último castigo, não evitando tremer quando sua mãe segurou seus pequenos pulsos e ergueu a régua de madeira.
"Sem gritar." Foi o que ela disse antes do pequeno sentir seus braços serem feridos e gotículas de sangue saírem dos cortes. Ele mordeu o lábio, tentando evitar gritar a cada corte que era feito ou aberto, aguentando a dor.
Era assim que ele passava as tardes livres.
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Takemichi aceitou de bom grado o biscoito caseiro que Hina lhe ofereceu, sorrindo satisfeito enquanto saboreava o quitute feito pela namorada. Ele sem dúvidas era muito sortudo em ter Hina, estava adorando ser paparicado, mesmo na cama de um hospital.
Ele acordou pela manhã no hospital, sendo que até ontem estava correndo dos policiais, o bom era que não foi algo tão grave. Takemichi tinha apenas um corte na testa pela queda do desmaio e os machucados da surra, seu nariz deslocado foi posto no lugar e somente latejava. Não muito diferente do irmão, que estava na cama ao lado e separados por uma cortina, ele tinha um costela fraturada pela surra e queda, um roxo imenso na boca do estômago e um corte de oito pontos no pulso e antebraço esquerdo.
