Tensho Ikari, carinhosamente apelidado de Tenshi, não tem qualquer tipo de objetivo em sua vida, viveu sob as condições de seus parentes a vida inteira. Em desesperança e sem aceitar mais aquela situação, Tenshi decide rever seu irmãozinho de criaçã...
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"Somente isso, senhor?" A atendente perguntou simpática ao rapaz de olhos violetas, mostrando um sorriso alegre ao entregar o cartão para o dono.
"Sim, querida, obrigada." Disse Tensho igualmente simpático, bocejando um pouco em seguida, era a quinta vez que ia na mesma loja comprar comida rápida e café. "Provavelmente eu vou voltar logo, então até depois. Obrigada mais uma vez."
A atendente acenou contente, se despedindo do novo cliente frequente da loja.
Fazia dois dias que Takemichi estava preso na casa de Naoto, guardando informações a respeito do acidente que matou Hinata. Ikari o visitou todos os dias, inclusive dormiu uma noite por lá e também recebeu uma enxurrada de informações, mas Naoto o colocou pra fora e disse algo como estar tirando o foco de Takemichi. Eles se organizaram e formaram um plano inicial, Takemichi teria as informações importantes e Tensho seria os músculos e os protegeria, já que Naoto sabe da sua estadia no exército e sua maestria com lutas.
Tudo o que Tensho sabia era que Hinata morreu no fogo cruzado da Gangue Manji de Tokyo, no meio de um festival foi atropelada por um caminhão. Achava isso no mínimo suspeito, quer dizer, as duas vezes que Hinata morreu e por conta da mesma gangue. Mas não tinha muito o que fazer, o homem das informações confidenciais era Takemichi e apostava que se ele não virasse uma esponja e fosse absorver tudo o que Naoto jogava na sua cara, não iriam pra frente com o plano.
Entrou na casa de Naoto com a chave reserva que implorou para conseguir, não aguentava mais ficar trancado para fora toda vez que ia comprar comida, Naoto era um adulto chato e cruel quando queria. Deixou a comida em cima do balcão e foi até o escritório onde os dois amigos estavam, entrando sem bater.
"... A Manji de Tokyo atual não existiria." Assim que entrou, escutou Naoto dizer algo ao seu irmão com cara de zumbi. "Em outras palavras, minha irmã não seria morta no meio da confusão."
Tensho deixou as bebidas em cima da mesa livre, fazendo barulho propositalmente para chamar a atenção dos dois. Se sentou na cadeira vazia. "Então, quem eu tenho que matar pra isso acontecer?"
"Tensho!" Takemichi se levantou de onde estava, olhando em repreensão para o irmão. "Nós combinamos de não matar ninguém, lembra? Sem mortes! Vamos resolver isso do jeito mais pacífico possível."
"Você quer resolver pacificamente? Não podemos controlar as escolhas alheias, Takemichi! Mesmo que mudemos algo, há sempre uma forma do futuro ser pior! Nesse é Hinazinha, no próximo talvez seja você ou os dois!"
"Vingança e justiça são coisas diferentes! Você não pode matar pessoas e esperar um bom futuro!" Takemichi se aproximou do irmão, pegando seu rosto com as duas mãos e suspirou, encostando suas testas. "Eu também tô irritado por não ter feito nada por tanto tempo, mas matar quando ainda não cometeram o erro, é errado e cruel. O máximo que podemos fazer é impedi-los de errar e esperar pelo melhor."
