Terceiro Capítulo

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Quando foi que eu dormi ontem à noite?

Acordei com esse pensamento.

— Bom dia! — eram as primeiras palavras que ouvi.

Era o médico.

— Bom dia! — respondi de volta.

— Você tem novas visitas.

Concordei com a cabeça.

— Ei, devagar. — ele disse quando tentei me sentar na cama.

— Pode me dizer quem são as visitas? — perguntei, mas ele balançou a cabeça e se retirou do quarto.

Uns segundos depois, minha melhor amiga Agatha adentrou o quarto com balões em formato de coração e estrela e um bolo nas mãos.

— Parabéns para você... — ela veio cantando, e outros se juntaram a ela, batendo palmas.

Eu havia esquecido completamente do meu aniversário.

— Feliz aniversário, amiga! — exclamou Léo, meu melhor amigo de infância.

Quem não tem um amigo mais alto do mundo? Com 1,90 m de altura, Léo é além do porte físico magro. Ele é uma pessoa incrível para se ter como amigo!

— Obrigada! É muito bom ver vocês aqui. — disse, admirando o entusiasmo deles.

— Vamos comer bolo? — perguntou o filho da Bigail.

Ela já foi minha babá e sempre foi considerada parte da família. O pequeno Enzo cresceu perto de nós e agora tem 3 anos.

— Titia, você está bem? — ele me perguntou.

— Sim, meu amor! Só preciso ficar um tempinho aqui.

Eles me olharam disfarçadamente, de cabeça baixa.

— Eu tenho que ir, tenho um encontro. — Léo disse empolgado daquele jeito dele.

— Com o Theo? — arqueei a sobrancelha.

— Danadinha. — ele respondeu, batendo no ar como se estivesse me acertando.

— Só disse. — dei de ombros.

— Você tem sorte de não poder sair dessa cama. — ele debochou.

— E quem disse que não posso? — perguntou o doutor, parado na frente dele, de braços cruzados.

— Pode mesmo? — Léo arqueou a sobrancelha, desconfiado.

— Claro que pode.

— Você não disse que tem um encontro? — perguntei, rindo.

— É mesmo. Cuida de si e eu te amo! — ele me deu um beijo na cabeça e se despediu com um abraço.

— Ele é doido assim? — Agatha sussurrou perto de mim.

— Doidinho de pedra. — respondeu Agatha, rodando o dedo em volta da orelha e fazendo careta.

— Mas ele é gente boa.

— Posso conversar com você em particular? — o doutor me perguntou de surpresa outra vez.

Agatha olhou para mim desconfiada e fez um gesto, dizendo que estava de olho em mim.

— Bom...

— Se for sobre o Gael, eu quero adotar ele.

— Não é isso... Eu perdi minha esposa por uma doença incurável. Ela era incrível, e você me lembra muito dela. Sabe o que ela me pediu antes de morrer?

A pedido de um milagre Onde histórias criam vida. Descubra agora