Quarto Capítulo

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— Que porra de sonho foi esse? — acabei falando alto demais.

Eu estava apavorada e completamente suada.

— Você está bem? — indagou a enfermeira, me examinando.

— Foi um sonho ruim. — respondi, com a respiração acelerada.

— Vamos aplicar mais sedativos em você.

— Não, não, por favor! — implorei.

— Então, respire devagar.

Obedeci à enfermeira e acabei adormecendo novamente.

Algumas horas depois, acordei assustada.

— Ela acordou e implorou para não aplicar mais sedativos nela. — ouvi uma voz masculina perguntar.

— E como ela está? — ele questionou.

— Ela está bem agora! É melhor você não vê-la no momento. — a enfermeira respondeu.

— Como não? Ela é minha paciente! — ele tentou passar pela enfermeira.

— Deixa ele entrar, por favor. — respondi, com a voz sonolenta.

— Se você se alterar... — ela começou, mas logo se calou.

Ela nos deixou sozinhos. Pela minha vulnerabilidade, acabei abraçando ele e disse:

— Eu quero ir morar com vocês.

Nesse momento, olhei nos olhos dele e ele me abraçou novamente.

— De qualquer forma, você iria morar conosco. Só temos que ser pacientes. — ele me disse, flertando.

— Não faça nada sem me contar antes.

— Desculpa, eu devia ter te contado antes. — ele disse, parecendo arrependido. — Quase perdi minha licença médica por sua causa.

Rimos juntos.

— Que bom que isso não aconteceu, não quero outro médico na minha vida. — foi a minha vez de flertar de volta.

— Eu volto amanhã para saber como você está, beleza?

— Ok. — afirmei.

A enfermeira voltou para ver como eu estava.

— Hum. — ela bufou, olhando para nós.

Era meia-noite, e eu podia imaginar o céu estrelado, aquele preto parecendo um azul marinho.

Dava para imaginar o barulho lá fora, o ar frio e aquele friozinho que congelava os dedos, mas eu queria viver aquele momento em que a brisa do vento batia em meu rosto e o canto dos pássaros formava uma bela melodia. Era uma boa apreciação do momento mais lindo que podíamos viver: o agora!

Não parava de sonhar e me sentir idealizada por aquele momento, imaginando um futuro que sonhava agora, esperando que se tornasse real.

Imaginava eu, Gael e Bennett em um jantar em família, todos felizes e contentes com a chegada de um novo bebê.

Foi assim que comecei a imaginar um futuro para mim e acabei acordando muito tarde.

— Oi, bela adormecida! — Léo e Agatha estavam no meu quarto esperando eu acordar.

— Aquele médico chato veio aqui trezentas vezes ver se você já estava acordada. — Léo respondeu, chateado com a situação.

— Não fala assim dele. — disse, ainda tentando me despertar.

A pedido de um milagre Onde histórias criam vida. Descubra agora