— Que porra de sonho foi esse? — acabei falando alto demais.
Eu estava apavorada e completamente suada.
— Você está bem? — indagou a enfermeira, me examinando.
— Foi um sonho ruim. — respondi, com a respiração acelerada.
— Vamos aplicar mais sedativos em você.
— Não, não, por favor! — implorei.
— Então, respire devagar.
Obedeci à enfermeira e acabei adormecendo novamente.
Algumas horas depois, acordei assustada.
— Ela acordou e implorou para não aplicar mais sedativos nela. — ouvi uma voz masculina perguntar.
— E como ela está? — ele questionou.
— Ela está bem agora! É melhor você não vê-la no momento. — a enfermeira respondeu.
— Como não? Ela é minha paciente! — ele tentou passar pela enfermeira.
— Deixa ele entrar, por favor. — respondi, com a voz sonolenta.
— Se você se alterar... — ela começou, mas logo se calou.
Ela nos deixou sozinhos. Pela minha vulnerabilidade, acabei abraçando ele e disse:
— Eu quero ir morar com vocês.
Nesse momento, olhei nos olhos dele e ele me abraçou novamente.
— De qualquer forma, você iria morar conosco. Só temos que ser pacientes. — ele me disse, flertando.
— Não faça nada sem me contar antes.
— Desculpa, eu devia ter te contado antes. — ele disse, parecendo arrependido. — Quase perdi minha licença médica por sua causa.
Rimos juntos.
— Que bom que isso não aconteceu, não quero outro médico na minha vida. — foi a minha vez de flertar de volta.
— Eu volto amanhã para saber como você está, beleza?
— Ok. — afirmei.
A enfermeira voltou para ver como eu estava.
— Hum. — ela bufou, olhando para nós.
Era meia-noite, e eu podia imaginar o céu estrelado, aquele preto parecendo um azul marinho.
Dava para imaginar o barulho lá fora, o ar frio e aquele friozinho que congelava os dedos, mas eu queria viver aquele momento em que a brisa do vento batia em meu rosto e o canto dos pássaros formava uma bela melodia. Era uma boa apreciação do momento mais lindo que podíamos viver: o agora!
Não parava de sonhar e me sentir idealizada por aquele momento, imaginando um futuro que sonhava agora, esperando que se tornasse real.
Imaginava eu, Gael e Bennett em um jantar em família, todos felizes e contentes com a chegada de um novo bebê.
Foi assim que comecei a imaginar um futuro para mim e acabei acordando muito tarde.
— Oi, bela adormecida! — Léo e Agatha estavam no meu quarto esperando eu acordar.
— Aquele médico chato veio aqui trezentas vezes ver se você já estava acordada. — Léo respondeu, chateado com a situação.
— Não fala assim dele. — disse, ainda tentando me despertar.
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A pedido de um milagre
RomansaNoêmia, uma jovem que se vê presa em um ciclo de relacionamentos problemáticos, encontra conforto e amor ao lado de Bennett, um homem sensível e apaixonado. Juntos, eles formam uma nova família ao cuidar de Gael, um menino que carrega a dor da perda...