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Caveira

Tinha chegado no baile, e já subi pro camarote cumprimentando a galera toda por onde eu passava, chefe é chefe né pae, de longe já vi a minha irmã do lado de uma amiga dela e só ignorei indo me sentar junto com os manos, PL e Branco se juntaram comigo e já começamo o papo de futebol e shows que a gente tava querendo fazer.

PL: parceiro, queria tanto que tivesse show do Mc Cabelinho, sou mó fã dele cara - Falou bolando um, e eu confirmei com a cabeça enquanto bebia meu whisky.

Caveira: pior que eu também tô querendo, manda os menor ir atrás de saber quanto ele cobra, que semana que vem mesmo a gente faz um baile pra ele.

PL se animou e já saiu pulando indo atrás dos crias e o Branco só riu do meu lado, vi as negas subindo tudo de vestido curto e a gostosa da Samira vir na minha direção com um sorriso de lado e sentou no meu colo.

Samira: eae meu amor - Samira cheirou o meu pescoço e eu troquei a mão do copo pra poder passar mão na sua coxa.

Samira era a gostosa que eu pegava as vezes, ela vivia dizendo que era a minha fiel, eu só sabia rir tá ligado? deixo ela achar o que quiser, quem leva a fama de corna é ela mesmo, eu sou livre pra todo mundo que me pergunta, não vou tá mentindo né.

Caveira: tá gatona hoje - elogiei e ouvi ela rir no meu ouvido.

Samira: tenho um presente pra ti - disse no meu ouvido e eu ergui a sobrancelha - tô sem calcinha.

Caveira: ah tá é? - Ela sorriu afirmando com a cabeça - Cuidado pra não pegar frieira.

Tava na paz hoje, se tivesse que ser será, se não, nem força, deixei ela sentada de cara emburrada na cadeira e fui pra grade olhar meus moradores, tava uma coisa linda de se ver, gente feliz, dançando, curtindo, é bom saber que eu posso deixar os meus felizes.

Até que eu bati o olho em uma nega de rastafari ou sei lá qual o nome daqueles bagulhos no cabelo, ela tava sorrindo como se tivesse numa lombra muito forte e só dava pra reparar ela rebolando com um sorriso no rosto, e porra, que sorriso menor, nega tinha um sorriso marcante, parecia até o coringa de tanto que sorria.

fiquei ali marolando ela de longe, em momento algum vi ela ficando com alguém ou até mesmo subir olhar pro camarote, era como se aqui nem existisse. Nunca tinha visto aquela nega por aqui, ou era da pista, ou era turista, moradora não era, por que eu sabia quem morava aqui de cor e salteado.

Branco: tá viajando ai sozinho porque? - chegou do meu lado

Caveira: me responde um bagulho - ele olhou pra mim - tu conhece aquela cocota ali? - apontei pra morena que agora mandava uns passinhos com os crias, com a mesma cara de maconhada desde que eu enxerguei ela.

Branco: conheço não Caveira, deve ser moradora nova, nem sei, quer que eu mande alguém ir atrás de saber?

Caveira: não, deixa isso quieto - continuei olhando ela de longe.

Branco: que presença ela tem né? parece ser gente boa - Branco agora olhava ela também, até que a gente viu um cria chegando nela e fechar a cara na hora, e falando alguma coisa que o cria saiu até de cabeça baixa, a gente riu pra carai.

Caveira: agora fiquei curioso, vou mandar algum cria ir chamar ela pra cá

Branco: e a Samira? Ela ainda tá de cara fechada ali - Apontou com a cabeça pro lugar onde eu tava e eu nem perdi meu tempo olhando, que se foda também.

Caveira: que fique ué, tenho nada haver com isso - Chamei um menor pra ir atrás da morena, ele desceu até ela e só vi ela negando com a cabeça e depois sumindo dali, até perdi a nega de vista.

O cria subiu de novo, com cara triste e eu já segurei o riso.

Ela disse que é de menor, patrão - falou me olhando e eu até me virei pro Branco pra ver se ele tinha escutado a mesma coisa que eu.

Branco: caô dela pô, nem fudendo que ela é de menor.

Kaká: foi o que ela disse né, agora não sei se é verdade - ele falou coçando a nuca.

Caveira: pois tu vai atrás dela de novo e só volta aqui quando ela tiver do teu lado, me ouviu? - Ele confirmou com a cabeça e desceu pra pista novamente.

Se passou meia hora e nada do cria voltar, já tava desistindo quando ouvir uma voz feminina aparecer nas escadas e ela aparecer, sorri de lado e fiquei encarando ela junto com os manos.

Caralho, não posso nem dançar em paz - ela falou de cara fechada, totalmente diferente do que eu vi pela a primeira vez - Já pode me soltar viu, vou fugir não, não tô nem ficando doida.

Caveira: Pode soltar ela kaká.

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Recomeço. MorroOnde histórias criam vida. Descubra agora