Capítulo 10

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Rejeitada por seu marido e evitada por seus homens, Serena passou muito tempo a sós ou em companhia de Rei ou Jedite. Jedite tinha se recuperado bem nos dois dias prévios. Uma febre leve deu causa para preocupar-se, mas só durou a metade de um dia.

Ele já estava protestando pelo confinamento no carro onde viajava, embora ele não se queixava sobre a companhia. Rei atendia todas suas necessidades e os dois se fizeram inseparáveis.

O incidente tinha ficado rotulado como um acidente, o guerreiro jovem que tinha disparado a flecha cumpria penitência por seu engano e sofria tremendamente por esse engano desgraçado, pois os homens zombavam impiedosamente de suas habilidades para a caça.

Serena montava sua égua ou caminhava ao lado do carro, com o Rook em seus calcanhares. De noite quando o acampamento tinha sido instalado e Jedite tinha sido atendido, ela procurava abrigo perto do fogo. Tinha sido instruída por Andrew de fazer uso da barraca, mas ela ignorou sua oferta e escolheu em troca dormir sobre uma manta no chão perto do fogo.

Não viu seu marido desde a briga. Qualquer instrução que ele dava era comunicada por Andrew. Os murmúrios e sussurros ao redor dela continuavam, embora as mulheres não lhes emprestavam nenhuma atenção aos falatórios. Parecia que Rei e as poucas mulheres da fortaleza de Donnegan tinham falado com as outras mulheres e elas aceitavam sua versão do desgraçado incidente.
Os homens, como seu marido, pensavam diferente.

Serena tinha caminhado uma boa distância atrás do carro hoje, deixando Jedite e Rei a sós para conversar. Rook tinha caminhado ao lado dela embora de vez em quando ele se afastava para internar-se na vegetação.
E enquanto ela sempre tinha desfrutado de sua solidão, sentia-se muito solitária.

Sentia saudades de Darien. Sentia saudades de compartilhar seu cavalo, conversar com ele, rir com ele, abraçá-lo, mas por cima de tudo sentia saudades da proximidade que eles compartilhavam . Ela deveria estar zangada com ele e entretanto não estava.
Ele deveria ter sido informado da verdade desde o começo e lhe permitir uma escolha.

Ele tinha ficado como um idiota enganado e isso era inaceitável para qualquer homem, especialmente para um guerreiro da reputação de Darien.

E ela? Ela era só um peão no jogo de seu pai. Então, o que devia fazer? Sentar-se a um lado e esperar e novamente ser usada de acordo com os ditados de um homem.

Ela sacudiu a cabeça. Não, isso era completamente inaceitável. Ela faria o que melhor parecesse. Ela criaria uma boa vida independente dentro da fortaleza, servindo aos aldeãos doentes.

Darien alcançaria suas próprias conclusões, se não o tinha feito já. E sua decisão no assunto seria a palavra final. Ela não poderia fazer nada para fazê-lo mudar de idéia. Se ele não conhecia seu caráter verdadeiro até agora, então o que mais podia fazer para convencê-lo de sua inocência? A verdade devia ser descoberta por ele.

Andrew se aproximou cavalgando. — Por que caminha? Para irritá-lo?

— Irritar a quem?
Andrew a olhou estranhamente. — Seu marido.

Serena sorriu com o conhecimento de que pelo menos Darien se importava o suficiente para notá-la. — Caminho porque me agrada.

— Isso não o agrada.

Ela sentiu o Diabo provocando-a e com seu sorriso amplo, disse. —  Ele me tem medo?

— Que tolice está dizendo? - Andrew perguntou, surpreso por sua pergunta.

Serena encolheu seus ombros. — Perguntava-me por que um homem de sua coragem enviaria a alguém para que me falasse em nome dele. Assumo que se ele tivesse algo para me falar e não o faz ele mesmo?

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