Capítulo 1

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A chuva pesada penetrava as terras do castelo e um vento frio de outono soprava através da terra, empurrando o lixo contra a construção de madeira. Mais trovões fizeram tremer a terra, causando calafrios aos ocupantes do castelo.

Esses trovões não eram da natureza, mas sim dos cascos dos cavalos guiados por homens, cem ou mais lá abaixo na entrada do castelo. À frente deles, cavalgava o Diabo Irlandês em pessoa.

Lorde Kenji e Lady Tsukino esperavam no grande salão, suas filhas estavam em seus quartos até que as chamassem e os criados de pé preparados para servir, embora suas pernas tremiam quando os cavalos se aproximaram, sacudindo as paredes do castelo.

Os gritos e os relinchos dos cavalos anunciavam a chegada dos convidados não desejados. Lorde Kenji e Lady Tsukino se apressaram reticentes para a porta da frente para dar uma adequada boa-vinda.

Lorde Kenji ordenou que as grades de ferro fossem levantadas e que os portões de madeira fossem abertos. A força do vento poderoso abriu amplamente os portões, fazendo que os criados tivessem que correr para evitar que saíssem de suas ferragens e que chocassem grosseiramente contra as paredes de madeira.

O Diabo irlandês caminhou com passos largos e com a força do vento infernal, sua capa de lã negra voando ao redor de seu corpo; seu cabelo escuro brilhando pela água da chuva; e com atentos olhos azuis ele inspecionou a sala com um olhar.

Sua mão estava apoiada no cabo de sua espada de prata que pendurava de uma correia de couro em sua cintura. Doze homens o seguiram, seis de cada lado, parados atrás dele. Todos eram de grande estatura, mas nenhum se igualava ao Diabo.

Ele era mais alto que eles, sua posição era de poder e potência. Ombros largos, tórax imponente, braços musculosos, cintura estreita, coxas sólidas e uma voz profunda e direta. — Meus homens necessitam comida e refúgio.

Ele olhou a Lady Tsukino e ela ofegou, suas feições pecaminosamente atraentes lhe cortaram a respiração. Ela não podia falar ou tirar seus olhos dele. Seu rosto a hipnotizava, profundos olhos azuis, lábios que prometiam prazer infinito e uma expressão arrogante que comandava a atenção de todos.

Lorde Kenji caminhou diante de sua esposa. — Estamos honrados de tê-lo aqui, Lorde Darien. O que seus homens precisem será provido imediatamente. - Fez um gesto aos criados, que hesitantes obedeceram.

Eles deram uma comprida volta ao redor do Diabo e fizeram gestos a seus homens para que os seguissem pela porta.
Os homens não os seguiram.

Lorde Kenji esclareceu a garganta. — Seus homens podem sair.

— Minha guarda pessoal ficará comigo. Eles serão alojados perto de meus aposentos. - Ele não fez nenhum pedido; era uma ordem que devia ser obedecida sem demora.

Lorde Kenji aceitou como um criado obediente. — Como desejar, Lorde Darien .

— Exijo um banho e comida quente, depois conversaremos. - O Diabo olhou o homem esquálido, uma avaliação breve e decisiva.

Lorde Kenji achou ofensivo seu escrutínio descarado, mas rodeado por um grupo de gigantes, ele tinha pouca alternativa, além de sofrer o insulto. Ele emitiu ordens em Galés aos restantes dos três criados, os instruindo que mostrassem ao Diabo os quartos e que organizassem tudo para que seus homens selvagens fossem alojados perto dele.

Lorde Darien deu um passo adiante, sua sombra volumosa dominando em cima de Lorde Kenji como um demônio elevando-se das chamas do inferno.

O raquítico Lorde recuou com medo quando o Diabo falou em um claro galés, trocou ao latim, seguido por um francês preciso, depois falou uma língua escandinava e terminou com uma advertência em Galés.

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