O sorvete aconteceu.
Yu Na conseguiu um novo emprego, numa biblioteca, então passamos a acordar um pouco mais cedo para nos encontrarmos no parque, sentarmos e conversar um pouco, enquanto admiramos a paisagem, mesmo que fôssemos juntos para o trabalho. Mamãe nunca mais apareceu, mas soube pelo meu irmão que ela estava bem, morando e trabalhando com uma amiga, no interior. Meu irmão também foi afortunado e conseguiu um emprego, mas não sei se ficaria muito tempo, pois era muito encrenqueiro. Estavam precisando de um entregador de frango no antigo emprego de Yu Na, e ela comentou comigo e então o recomendou.
Yu Na e eu passamos a almoçar juntos, já que tínhamos o mesmo horário disponível para uma refeição, e depois eu a acompanhava até a biblioteca depois de nos comprar um café.
— Até mais tarde — disse, acenando para mim com a mão vaga.
Ah, eu também ficava esperando por ela, no final do seu expediente.
— Até — sorri, acenando de volta.
🚲 🚲 🚲
Decidimos passear um pouco pelas ruas, no final de semana, na companhia de Pombos, que já estava estressado por passar mais tempo em casa agora. Yuyu havia evoluído com seus treinos, e atualmente, Pombos só corria atrás dos pombos se ela permitisse, mas ela sempre o fazia, pois achava aquilo divertido e não queria privá-lo de tamanha aventura.
Caminhamos pela calçada, enquanto conversávamos sobre nossa semana, embora tenhamos feito muito isso durante ela. Yu Na me contou que quase derrubou uma estante inteira de livros só para não perder o café que eu lhe havia comprado. Rimos muito daquilo. E então contei que uma idosa cobrou e exigiu minha presença no encontro às cegas de sua filha, que já estava na idade de se casar, mas depois, ela apenas havia se confundido, porque não estava usando os óculos naquele dia.
— Posso imaginá-la perfeitamente, exigindo que você fosse lá, pensando que era o outro rapaz — comentou, rindo.
— Ela de repente começou a dizer sobre isso, quando fui pedir seus dados para preencher a ficha.
— O conhecendo, deve ter ficado sem jeito.
— Olha quem fala. Quase derrubou uma estante inteira de livros por causa de um mero café.
— Ya (ei, expressão informal), era café mocha. Sabe como eu gosto disso. E, além do mais, foi você quem me comprou — disse e então já me vi sem jeito, novamente.
Continuamos a andar e logo a frente me deparei com uma imagem que me roubou uma batida. Mi Na quase desfilava sobre a calçada segurando a mão do meu rival do ensino médio, enquanto se exibia com joias no pescoço, um vestido florido, salto alto e um sobretudo vinho, da cor das flores.
— Oh, há quanto tempo — disse ela, fingindo um sorriso.
Apenas reclinei a minha cabeça, em forma de cumprimento.
— Woah, há quanto tempo, Prodígio Quatro Olhos — sorriu seu companheiro. E depois de anos, ele ainda continuava me chamando daquilo.
Yu Na me olhou sem entender, então resolvi entregar as cartas na mesa.
— Essa é Mi Na. Mi Na-ssi (senhorita), essa é Yu Na.
— Oh, Mi Na? É um prazer conhecê-la — sorriu Yu Na. — Não sabia que podia ser tão — Linda? — Mi Na tentou completar, mas foi inútil. — Assustadora, pessoalmente — sorriu Yu Na.
— O quê? — indagou Mi Na, com os olhos frios.
— Escuta aqui, sua vad — o idiota começou, mas não iria admitir que falasse daquela forma com Yu Na. — Não irei admitir que fale assim com Yu Na. Jamais.
Mi Na riu.
— E quem ela pensa que é para falar assim com alguém que acaba de conhecer? — resmungou Mi Na.
— Ela é... — Yu Na me interrompeu — A namorada dele, prazer — sorriu, erguendo a mão direita para um cumprimento, assim que passou a coleira de Pombos para a outra. A olhei, perplexo.
— Namorada? — Riu Mi Na.
— A própria, louca por sorvete e café, exagerada, extrovertida, talvez até demais, mas a que diz todos os dias: Woah, não acredito que conheci alguém assim. Prometo cuidar para que eu nunca o perca.
Yu Na estava me tocando com suas palavras, sem nem mesmo me olhar. Eu estava diante da pessoa com a qual compartilhei uma aliança durante dois anos e meio, mas que nunca ouvi um "obrigado por estar comigo", enquanto Yu Na que nem mesmo sabia sobre isso, fazia eu me sentir querido e especial para ela.
— Tenho pena de você, Yu Na-ssi — comentou Mina.
— Por que? Acho que até as vacas ficariam felizes de serem separadas de você, se fosse uma, claro.
Mi Na riu, indignada, e seu companheiro, apenas a chamou para se retirar dali. Olhei para Yu Na, perplexo, novamente.
— O quê? Você nunca me pediu, alguém tinha que dar a iniciativa.
— O-quê? — Balbuciei.
Yu Na me puxou pela gola da camisa e me surpreendeu com um selinho. Tive certeza de que senti minhas bochechas esquentarem. O coração, nem se fala.
— É, Min Min, pode dar conta do recado? Sou uma mulher exigente.
A beijei de volta.
— Não me incomodaria de dar conta desse recado.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Olá, Quinta-feira!
RomansaOnde o amor está apenas a alguns dias de distância. OLÁ, QUINTA-FEIRA!, é um romance leve, com uma pitada de drama e comédia. Escrita em 10 capítulos lindos, curtos e contagiantes para você se apaixonar... _________________________ OBRA DE: 𝑁𝑎𝑡𝑖...