Fugindo

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Vi as duas entrando e fui logo em seguida, ao entrar vi a Sn sem jeito parada segurando sua bolsa e de macacão, cheguei perto dela tirando sua bolsa do ombro e colocando no sofá a empurrando em direção a mesa.

– Dessa vez consegui te pegar - falei baixo perto do seu ouvido.

– É, não consegui fugir dessa vez - sentou e deu um meio sorriso.

A mesa estava farta e a Nari começa comer sem cerimônia, ela realmente puxou a mim porque come que é uma maravilha, a Sn estava olhando a gente e comecei a pôr comida no seu prato, ela me olhou e sorri vendo ela relaxar um pouco.

– É melhor comer logo antes que comece as perguntas - aponta com a cabeça a pequena comendo.

Ela afirmou e começou a comer, olhei as duas comendo e sorri porque estava gostando da companhia delas, faz tempo que não temos uma companhia, sempre é só eu e Nari e a Sn com a gente hoje me fez pensar que faz tempo que não olho para os lados, só vejo a Nari e esqueci de mim, ela já vai fazer cinco anos e eu continua parado sem me abrir com ninguém, penso que a Sn aparecer agora foi o destino querendo sacudir o meu mundo e mostrar que posso ser feliz não só como pai, e sim como homem também.

Não demorou muito e ela logo terminou de comer e se levantou dizendo que iria fazer seu trabalho, mas a Nari quis ir com ela.

– Appa posso ir com ela? - passei a mão em seu cabelo.

– Tem que perguntar se a Sn quer sua companhia - olhei para a mulher e ela se abaixou e ficou na altura da menor.

– Claro que quero - estendeu a mão - vamos abelhinha.

E as duas saíram para o jardim, Nari dando pulinhos de alegria e a Sn sorrindo para a menor, antes de sair pela porta ela olhou para mim e abriu um sorriso largo e por um minuto eu vi a Sn do passado.

Já se passou meia hora desde que elas foram para jardim e o sol estava forte, pedi para a Sra.Bin preparar um suco de laranja e fui levar para elas, quando cheguei do lado de fora vi as duas sujas de terra e conversando enquanto mexia nas plantas, Sn estava respondendo tudo o que a menor perguntava com um sorriso e vi na hora que a Nari a abraçou toda suja e eu ia falar para ela não sujar a Sn, mas parei no meio do caminho quando a vi ela retribuir o abraço e fazer cosquinha na Nari a afastando o suficiente para pegar o rosto pequeno dela e beijar.

Fiquei sem reação depois disso, já vi várias pessoas tratar a minha filha bem mas nunca fiquei sem reação assim, a Sn voltou para a minha vida para mexer com ela e disso já tinha certeza e não a deixaria escapar mais uma vez.

Sn

Passei a tarde trabalhando com a abelhinha do meu lado e devo admitir que foi uma das melhores tardes que já passei esse tempos, ficar com ela era divertido e leve, me sentia como se fosse uma tia dela. Park veio um tempo depois e nos deu suco de laranja e ficou conosco, foi realmente uma tarde muito agradável mas tinha que ir embora, já tinha ficado mais que o suficiente para encher a minha cabeça de esperanças falsas.

Estava juntando minhas coisas e já tinha me despedido da Nari, ela ficou cansada e foi tirar seu sono da tarde, Park fez questão de me fazer companhia depois de pôr a filha para dormir, e sua presença me deixava nervosa e ele sabia disso.

– Porque fica tão nervosa com minha presença? - disse chegando ao meu lado com as mãos nos bolsos da calça.

– Porque não quero que ocorra um mal entendido - peguei a minha bolsa e coloquei no ombro.

– Mal entendido? Explica isso direito.

– Não quero causar problemas com você e a sua esposa - olhei vendo ele franzir o rosto e fiquei confusa - acho melhor eu ir embora.

Ele pega a minha mão me impedindo de continuar andando.

– Eu não sou casado Sn - foi a minha vez de franzir o rosto - a mãe da Nari foi embora antes de ela completar um ano, a crio sozinho esse tempo todo.

– Como ela pode fazer uma coisa dessas? - fiquei com raiva por um momento e vi ele rir - desculpa, não devia ter dito nada.

– Deixa eu te levar em casa?

– Não precisa Park, vou de ônibus - ele cruzou os braços e me olhou sério.

– Claro que preciso te levar, só assim vou saber onde mora.

Fiquei olhando para ele tentando entender aonde ele queria chegar com isso e ele se aproxima tirando a distância que tinha entre a gente ficando cara a cara.

– Quando vai parar de fugir de mim, garota? - ele olha meus lábios e prendo a respiração - saiba que dessa vez eu não vou deixar.

Quando sua filha gosta da jardineira novaOnde histórias criam vida. Descubra agora