Família

272 26 0
                                    


...

Estava dentro do táxi indo para a casa do Jimin e minhas pernas mexiam sem parar por conta do nervosismo que estava sentindo, sei que a Nari gosta de mim mas não sei como ela vai reagir ao saber que vou namorar o pai dela, que não vai ser só eles dois, eu vou entrar nas suas vidas e pode ser que bagunce um pouco a rotina deles.

Ontem eu e o Ji conversamos sério como seria essa novidade para a Nari, queria ir com calma e não assustar a menina, então iriamos em um parque de diversões. O ambiente mais descontraído e alegre, queria deixar uma boa impressão e pensei em me divertir com eles, assim eu mesma não teria um ataque de nervos, que por sinal estava perto de acontecer sem nem olhar para eles ainda.

O Táxi para e olho na janela vendo a casa do Park, paguei e desci ajeitando a bolsa no ombro e indo em direção a porta, respirei fundo e toquei a campainha, não demorou muito e a porta foi aberta. Vi o Jimin com um sorriso enorme que me deixa mole e em suas pernas apareceu a pequena, abaixei e abri os braços e logo ganhei um abraço apertado, beijei seus cabelos e senti o perfume que vinha deles.

– Sentiu saudades de mim? - ela balança a cabeça e volta a apertar meu pescoço com seus bracinhos.

– Vai matar ela sufocada desse jeito - escuto o Jimin rindo.

– Não tem problema, vem vamos entrar - levantei com ela agarrada em mim ainda.

– Seu cabelo é tão bonito - ela pega uma mecha do meu cabelo - devia andar com ele solto todo dia, não é appa?

– Verdade.

Chegamos a sala e sentei com ela sentada em minhas pernas, ela brincava com meus cabelos e eu apertava suas bochechas, estamos todos sentados e conversando quando Jimin soltou do nada.

– Eu já contei pra ela Sn - fiquei paralisada, olhei devagar a Nari e o sorriso dela era radiante - fala para ela filha, o que me contou.

– Disse que queria uma mamãe igual a Sn, bonita e legal comigo, que cuidasse das minhas flores juntas.

Meu olhos encheram d'água, nunca pensei que sentiria tamanho amor como sinto por ela, Nari não nasceu de mim, mas o pouco tempo que a conheço cresceu em meu peito um amor imenso. No começo desse ano eu não tinha ninguém, meus pais morreram, meu tio mora no interior e tem a família dele, mesmo ele terminando de me criar nunca senti um vínculo familiar com ele, mas agora eu tenho duas pessoas que posso chamar de lar, Jimin meu primeiro e único amor, e a Nari, a filha que sempre sonhei em ter, agora eu tinha.

– Vai ser minha mamãe? - Jimin veio abraçar nós duas.

– É o que mais quero, abelhinha - abracei e beijei a pequena em meu colo.

– Agora minha família está completa, com as duas mulheres da minha vida.

Apertou o abraço, ficamos ali por um tempo antes de ir para o parque, brinquei com eles e me diverti muito, Nari não soltava a minha mão por nada, até pediu para levar ela no banheiro. Eu não podia estar mais feliz, depois de tudo o que passei sozinha finalmente estava sendo recompensada, eu ganhei um namorado e uma filha.

...

Estava no jardim cuidando das plantas, era um dia ensolarado mas com um vento gelado. Já tinha se passado três anos desde que cheguei nessa casa, ainda me lembro do dia que vi o Ji denovo depois de anos, levei um baita susto e quis fugir na mesma hora, soltei uma risada me levantando, tirei as luvas e sentei no banco de pedra que tinha ali, passei a mão na barriga e senti um chute fraco.

– Calma meu amor, sua irmã Jajá chega - foi só eu terminar de falar.

– Omma - veio correndo.

– Oi meu amor - abracei minha filha beijando seus cabelos - como foi hoje na escola?

– Foi legal, um garoto me deu chocolate.

– Meu deus, se seu pai souber disso surta - senti outro chute.

– Oo eu senti - ela beijou minha barriga - oi Hwan.

– Ele estava te esperando.

– Quero que ele nasça logo, quero ver o rostinho dele, será que vai ser igual a mim?

– Claro que sim, vai ser fofo que nem você - pego sua mochila - vem vamos entrar.

Entramos e coloco ela para tomar banho, de banho tomado ela senta na cama e eu sento atrás dela penteando seus cabelos.

– Omma?

– Hum.

– Por que minha mãe foi embora? - ela nunca tinha tocado nesse assunto comigo.

– Não sei meu amor, mas pode ter certeza que quem está perdendo é ela, você é incrível, a melhor filha que uma mãe podia ter.

– Será que ela não gostou de mim - fala baixinho.

– Ei, olha para mim - ela vira e vejo seus olhos cheios de água - por que isso agora?

– Tenho medo de quando o Hwan nascer você esquecer de mim - vi o medo nos olhos dela.

– Nunca mais diga ou pense uma coisa dessas, não sei o porque que sua mãe foi embora, mas quer saber? Isso é ótimo, assim eu tive a chance de voltar para a vida do seu pai e ser sua mãe, nunca me arrependo e nem vou me arrepender disso, pode não ter nascido de mim, mas é minha filha, você, Park Nari é minha filha, nunca mais duvide disso.

A menor me abraça forte e aperto seu corpinho contra o meu, desde que engravidei ela vem fazendo perguntas assim, não quero que ela se sinta de lado.

Terminei de pentear os cabelos dela e fui tomar banho, descemos e ficamos assistindo um filme na sala, com ela o tempo todo agarrada a mim. Acho que com a idade está vindo a curiosidade de conhecer a mãe dela e saber o motivo do abandono, mas nunca vou deixar minha filha de lado, e vou ter muita paciência para não deixar ela duvidar do meu amor por ela.

Ao final da tarde o Ji chegou e se juntou a nós, ficamos deitados no sofá assistindo televisão, eu de um lado ele do outro abraçando nós duas e a Nari no meio.

– Sabia que a abelhinha ganhou chocolate de um menino hoje - olhei meu marido travar na hora.

– O que? - tive que rir - que história é essa?

– Ela está crescendo amor, queria o que? Que fosse bebê para sempre?

– Claro, ela sempre vai ser minha princesinha.

– Omma? - olhei a pequena - vou ser sua princesinha também?

– Claro que sim, mesmo quando eu estiver velhinha, ainda assim vai ser minha abelhinha.

– Te amo omma.

É a primeira vez que ela fala isso, ela sempre falou que gostava muito de mim, mas nunca disse que me amava, abraço ela forte deixando uma lágrima de felicidade cair.

– Eu sei meu amor, eu também te amo muito.

– E eu amo muito mais as duas - falou com a voz falha e olhei vendo ele chorar, passei a mão limpando seu rosto – Te amo Sn, sabia quando te vi naquele dia que era pra mim que tinha voltado, voltou para encher minha vida de amor e alegria.

– Eu que ganhei na loteria, ganhei um marido maravilhoso, e minha filha - beijei os dois - e agora meu bebê.

Coloquei a mão na barriga e os dois colocaram a mão por cima, eu agradeço todos os dias por ter eles, eu amo minha família.

FIM.

Quando sua filha gosta da jardineira novaOnde histórias criam vida. Descubra agora