Capítulo 4 - Semínima

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AURORA HURLEY

- É minha! - gritei indo atrás da bola que vinha na minha direção, até Asher surgir atrás de mim e atacar pro outro lado.

- Ponto do outro time. - JD exclamou quando a bola bateu na água.

- Não, Asher! A bola era minha! - resmunguei.

- Desculpa, foi um reflexo.

- Chega de papo. Rodízio! - JD gritou mais uma vez.

Caso não tenha notado, estávamos jogando vôlei na piscina. O sol estava escaldante e o único lugar possível era a piscina principal.

- Quantos pontos? - Rey perguntou no outro time.

- Dois a dois. O próximo ponto vence.

Era minha vez de sacar e eu estava torcendo pra fazer um ace. Não pensei e só saquei, adivinha? A bola caiu fora da piscina. Desempatei. Pro outro time. Eu vou ter que aguentar a Rey e o Leo me zoando por sei lá quanto tempo. Odeio viver.

Saindo do banheiro depois do jogo, depois de secar meu cabelo e toda a água da derrota do meu corpo, eu os encontrei me esperando do lado de fora.

- A vitória foi muitíssimo justa... parabéns para todos nós, mas, acho que podemos nos divertir mais um pouquinho. - Leo argumentou, colocando os óculos escuros na cabeça.

- Hm? - Asher indagou, deslizando os dedos pelos seus cabelos encaracolados.

Eu já conseguia imaginar o que vinha por aí.

- O que vocês acham, Rey e Yves? Alguma ideia?

- Vocês vão conceder três pedidos para nós e não interessa qual seja o pedido, terão que fazer sem questionar.

- Eu odeio vocês. - bufei olhando para o alto.

- Acho justo que seja somente a Aurora, ela quem fez nosso time perder. - Asher respondeu.

- Na verdade... tenho uma ideia ainda melhor. O Asher vai fazer tudo o que a gente pedir. - Yves argumentou - E a Aurora vai fazer a mesma coisa com o Leo.

- Graças a Deus não sou eu que vou fazer as vontades dele! - Asher riu aliviado - Ele iria me massacrar.

- Que ódio. - respondi colocando a toalha no ombro.

Ele respondeu minha reclamação com uma risada.

- Tá. O que você vai querer?

- Ah, agora não! Vou guardar pra quando for útil.

- A partir de hoje você é o meu maior inimigo. - revirei os olhos.

Ele parou por um instante sem falar nada e eu também não entendi o que diabos estava se passando na cabeça dele.

- Quer me ajudar numa parada? - ele perguntou.

- Isso faz parte do acordo?

- É só um pedido. - riu - Estou em dúvida quanto à música que eu tenho escolher e não sei o que fazer. Você sendo outra musicista pode me ajudar com uma segunda opinião, né?

Assenti. Acompanhei ele até o nosso andar, onde ele pegou a guitarra e me levou até um lounge que eu sequer sabia que existia. Lá, havia uma janela enorme com uma grande entrada de luz natural. Sofás marrons e muitas plantas, de todas as formas, como num jardim de inverno só que com menos cara de casa-de-gente-velha. Notei que ele também havia pegado uma caderneta com uma capa de couro preta, com umas ranhuras que combinavam com a capa da guitarra que vi pela porta do quarto. Tinha um aspecto diferente mas faziam o estilo dele se parasse para observar bem.

ShowstopperOnde histórias criam vida. Descubra agora