Daegu City | myg + jhs

2. A Visita

No dia seguinte, Yoongi acordou cedo para vistoriar a reforma no primeiro andar de Honsool. Jungkook também chegou pela manhã para ajudar os pedreiros; tomou café com o irmão e logo começou a trabalhar, carregando sacos de cimento e carrinhos de mão cheios de tijolos para cima e para baixo. Jimin não o acompanhou porque estava em um estúdio, tirando fotos para uma campanha publicitária. O rapaz foi aprovado para fazer parte de um agência de modelos há alguns meses e Jungkook não se cansava de falar sobre como o seu namorado vinha conseguindo cada vez mais trabalhos importantes. Yoongi não se surpreendia, afinal Jimin era muito bonito e possuía um magnetismo natural, vindo principalmente de seus olhos e do sorriso charmoso, de lábios carnudos e dentes perfeitos. Com certeza foi feito para brilhar diante das câmeras, não se prostituir em uma esquina qualquer para sustentar os pais desnaturados.

Com a reforma e os últimos ajustes para a inauguração do bar, somente pela tarde Yoongi teve tempo de visitar a mãe de Hyunsoo. Havia conseguido o endereço enquanto ainda estava preso; o funcionário que tomava conta dos arquivos do presídio era um homem gentil e se compadeceu de Yoongi quando ele lhe pediu o endereço do falecido amigo. Felizmente, o local não era muito longe de Geun-gu. Jungkook o levou em seu chamativo Hyundai roxo, mas Yoongi disse que o irmão não precisava buscá-lo, pois seria mais útil ajudando os funcionários no bar. Se despediu do irmão e desceu do carro na esquina de uma ladeira. A rua estreita era composta por uma escadaria de concreto, toda colorida com desenhos de nuvens e outros símbolos em grafite. Yoongi subiu as escadas e cruzou caminho com um grupo de quatro adolescentes, que desciam com skates debaixo do braço. Os jovens olharam Yoongi com estranhamento, mas não disseram nem fizeram nada. Certamente não era comum ver alguém de fora da vizinhança por ali, muito menos carregando uma maleta preta que não combinava com as roupas informais de Yoongi. Ele também notou algumas senhoras espichando o pescoço para fora das janelas de suas casas; já conseguia imaginar as fofocas que se espalhariam pela rua no mesmo dia.

Enfim Yoongi chegou ao número 108, de fachada laranja e conjugada nas casas ao lado, como todas as residências da rua. Havia um som de televisão vindo lá de dentro, então deduziu que havia gente em casa. Bateu na porta e poucos segundos depois, uma senhorinha o atendeu. Yoongi a reconheceu vagamente das vezes que Hyunsoo recebeu visitas na prisão, embora nunca houvessem sido apresentados.

— Boa tarde — Yoongi cumprimentou educadamente. — A senhora é Jung Mi-kyung?

— Ah, sou eu sim. Boa tarde... — Ela olhou Yoongi de cima a baixo e apertou as mãos em frente ao corpo, fazendo uma careta. — O Sr. Bong te mandou vir cobrar o aluguel, não é? Olha, eu juro que até o fim do mês nós vamos conseguir pagar ao menos três dos meses atrasados, é que sabe como é, tudo anda anda muito caro, senhor, o que os meus filhos ganham mal dá pra botar comida na mes...

— Calma, ahjumma. Eu não vim cobrar aluguel nenhum — Yoongi ergueu uma das mãos, interrompendo a tagarelice da Sra. Jung. — Eu me chamo Min Yoongi e sou amigo de Hyunsoo.

Mi-kyung arregalou os olhos e sua boca se abriu em um "o".

— Amigo de Hyunsoo? Mas... De onde? — Perguntou confusa.

— Do Centro de Detenção. Pra falar a verdade, eu fui solto ontem e prometi a Hyunsoo que quando saísse da prisão, visitaria a família dele. Esperava fazer isso acompanhado do próprio Hyunsoo, mas... — Yoongi pressionou os lábios. — Sinto muito pelo que aconteceu, ahjumma. Ele era um grande amigo... E me faz muita falta.

A Sra. Jung meneou a cabeça e levou a mão ao peito.

— Meu Hyunsoo também me faz muita falta... Um menino tão bom, só queria o melhor para a velha omma dele... — Ela abriu um sorriso triste e chamou Yoongi com um gesto da mão. — Venha, meu filho, entre. Eu não estava fazendo nada demais mesmo, só assistindo televisão... Vai ser ótimo ter uma companhia.