Daegu City | myg + jhs

9. Sem volta atrás

Quem é vivo sempre aparece, né? Vamos de recapitulando:

No cap 8, Os irmãos Min e sua gangue cumpriram uma missão para o gangster RM. No hotel designado para a tarefa, Yoongi encontrou Hoseok por acaso e os dois fugiram juntos. Hoseok levou um tiro de raspão e Yoongi o levou para o Honsool, onde cuidaram um do outro e dormiram juntos.

Boa leitura, pessoal! #gatinhogangster

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Hoseok abriu as pálpebras devagar e encarou o teto acima de si. Coçou um dos olhos e se espreguiçou, espantando o sono aos poucos. Através da janela, o sol reluzia no céu sem nuvens; eram dez da manhã, como Hoseok soube ao conferir o rádio-relógio na cômoda ao lado da cama. Ele estava sozinho no colchão de casal, mas a presença de Yoongi se mostrava em cada cantinho do quarto. O cheiro de colônia masculina nos lençois, o pôster de um time de basquete na parede, os chinelos ao lado da porta fechada. Hobi se sentia estranhamente confortável e acolhido ali; era como estar em uma versão um pouco maior e com menos móveis do seu próprio quarto.

"Isso deveria ser estranho... Mas não é", pensou enquanto se sentava na cama. Mal conseguia acreditar em tudo o que aconteceu na noite passada. A enorme coincidência em encontrar Yoongi no Majestic Plaza, a fuga alucinada dos dois com Taehyung pela cidade... E por fim, ali estava. Havia passado a noite no Honsool, dormiu ao lado de Yoongi em sua cama e ainda por cima, usava um short e uma camiseta do próprio Min, com o cheirinho dele. De repente, Hoseok se sentia vivendo em algum dos doramas cafonas que gostava de assistir com a mãe.

Se Hobi fosse um pouco mais racional e sensato, fugiria o quanto antes. Não podia se esquecer de que viu Yoongi matar uma pessoa, o viu manusear um revólver com a naturalidade e habilidade de um verdadeiro criminoso. Apesar de conviver com gangsters há anos e o seu próprio irmão ter se envolvido em roubos, Hoseok nunca esteve tão próximo de alguém como Yoongi. Ele claramente era o líder da pequena gangue familiar que o cercava e possuía potencial o suficiente para dominar Geun-gu, se assim quisesse. Estava no covil de um tigre feroz; quanto mais tempo ficasse ali, mais se afundaria naquela sensação de perigo que o atraía como uma droga viciante e irresistível.

E era justamente por isso que não conseguia ir embora.

Poderia passar longos minutos perdido em questionamentos e conflitos morais, mas um ruído vibratório chamou sua atenção. Seu celular — que não havia perdido, pois estava com o aparelho no bolso quando fugiu do hotel e por sorte não o quebrou durante a perseguição de carro — tocava em cima da mesinha de canto. Hoseok se levantou e foi atender a ligação; o número de Jiwoo aparecia na tela e havia ao menos 30 chamadas não atendidas na barra de notificações.

— Hobi, graças a Deus! Onde você tá? Você está bem? Eu e a omma estávamos quase chamando a polícia! — exclamou Jiwoo quando Hoseok atendeu.

— Desculpa, noona. Eu deixei o celular no silencioso e peguei no sono de um jeito que não ouvi ele vibrando, só agora — explicou, tentando acalmá-la. — Eu tô... Na casa do Hyunjin. Comentei com a omma que talvez dormisse lá depois do trabalho.

— A gente soube que houve um tiroteio no hotel onde você estava trabalhando. Saiu no jornal agora de manhã! Como um estabelecimento daquele porte pode hospedar um monte de criminosos assim na cara dura?? Meu amor, você não se machucou, né? Eu estava quase saindo de casa para te procurar nos hospitais, meu Deus...

— Eu tô bem, noona, juro! Assim que começou o tiroteio lá no hotel eu fugi pela saída de emergência. Fui direto pra casa do Hyunjin e só não falei com vocês ontem à noite porque não queria preocupar as duas em plena madrugada... E eu tava me recuperando do susto também. Foi realmente muito inesperado — Hoseok mordeu o interior da bochecha. — O jornal falou alguma coisa sobre... Tipo, quem começou aquela confusão toda? Prenderam alguém?