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POV-NARUTO

Era óbvio que eu não queria estar naquela mesa de café, quando os Senjus chegaram eu só faltava pular se ansiedade para pegar as mais belas rosas da minha estufa e lavá-las como pedido de desculpa para Itachi e seus pais. A conversa seguia leve, meu pai falava com Tobirama sobre as adaptações necessárias nos comboios que transportavam as rosas, minha mãe também estava entretida no assunto dando sua opinião na parte mais técnica da situação, Deidara comia como se o mundo fosse acabar e esse comportamento compulsivo sempre aparecia quando estava preocupado com alguma coisa ou chateado, havia o jovem Obito também que parecia um tanto constipado e encantado ao mesmo tempo,e detalhe que o mesmo não tirava seus olhos do meu primo nem por um segundo. Soltei um suspiro pesado enquanto sacudia minhas pernas freneticamente como um sinal de que não queria estar ali e tal coisa não passou despercebida por minha mãe que lançou um olhar bravo pela falta de educação mas surpreendentemente quem fez a pergunta do milhão foi Tobirama Senju.
-Tem algum compromisso importante para estar se balançando como um pássaro engaiolado, jovem Uzumaki?- ele perguntou com uma sobrancelha erguida num claro tom de ironia. Infelizmente naquele momento  tive que abdicar de toda a educação que havia recebido, mas era por uma boa causa.
-Na verdade, tenho sim! É uma questão de vida ou morte senhor Senju, peço que me perdoe mas não poderei continuar os acompanhado no café...- mal terminei e já havia me levantado eufórico da mesa pronto para cumprir com meus deveres de futuro namorado- se tudo der certo em breve seremos da mesma família então até mais ver!! - mal terminei e saí correndo em direção a estufa ainda conseguindo ouvir o grito da minha mãe me chamando e a risada discreta de Tobirama, suspirei pensando na bronca que levaria mais tarde mas mudei o foco dos pensamentos e me preocupei em achar as mais belas  rosas que haviam ali dentro para levar a Itachi. Olhei bem ao redor e havia variedade das flores em suas cores vermelha, rosa claro e amarelas, depois de pensar um pouco decidi levar as vermelhas que eram as mais famosas da família Uzumaki e ainda guardavam em si um significado oculto que espero que só Itachi entenda. Colhi uma boa quantidade para um belo buquê e as prendi com umas fitas que deixava ali dentro junto a outros materiais, depois que me vi satisfeito fui em direção a entrada da mansão onde ficavam os automóveis e peguei o meu pronto para começar a pequena viagem ao distrito Uchiha.
Konoha não era uma cidade muito grande mas também não era nada pequena então demorei um pouco para chegar em frente a um arco que em seu centro encontrava-se o brasão da família Uchiha, nunca havia entrado ali antes pois os membros eram bem reservados e não muito receptivos com estranhos, passei pelo arco e fui seguindo devagar pelo que parecia ser uma vila que ocupava um tamanho considerável dentro do território de Konoha, cheia de casas de diversos tamanhos e um comércio próprio que sinceramente me surpreendeu, era como uma cidade dentro de outra cidade. Logo notei que os boatos sobre os Uchihas tinham lá suas verdades mas também muitos exageros, as pessoas eram muito parecidas, não havia tanta diversidade em tons de pele e cabelo mas todos pareciam muito felizes ali dentro, havia uma pequena praça no meio do distrito e era possível ver crianças brincando e barraquinhas de comida que me lembraram a burrice que eu fiz ao sair sem comer nada pois logo senti minha barriga doer, o problema era não saber se era apenas  fome ou nervosismo (talvez os dois). Vi um policial a paisana e não tardei em parar perto e perguntar onde era a casa de Madara Uchiha, o homem me olhou de cima a baixo não fazendo questão de esconder suas desconfianças e em seguida apontou para o caminho que levava a uma área mais nobre daquele vilarejo, segui o que foi indicado e logo me vi entrando numa rua com grandes mansões e pelo que o policial disse a de Madara se localizava no final da rua e se distinguia por ser a maior dentre as que existiam ali, logo, não foi difícil de encontrar.
Eu sabia que Itachi era um ômega de boa linhagem mas não nego a surpresa ao ver onde o mesmo morava, o tamanho da mansão era quase o mesmo da prefeitura de Konoha e possuía colunas da arquitetura grega em sua frente que só fazia o lugar parecer ainda mais imponente "É óbvio que um príncipe como Itachi não poderia viver em lugar algum que não fosse um castelo". Engoli em seco estacionando o automóvel e respirando fundo antes de sair e subir os poucos degraus que levavam até a porta, dei mais uns longa respirada e com os dedos trêmulos apertei a campainha, não demorou muito e logo um homem que julguei ser o mordomo abriu a porta e assim como o policial, me analisou inteiro antes de perguntar o que eu desejava ali.
-Bom dia, senhor! Meu nome é Naruto Uzumaki e vim pois tenho questões a tratar com os senhores Madara Uchiha e Hashirama Uchiha- Terminei de falar e notei que sua expressão mudou ao ouvir meu sobrenome, logo me deu passagem para entrar.
-Perdoe-me por fazer ficar aí fora por tanto tempo senhor Uzumaki, peço que me acompanhe a sala de visitas mas devo informar que o senhor Hashirama não se encontra em casa no momento- o mordomo foi me conduzindo pela casa e eu só pude ficar deslumbrado com o quão luxuosa era a casa de Itachi, mesmo tendo nascido em berço de ouro jamais havia visto uma casa assim antes. O homem se retirou depois que chegamos na sala de visita e disse que iria chamar o patrão, sentei no sofá que havia ali percebendo que toda a decoração era bastante Europeia, desde a tapeçaria até os detalhes em gesso do teto, tudo me lembrava os palácios franceses. Continuei observando até que escutei o barulho de passos em direção a onde eu estava, me levantei arrumando a postura e com esperanças de que Itachi aparecesse ali como um presente dos céus no lugar de seu genioso pai ômega. Para minha surpresa não era nenhuma das opções cogitadas, quem entrou na sala era uma moça que aparentava ter a minha idade, seu cheiro não era muito forte mas percebi que se travava de uma ômega, tinha as características uchihas mas o cabelo era castanho ao invés do preto tradicional, ela não parecia ter me visto ali até eu pigarrear e quando estava prestes a me apresentar vi seus olhos se arregalando levemente e ela soltou:
-Naruto!?- okay...eu não fazia ideia de como essa moça sabia o meu nome- Digo, Sr. Uzumaki! Perdoe-me pela indelicadeza mas juro que  não o vi aí quando entrei- ela logo se recompôs e eu ainda estava curioso pra saber de onde ela me conhecia.
-Está tudo bem, se me permite perguntar eu vi que sabe o meu nome então... Já nos conhecemos?- perguntei realmente curioso pela resposta e notei algo em sua expressão esfriar rapidamente mas logo se recompôs e demorou uns segundos até que disse de supetão:
-O mordomo!!! Sim...vi o mordomo falando seu nome e como só o senhor está na sala foi apenas uma simples dedução, inclusive, me chamo Izumi Uchiha e sou sobrinha de Madara- Ela respondeu rapidamente mal me dando tempo de pensar na resposta que deu pois logo vi entrar pela porta um ômega que beirava seus 40 anos, possuía longos cabelos pretos e usava roupas leves de tons escuros, se parecia bastante com Itachi mas sua expressão corporal era bem mais rígida e de certa forma intimidadora, não precisou de muito para deduzir que aquele ali era Madara Uchiha em pessoa.
-A que devo a honra de encontrar um filhote briguento em minha sala de visitas?- Ele perguntou e arregalei os olhos sentindo todo o meu sangue gelar e logo veio o susto pois uma risada quase maldosa porém divertida veio do ômega em questão- Estou só brincando, Sr. Uzumaki! Sei bem o que veio fazer aqui mas devo admitir que foi mais rápido do que eu especulava- ele disse se sentando e eu só queria me esconder daquele olhar que era forte demais para um ômega.
-Ah...e-eu peço perdão pelo incômodo, Sr.Uchiha! Vim apenas me desculpar pela confusão em que seu marido acabou se envolvendo por minha culpa- eu estava orgulhoso por ter gaguejado apenas no começo da frase- trouxe essas rosas, da colheita mais exclusiva da minha família para...
-Para mim?? Ora meu jovem, não tenho idade para ser cortejado por você e além de tudo sou muito bem casado, mas aceito o pedido de desculpas e as flores também!- ele não me deixou terminar de falar e levantou-se vindo em minha direção pegando as flores- As rosas vermelhas tem um significado bastante especial, as feitas por seu pai então, são valiosíssimas!- ele disse e continuava se aproximando até chegar bem perto a ponto de que nem mesmo  Izumi que estava perto da porta pudesse escutar qualquer coisa que dissesse- Rosas vermelhas são realmente significativas garoto, mas não são adequadas para presentear um ômega solteiro- ele disse quase sussurrando perto de mim- e por mais que eu saiba das suas boas intenções com meu filho não posso deixar que qualquer outro o veja recebendo esse presente de você, mesmo aqui no distrito Uchiha podem haver inimigos esgueirando e esperando uma única brecha ser aberta...- terminou o sussurro e se virou para sobrinha com um sorriso leve como se não tivesse dito absolutamente nada demais segundos atrás
-Izumi, querida! Acompanhe o senhor Uzumaki até a sala de música, ele deseja falar com Itachi mas não é adequado um alfa e um ômega solteiros ficarem sozinhos no mesmo cômodo,poderia me fazer esse favor? - perguntou Madara a sobrinha que assentiu e pediu para eu acompanha-lá, porém perto da porta eu me virei para Madara que me observava e o agradeci de modo que ele entendesse que era por ter aceitado meu pedido de desculpas e por me permitir ver Itachi mesmo eu cometendo a gafe das flores.

Fui seguindo Izumi e novamente não pude deixar de me encantar com cada pedaço novo da casa que aparecia diante dos meus olhos, subimos uma escada de mármore e quando chegamos ao fim era possível escutar uma música ainda baixa vinda de algum lugar naquele andar, Izumi continuou me guiando e entramos em um corredor onde íamos em direção a última porta que diferente das outras era dupla, o que indicava ser um cômodo maior que os outros, a cada passo indo naquela direção o volume do piano aumentava e meus batimentos aceleraram de maneira que por um momento achei passaria mal de nervosismo, a ômega na minha frente não dizia uma palavra e quando finalmente chegamos em frente à porta ela a abriu de vez, sem anunciar nossa chegada o que fez com que Itachi não nos percebesse ali e por todos os deuses eu não poderia estar mais agradecido a ela por tamanha falta de educação. Soltos...os cabelos de Itachi estavam soltos e ele possuía uma expressão concentrada que eu não poderia descrever como menos que hipnotizante, seu corpo se movia levemente de acordo com o som produzido pelas notas do instrumento que ele tocava com tanta maestria, o tecido fino de aparência confortável e folgado de suas roupas claras  acompanhavam seu corpo de maneira a parecer que estavam flutuando em volta de Itachi, a pouca luz do sol que entrava na sala iluminava levemente seu rosto pálido e juro que pensei que ia morrer quando o mesmo mordeu os lábios num gesto de quem estava se concentrando muito no que fazia "qual seria o sabor desses lábios? Sua textura e como seria seu encaixe junto aos meus? Os pensamentos que me possuíam quase me fizeram dar meia volta e ir na igreja me confessar pelo terrível pecado de desejar macular os lábios de um anjo como Itachi. Mal pude continuar meus devaneios pois ouvi o pigarro alto que Izumi deu na tentativa de chamar atenção do primo que abriu os olhos sem entender o motivo de ter sido interrompido mas arregalando-os ao me ver parado ali na porta.
-Desculpe primo, sei que não gosta de ser interrompido enquanto toca mas o senh...
- Ai meu Deus...Naruto???- ele perguntou a interrompendo sem se notar de tal indelicadeza- mas o que faz a-aqui?- ele perguntou se levantando e olhando diretamente para mim com um belo sorriso de quem não estava acreditando no que via.
-Eu vim me desculpar pela noite passada, creio ter te assustado e agora deve ter uma péssima impressão de mim, mas garanto que não sou assim Itachi, tive um bom motivo para fazer o que fiz e se ainda quiser me ver depois terei prazer em contar tudo- disse num fôlego só enquanto me aproximava e já esperando uma resposta negativa.
-Está tudo bem, Naruto! Tenho certeza que teve bons motivos para perder a compostura e...OH CÉUS !- Itachi exclamou no meio de seu discurso me dando um baita susto - veio até aqui para pedir desculpas e eu o recebo nessas condições- ainda não havia entendido, ele parecia falar mais pra si mesmo que pra mim- meu cabelo está um horror, estou quase vestindo trapos e ainda DESCALÇO...- agora que finalmente entendi suas preocupações comecei a rir pois era bastante engraçado o ver daquela forma.
-Ora, seu grosseiro! Não ria de mim- exclamou com o rosto vermelho e uma expressão de raiva que era a coisa mais fofa do mundo- pare de olhar, sei que não estou adequado mas...
-Você está lindo, Itachi! Mais lindo que no dia em que te conheci, achei que tal coisa seria impossível mas ver seus cabelos soltos me trouxe tal conclusão- disse enquanto olhava admirado para o rosto ainda vermelho
-N-não diga essas coisas assim- falou enquanto olhava para o chão- está me deixando sem jeito, Sr.Uzumaki- falou olhando ainda mais pra baixo e uma mecha de cabelo caiu em frente ao seu rosto
-Se me permite...- ele não entendeu até que me aproximei ainda mais e toquei levemente seu queixo, levantando seu rosto o fazendo olhar diretamente nos meus olhos, peguei a mecha e coloquei atrás de sua orelha e vi como era fácil Itachi uchiha se ruborizar- bom, eu só vim me desculpar pelo acontecido de ontem, creio que queira voltar a tocar o piano, o que faz de maneira esplêndida!
Finalizei e puxei a mão de Itachi para dar um beijo de despedida, me virei em direção a porta e estava quase saindo quando ouvi ele me chamar
-Naruto!- me virei tão rápido que senti uns ossos estalarem- em sinal de gratidão por ter se importado de vir até aqui se desculpar, peço para que fique e almoce conosco hoje! Também irei mostrar a propriedade para que possamos esclarecer melhor a confusão da noite passada, só peço que aguarde eu vestir algo mais adequado...- ele pediu com um sorriso tímido  e eu me senti o homem mais sortudo do mundo naquele momento
-Eu seria um tolo se não aceitasse!

Soulmate...Onde histórias criam vida. Descubra agora