"O que adianta ter a imortalidade e não ver sentido em viver?"
Como dizem: O amor pode curar tudo.
Mas será que é realmente verdade? Nunca sabemos quem realmente as pessoas são, muito menos o que carregam no peito. O que realmente sabemos é que o ó...
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- Mio amore.¹ Mio amore. Mio amore.
Se repetia em minha cabeça, em meus sonhos. Os olhos azuis brilhavam enquanto pareciam ver através de mim, um sorriso enorme os acompanhava no rosto do garoto a minha frente.
- Alzati, amore mio.²
O garoto disse novamente. O garoto de olhos azuis brilhantes como constelações infinitas me olhava e sorria lindamente, os traços límpidos da beleza mortal em contraste. Tão lindo que doía. Doía em meus ossos.
- Cuore... Ho detto alzati!³
Meus olhos se arregalaram em susto quando a exclamação gritada ecoou pelo quarto. As feições antes belas e límpidas, agora davam lugar a escuridão sem fim e ao cheiro putrido que tomou meu nariz. Sangue, ele estava repleto de sangue. O quarto, o garoto e... eu.
- Winter!
Meu corpo ainda tremia quando abri os olhos. Logan me observava com preocupação, as mãos em meu rosto me mantendo firme no colchão e presa a somente ele e seu rosto em uma tentativa falha de me acalmar.
- Logan!?
Meu corpo tensionou quando o viu, quando assimilou que ele era real e que estava aqui. Estava aqui e estava me segurando. Estava aqui comigo.
- O que... Como entrou aqui?
Logan piscou algumas vezes, visivelmente sem graça. Sua mão direita passou pelos cabelos úmidos pela provável garoa diária de Forks e então me encarou com um sorriso tímido nos lábios carnudos.
- Você... hm, me chamou. - franziu a testa em pensamentos. - Eu acho... É estranho, eu sei. Mas eu senti que você precisava de mim, então eu vim. Desculpe a invasão de privacidade e...
Meu lábio inferior tremeu quando o puxei para um abraço. Prendendo a respiração para não chorar, meus braços rodearam seu pescoço enquanto eu me inebriava com seu cheiro.
- Obrigada. - minha voz arranhou ao dizer. - Obrigada.
Logan assentiu me abraçando de volta. Tão carinhosamente que suspirei pelo afeto agora tão natural entre nós dois.
- Você está bem? - perguntou ao se afastar um pouco até conseguir novamente me encarar. - Foi outro de seus pesadelos?
Desviei a atenção para a janela. Os olhos azuis ainda estavam lá. A memória vívida do sonho que se repetia todas as noites. Olhos azuis, cabelos loiros e sorriso de cristal... que no final sempre acabava quebrado e coberto em sangue e morte.
- Estão sendo mais vívidos, quase que reais.
O garoto ponderou por alguns segundos, antes de finalmente assentir.
